8 de dez. de 2010

Kátia Abreu ganha prêmio ‘Motosserra de Ouro’ por defesa do desmatamento

Líder da bancada do agronegócio no Congresso e fiel defensora das propostas de mudanças no Código Florestal brasileiro, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) recebeu das mãos de uma ativista do movimento indígena da Amazônia, junto com o Greenpeace, o prêmio Motosserra de Ouro, símbolo de sua luta incansável pelo esfacelamento da lei que protege as florestas do país.

 

A ativista tentou presentear Kátia Abreu com uma réplica dourada do instrumento usado para desmatar florestas no lobby do hotel em que está hospedada em Cancún, onde participa da 16ª Conferência de Clima da ONU (COP16). A senadora desprezou o agrado, visivelmente irritada, e deixou para a ativista apenas os comentários irônicos de seus assessores. A condecoração serviu para lembrar aos ruralistas defensores do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que prevê alterações na lei, que essa proposta representa uma grave ameaça ao ambiente.

 

O projeto ruralista anistia desmatadores e reduz o tamanho da área que o proprietário de terra e o Estado estão obrigados a conservar para o bem público. Fazendas, dependendo do tamanho, ou serão dispensadas de ter árvores ou poderão ter menos do que devem atualmente. O projeto também diminui as faixas de floresta em beiras de lagos e rios e em encostas, que além de servir como corredores de biodiversidade evitam enchentes, deslizamentos e protegem a qualidade da água.

 

Caso a turma da motosserra consiga mudar a lei nos termos em que pretendem, tornarão inviável para o Brasil honrar as metas de queda de desmatamento assumidas em Copenhague, na COP15, que preveem a redução até 2020 de 36% a 39% de nossas emissões de gases-estufa. A proposta prejudica também as negociações sobre Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), que institui o pagamento para a conservação de floresta para quem vive nela. “Se o Brasil legalizar mais desmatamentos, o custo da conservação aumentará muito e pode tornar a aplicação do REDD no Brasil inviável”, explica André Muggiati, representante da Campanha Amazônia do Greenpeace na COP16.

 

A bancada da motosserra continua lutando nos bastidores para que um novo e enfraquecido código seja votado a qualquer preço, ainda este ano. Querem que algo tão importante para o Brasil seja decidido já, por uma Câmara em fim de mandato, e sem a devida discussão com a sociedade. “As alterações no Código Florestal representam um retrocesso em uma das legislações florestais mais avançadas do mundo”, diz Muggiati.

 

Este protesto teve o apoio do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB).

Ensino ruim tem culpado, e não é o Lula.



O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico aponta que o Brasil é um dos paises que mais se destacou entre os 65 países que passaram pela avaliação. No entanto, ficamos 53ª posição no quesito leitura e 54ª na matemática, leitura e ciências. 69% dos alunos tem dificuldade de fazer raciocínios básicos, e quando o assunto é formulas e equações o tema de casa fica quase que impossível. Precisamos voltar ao passado para descobrir a razão que levou a esse estagio.


A implementação do capitalismo industrial no Brasil, a partir de 1930, determinou uma nova organização das relações sociais, econômicas, políticas, culturais e, também, mudanças estruturais, como a ampliação do papel do Estado e, depois, do capital multinacional, estabelecendo, este último, a relação dependente do capital nacional ao capitalismo mundial. Por conseguinte, determinou o surgimento de novas exigências educacionais. As transformações introduzidas nas relações de produção e a concentração cada vez mais ampla de população em centros urbanos tornaram fundamentais novos requerimentos de qualificação para o trabalho.

Após o fim da era Vargas, em 1959, foi apresentado o projeto-de-lei chamado de “Substitutivo Lacerda”. Ele propunha, entre outras coisas, que a sociedade civil assumisse o controle da educação, defendendo, à vista disso, uma das formas de privatização do ensino: a educação seria financiada pelo Estado, pelo setor público, porém vinculando a responsabilidade do financiamento estatal para entidades privadas; uma forma de delegação do financiamento público aos usuários do sistema, cuja prestação de ensino caberia às instituições privadas. Para isso, argumentava e alegava-se a chamada “liberdade de ensino”.
 
A discussão da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, durante o longo período que se compreende de 1946 a 1961, constata-se uma disputa de duas propostas de LDB, que traduz a relação paradoxal e contraditória no âmbito político-econômico, cujo embate acontece entre o grupo que defendia o nacionalismo desenvolvimentista, o Estado sendo o carro-chefe no planejamento da economia estratégica para o desenvolvimento do mercado nacional, sem a dependência asfixiante do capital externo, e o outro grupo que sustentava a tese da iniciativa privada como mecanismo de gerir a economia e a educação institucionalizada, objetando qualquer intervenção normatizadora e fiscalizadora do Estado tanto na área econômica, como na educacional.

A forte influência do grupo que resguarda a idéia da “liberdade de ensino” (ou a justificativa da iniciativa privada) sobrepuja na LDB, o que expressa na defesa absoluta dos direitos que a família encerra e compreende atinentes à escolha da educação que lhe apraz. Esta colocação está exatamente em contraposição à ingerência estatal para projetar e planificar o sistema de ensino, deixando implícita que é uma ação assaz totalitária. Indubitavelmente, tal ação procura circunscrever na LDB a prerrogativa e interesses das instituições privadas de ensino, particularmente as católicas, na obtenção do financiamento do poder público em educação.
 Em 1971 o Congresso aprova a Lei 4.024, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que tinha como característica  marcante dar a formação educacional um cunho profissionalizante. Dentro do espírito dos "slogans" propostos pelo governo, como "Brasil grande", "ame-o ou deixe-o", "milagre econômico", etc., planejava-se fazer com que a educação contribuísse, de forma decisiva, para o aumento da produção brasileira.

Nesse mesmo período, o Método Paulo Freire de aprendizagem foi expurgado, dando lugar ao famoso MOBRAL, que tinha como foco tão somente fazer com que os seus alunos aprendessem a ler e a escrever, sem uma preocupação maior com a formação do homem. 

 Ideologicamente o MOBRAL tinha o objetivo "formar hábitos e atitudes positivas, em relação ao trabalho"; não há referências aos direitos e deveres do estado para com o cidadão, mas diz que os alunos devem "conhecer seus direitos e deveres e as melhores formas de participação comunitária"; não fala dos objetivos e das obrigações dos serviços públicos, mas fala da "responsabilidade de cada um (...) na conservação das (...) instituições" e não faz a menor referência quanto a responsabilidade do estado no que diz respeito ao atendimento de saúde e das condições de higiene básicas das comunidades, mas diz que o cidadão deve se "empenhar na conservação da saúde e melhoria das condições de higiene pessoal, familiar e da comunidade". A característica básica da educação oferecida era uma espécie de "culto de obediência às leis" (FREITAG, 1986, p. 90). 

Na décadade 80 e 90, períodos de graves crises econômicas e sociais, aeducação no Brasil foi por água abaixo, excluindo milhões de brasileiros do direito ao ensino de qualidade. Ou seja, se teu quisesse ter uma oportunidade de estudar com qualidade precisava frequentar escolas da elite, pagando mensalmente o que um trabalhador não ganharia num ano de trabalho duro, mesmo com horas-extras.

Na era Collor/Itamar e de FHC a coisa degringolou de vez e a rede pública de ensino foi praticamente dizimada. A maioria dos dos nossos pesquisadores foram embora para outros países e nossas escolas públicas e seu corpo docente foi totalmente desestruturado.
 
O presidente Lula em seus oito anos de governo fez muito pela educação, mais até doque muitos presidentes em 30 anos no poder. Ele  14 universidades federais, fez o Prouni, garantido bolsa de estudo para mais de 500 mil alunos, reergueu o ensino técnico, além de dezenas de outras iniciativas positivas. No entanto, o estrago feito no passado foi muito grande, e o Brasil só vai sair definitivamente do atraso econômico e social no momento que investir pesadamente na educação de seu povo, dando oportunidades para todos, com escolas públicas de qualidade, professores qualificados e bem remunerados. Isso leva tempo e espero que a presidenta Dilma coloque esse tema como prioritáriono seu governo.


Fontes: 
http://www.espacoacademico.com.br/076/76santos.htm
http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb10a.htm
http://guia.mercadolivre.com.br/historia-educacao-brasil-periodo-regime-militar-17792-VGP

6 de dez. de 2010

Por que gritam tanto nas propagandas ?

Será que é uma orientação do meio publicitário determinar que na maioria dos spots de propaganda para emissoras de rádio ou de TV os atores tenham que gritar o tempo inteiro ? Falo isso  porque sempre tenho ir baixando o volume do rádio entre uma propaganda e outra, e muitas vezes até zerar o vloume esperando que passe a maldita propaganda nos próximos 30 segundos.

Na TV tinha uma propaganda da Petrobras que eu odiava: a imagem de uma carro da formula 1 e o som era o barulho ensurdecedor do carro despejando potencia nos ouvidos de seus clientes. Cheguei a escrever para a empresa para perguntar se eles não tinham pena dos nossos ouvidos, mas nunca obtive resposta (ahahaha). Mas a gritaria nos spots de rádios e TV é quase geral. É quase impossível não ter que equalizar o som manualmente quando o som passa de uma propaganda para outra ou quando sai o locutor e entra o spot-gritaria gravado.

Meu critério na condição de consumidor é o seguinte: gritou nos meus ouvidos já perdeu pontos, e se o preço e a qualidade praticada é semelhante, então, Adeus ! Faço questão de não comprar em lojas que autorizem que suas agências produzam spots ridículos que usam apenas a gritaria como forma de chamar a atenção de seus clientes, da mesma forma vale para programas que se auto-denominam humorísticos.

Propaganda tem de chamar a atenção pela inteligência de seus anúncios e não pelo quantidade de decibeis que são despejados.

5 de dez. de 2010

Luta em defesa dos animais faz 100 anos

Muito boa a reportagem do Correio do Povo de hoje (05) sobre os 100 anos de luta em defesa dos animais. A matéria faz um resgate histórico dos defensores das causas animais, iniciado aqui no RS com Affonso Hebert e Alfredo Osório, que criaram em 1910 a "sociedade protectora dos animaes". A matéria também lembra de uma figura histórica para os gaúchos, a dona Palmira Gobbi, fundadora da Arpa (Associação Rio-Grandense de Proteção ao animais), e parece que a semeadura da dona Palmira deu bons frutos  aqui na terra guapa. Parabéns ao meus colegas do CP pela máteria.

4 de dez. de 2010

Wikileaks Brasil : EUA viram oportunidade de negócios no apagão de 2009

Futricando no Wikileaks, que agora está neste endereço  http://www.wikileaks.ch, descobri este documento: http://www.wikileaks.ch/reldate/2010-11-30_0.html que trata sobre o blackout que atingiu o Brasil no dia 10 de novembro de 2009. O documento foi classificado e distribuído pelo encarregado de negócios Jackson Cherie. O relatório foi enviado para a CIA, para o Departamento de Comércio, de Energia e para o Conselho nacional de Segurança em Washington. Nele é possível ver o interesse dos americanos em se aproximar do Brasil para fazer negócios nas áreas de tecnologia e energia,e apontam a copa do mundo de 2014 e as olimpiadas de 2016 como oportunidades de fazer negócios. 

Veja no original  : http://www.wikileaks.ch/reldate/2010-11-30_0.html

Resumo: apresentar as oportunidades dos Estados Unidos para o engajamento no desenvolvimento de infra-estrutura, bem infra-estruturas críticas proteção e segurança, possivelmente cibernéticos. Mission encourages USG agencies, including DOD, DHS, FCC, TDA and others, to explore these opportunities in the near-term. Missão incentiva agências USG, incluindo DOD, DHS, FCC, TDA e outros, para explorar essas oportunidades no curto prazo.eja

3 de dez. de 2010

WikiLeaks fora do ar

Como vocês podem ver o site wikileaks foi tirado do ar. EveryDNS.net acabou com o domínio "WikiLeaks.org" porque esta era a única forma de interromper os fortes ataques que o site vinha sofrendo desde que começou a publicar documentos diplomáticos dos Estados Unidos. A empresa americana EveryDNS.net assinalou que deixou de prestar serviços do sistema de domínio de nome (DNS, na sigla em inglês) por volta da 1h (de Brasília) porque os ataques ao WikiLeaks "ameaçavam" a estabilidade de outros 550 mil portais.

Pelo visto estamos entrando num período de trevas, onde o capital e o poder dos grandes grupos econômicos e de comunicação ditam o que tu pode ver, ouvir, ler. O mundo está mudando, é não é para melhor. E depois reclamam da China e do Irã. Piada !

Debate: Dia Internacional de Luta das Pessoas com Deficiência

A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos – CCDH da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Dionilso Marcon (PT) promoveu hoje (03) na Assembleia Legislativa, a celebração do dia Internacional de Luta das Pessoas com Deficiência. O ato contou com a presença do senador Paulo Paim e do Movimento Gaúcho das Pessoas com Deficiência. O ato teve a presença de mais de cinqüenta entidades ligadas ao tema, sindicatos e movimentos sociais, que lotaram a sala do Fórum Democrático. O tema proposto “Pessoas com Deficiência na Perspectivas dos Direitos Humanos” é fruto do debate promovido entre o movimento com apoio da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia.

Governo Tarso

Movimento defende FADERS na Secretaria de Justiça e Direitos Humanos  

No ato, o movimento entregou um abaixo-assinado ao deputado Marcon, presidente da CCDH, e ao senador Paim, defendendo que Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiências e de Altas Habilidades (Faders) permaneça na Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, dentro da futura reforma administrativa proposto pelo governo de Tarso Genro. No entendimento do movimento, a questão das políticas públicas para os portadores de deficiência não deve ser tratado de forma assistencial, mas como um tema ligado aos Direitos Humanos. Marcon assegurou que a pauta do movimento será levada para a comissão de transição do governo do Estado e que o debate é importante para que o governo Tarso possa se apropriar do acúmulo dessas discussões. O senador Paim também se colou a favor da pauta das entidades para as pessoas com deficiência sejam vistas sob a perspectiva dos Direitos Humanos.

Foto: Marco Couto - ALRS

2 de dez. de 2010

Feira de Descarte de Equipamentos de Informática

Feira de Descarte de Equipamentos de InformáticaPreservação Ambiental Consciente

          Projeto Inédito da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através do Gabinete de Inovação e Tecnologia (Inovapoa) e DMLU prevê o gerenciamento correto de resíduos tecnológicos.

          Com a missão de articular a execução de políticas públicas de fomento à inovação e ao desenvolvimento tecnológico no município de Porto Alegre, a Inovapoa e o DMLU promovem no dia 4 de dezembro de 2010, a I Feira de Descarte de Equipamentos de Informática. No dia do evento, os porto-alegrenses poderão levar seus computadores e periféricos antigos para descarte na Usina do Gasômetro, das 09h às 18h. O evento tem patrocínio da empresa Leroy Merlin.

          A iniciativa propõe alternativas para uma vida sustentável, onde pequenos gestos podem se transformar em revolucionárias mudanças e mais qualidade de vida para nossa sociedade. Conciliando o desenvolvimento econômico e o avanço tecnológico com a preservação ambiental, a feira será palco de uma campanha inédita que pretende movimentar milhares de gaúchos.

          O DMLU – Departamento Municipal de Limpeza Urbana estará encaminhando os equipamentos arrecadados para reuso e reciclagem em empresas especializadas em reciclagem de plásticos, metais e placas de circuito impresso, como o CRC Cesmar- Irmãos Maristas, que farão o recondicionamento dos equipamentos que puderem ser recuperados. Os computadores que puderem ser reutilizados serão entregues para instituições beneficentes. E aqueles que não puderem ser recuperados terão um tratamento e uma destinação correta e adequada, a fim de não poluírem mais o meio ambiente, garantindo assim uma melhor preservação da natureza.
          A tecnologia faz coisas maravilhosas pela sociedade com seus grandes adventos. Por outro lado, a velocidade da evolução dos produtos faz com que os equipamentos fiquem obsoletos. Desta forma, a Feira será a 1ª ação do Plano Municipal de resíduos sólidos específicos para equipamentos eletrônicos.

          Participe e faça a sua parte! Estamos esperando por você! Não fique fora desta corrente! Informações pelo telefone: # 3289- 7300.

          Entidades apoiadoras: Carris, Secretaria Municipal do Meio Ambiente - SMAM, Empresa Pública de Transporte e Circulação - EPTC, Procempa e Sindilojas.

CURIOSIDADES SOBRE SUCATA ELETRÔNICA:

- São descartadas 500 mil toneladas de sucatas eletrônicas por ano no País.
- O lixo eletrônico representa 5% de todo o lixo gerado pela humanidade.
- Possuem em sua composição metais pesados altamente tóxicos: mercúrio, cádmio, berílio e chumbo que no solo, contaminam o lençol freático; se queimados, poluem o ar e nos lixões podem causar doenças graves em catadores.

30 de nov. de 2010

Sarah Palin, a miss neofita do ano

Sarah Palin, além de ser uma reaça de extrema direita norte-americana, também demonstra que inteligência não é o seu forte. Palin, no inicio da semana, deu uma barriga fenomenal ao se referir aos norte-coreanos, e não sul-coreanos, como aliados dos Estados Unidos. “Obviamente, temos que ficar ao lado de nossos aliados norte-coreanos”, afirmou a ex-candidata à vice-presidência republicana durante um programa de rádio apresentado por outro ícone dos conservadores, Glenn Beck.

O apresentador imediatamente corrigiu a entrevistada e Palin repetiu: “Isso. E nós igualmente temos que manter prudência e ficar ao lado de nossos aliados sul-coreanos, sim”.

Agora, a miss neofita quer que o fundador da Wikleaks, julian Assange, seja caçado como terrorista por divulgar cetenas de e-mails confindenciais da diplomacia americana, fazendo estragos em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde "entregou" o cabo Anselmo de luxo, fazendo articulações de vassalagem com os norte-americanos.

Claro que o vazamento deve ter o dedo podre da CIA e da ultraconservadora direita americana. que estão fazendo de tudo pra encaçapar Barak Obama, mas pedir a cabeça de um ativista é dar o prêmio de burra do ano a essa criatura.


Morador de rua e seu fiel companheiro


Ganhei o dia hoje com essa imagem captada pelo aprendiz de publicidade (aaahaahahha - ele vai me matar ) Fernando Schramn. É por essas e por outras que ainda acredito no ser humano. Pena que esse tipo de exemplo de amor pouco seja seguido entre os homens e nossos jovens, que a cada geração ficam mais e mais egocentricos e preocupados apenas com o seu bem estar.

Nova propaganda da Hilux

29 de nov. de 2010

Procriar ! um grande negócio na terra guapa para o futuro

Eu adorava assistir os neófitos debates do PIG sobre o controle de natalidade. A saída para a crise não era o crescimento econômico,mas sim, passar a tesoura  no ventre da mulherada e fim, os problemas do Rio Grande amado e do Brasil estavam solucionados.

Pois bem ! a pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que o Rio Grande do Sul e da Bahia foram as que menos cresceram na última década entre todas as unidades da federação, de acordo com o Censo, divulgado hoje (29). 

Esse dado é praticamente uma bomba  relógio nas contas públicas, pois o reflexo de tudo isso explodira no colo de algum governante em 2031, quando teremos uma população de idosos maior do que a de jovens. Em uma década o Rio Grande do Sul, cresceu de 10.187.798 para 10.695.532, o que representa um crescimento de apenas 4,98%,e a população brasileira saltou de 169.799.170 habitantes em 2000 --quando foi realizado o penúltimo censo-- para 190.732.694 em 2010, o que representa um crescimento de 12,3%.

Entendo que o grande negócio daqui 20 anos será procriar (ahahaha), o Estado vai ter  que pagar pra você fazer filho.

27 de nov. de 2010

Violência no Rio é fruto da omissão crônica do poder público

Por
O Rio de Janeiro está passando por uma situação criada pela má gestão de seus últimos governantes. A ausência do poder público nas favelas abriu espaço para o surgimento de um poder paralelo. Para o deputado federal carioca Chico Alencar (Psol), os atuais governos combatem de maneira errada esses criminosos. Insistem em intervir no varejo das armas e das drogas enquanto fazem vista grossa aos atacadistas. Enquanto a polícia faz ações espetaculares nos morros, os “traficantes burgueses” continuam a lucrar com as transações internacionais. Até porque “não havia nenhum barão das drogas naquela marcha tétrica da Vila Cruzeiro ao Alemão”.

Alencar vê como simplista a responsabilidade dada às Unidades Policiais Pacificadoras (UPPs) como a principal causa dos ataques ocorridos desde o domingo 20. Para ele, as UPPs são um início, mas como elas mesmo mostraram, não serão eficazes a longo prazo se não houver uma política estrutural junto. Leia abaixo a entrevista feita por telefone com o deputado que está no Rio para acompanhar de perto os acontecimentos dos próximos dias.

CartaCapital: Como você enxerga o que está acontecendo no Rio de Janeiro?

Chico Alencar: O diretor daquela cena que corre o mundo, de mais de 200 jovens, pobres, de baixíssima escolaridade, armados, atravessando àquela estrada, que liga uma comunidade pobre a outra, chama-se: omissão crônica do poder público. Quem arregimenta esses figurantes do mal é a política institucional, do clientelismo e da reprodução das áreas de abandono das grandes cidades. Evidente, nessa altura, que isso acabaria nessa situação dramática, que não vai durar muito tempo, como sabemos. É necessário combinar as ações estruturantes das políticas que nunca existiram no Rio de educação, saúde e urbanismo, para não ter uma sociabilidade de barbárie como há nessas comunidades pobres, com a ação imediata. Víamos ontem o contraste de vários homens de chinelo com armas de potencial letal enorme nas mãos. Quem lembra de alguma operação, seja nas fronteira do Brasil, do Estado do Rio de Janeiro, na Baia de Sepetiba ou na Baia de Guanabara interceptando comboios de armas e munição de maneira expressiva? Isso não acontece. O negócio transnacional das armas ninguém enfrenta.

CC: Isso mostra que os governos não agem no ponto exato, apenas na consequência do processo?

CA: Claro, agem muito mais na consequência do que na origem. Muito mais atacando o varejo armado das drogas do que nos grandes atacadistas. Claro que uma juventude sem perspectiva de vida, criada no ambiente da violência e de individualismo máximo que a sociedade de mercado estimula cria um caldo de cultura para esse tipo de situação. O interessante que nessas comunidades pobres, que são conviventes, mas não coniventes com o poder do tráfico ou das milícias igualmente criminosas, os políticos vão lá buscar votos periodicamente e muitos deles fazem acordos com os poderes locais. Na verdade é um conluio, uma cumplicidade que acabou levando a essa situação.

CC: Existe alguma solução?

CA: A esperança são a de autoridades, que respeito muito, como o secretário de segurança do Rio, José Mariano Beltrame, e o secretario nacional de Segurança Pública, Roberto Balestra. Eles têm uma visão mais profunda sobre o problema e não são adeptos da política do extermínio dos bandidos. Os grupos armados se reproduzem muito rápido porque há uma profunda crise de valores na sociedade e de noção de país. É uma luta de todos contra todos. O monopólio da força pelo Estado só será legitimado e eficaz se de fato for poder público, ou seja, estiver a favor da sociedade e das maiorias sempre esquecidas. Temos hoje um Estado privatizado que vê os pobres das cidades como massa de manobra eleitoral e de negócios escusos.
CC: Há um avanço na política de segurança pública do Rio de Janeiro na gestão do Beltrame?
CA: Ele, ao contrário da tradição da cúpula de segurança e do ex-chefe de segurança Álvaro Lins, um emblema fortíssimo disso, não faz pacto com a corrupção. Atualmente, na cúpula, até por uma questão de sobrevivência, foram colocadas pessoas dignas. Isso não significa que acabou a corrupção na polícia. Ainda precisa de uma profunda reforma nas polícias, uma renovação, uma dignificação salarial, enfim, isso leva tempo, mas o Beltrame sempre deixou claro o respeito pelas populações dos morros. Embora, eu tenho que deixar claro, que em 2007 houve uma operação no mesmo complexo do Alemão que matou 23 pessoas, várias inocentes, algumas executadas sumariamente. Foi o Estado de barbárie entrando lá. E não adiantou absolutamente nada. Está lá uma área com o poderio entocado do tráfico. Esse tipo de ação espetacular é muito midiático, sensacionalista e ineficiente.

CC: E as UPPs?

CA: Elas representam o controle de apenas 2% do total de áreas dominadas fora do poder do Estado. Dominadas em sua maioria pelas milícias e também em boa parte pelo narcotráfico armado. Só 2% das áreas fora do controle do Estado foram, digamos “reconquistadas”. Mas pacificar não é ocupação militar. Se não houver, como não houve no Chapéu Mangueira, que é uma das UPPs mais antigas, políticas sociais, creches, atendimento de saúde, oportunidades de trabalho e espaços culturais, não resolverá o problema em profundidade. As UPPs só se realizam plenamente quando um conjunto de políticas sociais estiver sendo oferecido no morro como é oferecido em qualquer bairro do asfalto. É exagero também dizer que os ataques são apenas uma reação às UPPs, porque elas controlaram áreas do Rio de Janeiro turístico e olímpico, o que foi uma escolha política do Cabral. Claro que tem também uma insatisfação por perda de territórios, mas é um conjunto de fatores que provocaram essa reação dos traficantes, que deveria ser previsível por um serviço de Inteligência meramente decente. Não dá para prever que dois moleques vão incendiar um carro, isso é incontrolável, agora, uma previsão de que poderia haver essa orquestração, deveria estar nos cálculos, mas aparentemente houve uma surpresa do poder público com os ataques.

CC: E essa história das ordens terem saído dos presídios?

CA: É outro ponto importante que nos deixa indignados em aceitar que a ordem de articulação desse banditismo, que é tosco, iletrado e muito precário, por mais que as armas que tenham sejam poderosas, veio do Elias Maluco, do Marcinho VP, ou seja, dos presídios. Isso revela que a tal segurança máxima é muito débil porque se não consegue monitorar minimamente um advogado numa conversa ou bloquear um celular. Há muito mais do que crime organizado. Há um Estado desorganizado e dentro da própria institucionalidade do Estado um crime organizado em suas altas esferas.

CC: Há uma legitimação, nesse momento, do extermínio dos traficantes pela polícia do Rio?

CA: Acho que não. É uma expressão da opinião pública que não chegou à compreensão que o Estado não pode agir com os mesmos métodos dos bandidos. Ele tem o dever da racionalidade. Ao contrário do que aconteceu em 2007 no Alemão, a ocupação da Vila Cruzeiro, embora tenha acontecido a perda de uma menina de 14 anos por uma bala perdida, no geral, o confronto que se esperava, não aconteceu. Houve uma ação intimidatória, forte, mas o confronto foi pequeno em relação ao que poderia acontecer. Eles poderiam de imediato invadir o complexo do Alemão ou metralhar aqueles bandidos em fuga, mas não o fizeram porque há uma maior racionalidade, cautela e tática nessas ações. Além de uma maior preocupação com os direitos humanos, que é uma conquista nossa. Estou falando isso agora, mas nada me garante que nesse momento esteja acontecendo alguma atrocidade, gente desarmada sendo executada.

CC: Você anunciou que entrará com um pedido de investigação na comissão de Direitos Humanos da Câmara.

CA: Nós vamos formar uma comissão de acompanhamento, com vários deputados, para dialogar com o secretário nacional de Segurança Pública, com o ministério da Defesa e as autoridades locais do Rio de Janeiro. No sentido de acompanhar, inclusive, os recursos. Soube que no começo deste ano, o Programa Nacional de Segurança da Cidadania destinou 100 milhões de reais para o Rio. Iremos acompanhar como os recursos estão sendo utilizados para garantir uma ação que seja, no imediato, mais ponderada e efetiva, e a médio e longo prazo as políticas estruturantes. Se não cortar as fontes de abastecimento do crime pela sua cúpula que não está nos morros, porque não havia nenhum barão das drogas naquela marcha tétrica da Vila Cruzeiro ao Alemão, vai se estar sempre enxugando gelo de alguma maneira.

CC: Você chegou na quarta-feira ao Rio de Janeiro, vindo de Brasília, no meio de todos os problemas. Como estão as ruas da cidade?

CA: Eu dei uma circulada pela cidade. Eu moro numa rua, em Santa Tereza, onde ao lado dela, esses rapazes do crime passam na porta de casa, mas estão mais interessados no seu negócio, que tem muitos consumidores. O problema não é a droga, que é tão antiga quanto à sociedade humana, mas é a letalidade do negócio da droga e de seu armamentismo. Nas ruas há um ambiente de tensão. Qualquer carro que passa com a sirene ligada, como acabou de passar aqui no Largo do Machado, todo mundo olha assustado. Há uma discussão acalorada, porque o descontrole do poder público foi tão grande que qualquer muleque, estimulado pelo espírito de zoar mesmo, taca fogo em um carro. Ontem, desceram dois do Salgueiro, em área de UPP, e tocaram fogo em um ônibus. O curioso é acontecer em uma área dita “pacificada”, o que mostra que ainda tem uma relação psico-social com as populações marginalizadas, que enquanto elas não forem integradas na sociedade através da escola, cultura e no trabalho, ficam na marginalidade a disposição dessas movimentações. Atribui-se ao varejo armado das drogas um poder além do que tem de fato. Ele não terá grande fôlego se houver ação preventiva e policiamento ostensivo, mas o grande problema é estrutural, que continua criando espaço para apropriação pelo poder paralelo, que elege políticos, como no caso das milícias nessas eleições.

25 de nov. de 2010

Politicas públicas para as rádios comunitárias e a ampliação da banda larga no RS

Após anos de perseguição política e de polícia contra o movimento de rádios comunitárias, hoje, temos centenas delas outorgadas e espalhadas pelo Rio Grande do Sul. Na  maioria dessas emissoras há excelentes quadros técnicos,com ótima audiência. Ocorre que ainda precisamos avançar muito mais para democratizar às ondas de rádio no Brasil . Para isso ocorrer é fundamental o compromisso do governo de Dilma Rousseff na esfera federal e do governo Tarso Genro aqui no RS.

Na esfera federal é urgente garantir mudanças na legislação para as rádios. É fundamental  que tenham o direito de acessar de forma democrática os recursos de publicidade do governo, que possam fazer links  para trasmissão fora da rádio (eventos culturais, esportes etc) e o direito a transmissores mais potentes, atingindo comunidades distantes ou com dificuldades topográficas. No RS, o governo estadual, além de valorizar nossas rádios e jornais do interior, precisa também levar em conta que nossas rádios comunitárias conquistaram, de forma democrática,  uma boa parcela da audiência da nossa população gaúcha, e isso deve ser levado em conta e valorizado.

Outro tema que deve ser prioridade nas duas esferas de governo é a universalização do sistema de banda larga, pois chama a atenção a deficiência desse sistema tanto no interior, quanto nas comunidades mais carentes. O governo do estado em parceria com o governo federal tem todas as condições de fazer avançar a democracia nos meios de comunicação, basta querer e para seu próprio bem, haja vista a experiência  da eleição anterior.

24 de nov. de 2010

Os olhos da cara

Muitos gaúchos e gaúchas são vegetarianos por opção, no entanto, a parte carnívora sofre nas mãos das grandes redes de supermercado, que "cravam a faca" em seus clientes na hora de oferecer carnes de qualidade com preços acessíveis. Em outros estados (Paraná, Rio de Janeiro, Mato Grosso) a carne é infinitamente mais barata do que aqui na terra guapa. Os produtos do dia-a-dia também são bem mais baratos em outros estados , clique aqui e compare os preços com a rede de supermercado Mundial, do estado do Rio de Janeiro.

Frutas, verduras, laticínios, pães, embutidos, tudo é muito mais caro por aqui nessas grandes redes, até o feijão e o arroz têm preços superiores, e não consigo entender como um estado produtor de carne, de arroz,de frango e de derivados do leite, pratica preços absurdamente mais caros que em outros Estados.

E não me venham dizer que é só imposto a diferença, pois supermercados da periferia praticam preços inferiores para o mesmo produto, e no caso da carne, a diferença de preço e de qualidade pró consumidor chegar ser de 30% inferior.

23 de nov. de 2010

O que Yeda não fez no setor da irrigação

O anúncio de que um período longo de estiagem se aproxima do RS deixa claro que a tal Secretaria Extraordinária da Irrigação e Usos Múltiplos da Água, criada no desgoverno de Yeda, não passou de pura demagogia política. Na minha opinião, este final de ano vai mostrar que o Estado não foi preparado para tal evento climático, como a imprensa afirmava. 

No auge do verão, quando a seca estiver "pegando" nossas cidades do interior e da Região Metropolitana  é que veremos o tamanho da peça pregada nos gaúchos pelo governo Tucano. Pela entrevista concedida hoje (23), à rádio gaúcha, o secretário Rogerio Ortiz Porto enrolou enrolou, e não fez o balanço qualitativo e quantitativo das ações do governo no setor, e por fim,  afirmou que seriam necessários R$ 5 bilhões de reais em investimentos para resolver o problema.

O prefeito de São Borja e presidente da Associação dos Municípios da Fronteira-Oeste, Mariovane Weis, também foi entrevistado ,e afirmou que  há muito pouco investimento em irrigação, açudes e barragens na região, e que esses municípios ainda dependem do rio Uruguai, ( que  já  dá sinais de que sofrerá uma redução do fluxo de água com a estiagem que se aproxima). Segundo ele, a região depende da água para as plantações de arroz e soja, bem como para a criação de gado.

O certo é que o governo Tarso, por meio da Defesa Civil, Secretarias afins e Banrisul , junto com os prefeitos, precisam trabalham de forma articulada para amenizar o problema, dando agilidade aos processos de homologação dos decretos de emergência, acelerando o envio desses documentos para o Ministério de Integração Nacional.
A criação de uma verdadeira política de irrigação passa pelo aproveitamento racional dos recursos de água e solos fazendo o aproveitamento racional desses recursos com a maximização da produção e a utilização mínima desses recursos, além é claro, de apoiar a pesquisa e o desenvolvimento de projetos com o apoio de todas as esferas do governo.

Novas imagens "eletrizantes" de Lasier Martins

20 de nov. de 2010

Afinal, quem é a nova classe média?

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

A nova classe média brasileira é composta de famílias conservadoras em termos religiosos e de hábitos sociais. É muito consumista, espantosamente consumista e não vota em candidatos que signifiquem ruptura porque tem receio de cair de novo. O comentário é de Rudá Ricci em entrevista ao sítio do Sindicato dos Professores de São Paulo – Sinpro-sp, 19-11-2010.

Rudá Ricci é graduado em Ciências Sociais pela PUC-SP. É mestre em Ciência Política e o doutor em Ciências Sociais pela Unicamp. Atua como consultor no Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal e do Instituto de Desenvolvimento. É diretor do Instituto Cultiva e professor da Universidade Vale do Rio Verde e da PUC Minas.

Eis a entrevista.

Professor, quem é mais especificamente essa nova classe média que está surgindo no Brasil?
Principalmente na primeira década do século 21, praticamente 24 milhões de pessoas são alçadas à condição de classe média no Brasil. Esta é uma situação inédita na história do país e só encontramos algo similar nos Estados Unidos, na década de 1950, depois da Segunda Guerra Mundial. Essa é uma nova classe C, que ganha entre 4 e 10 salários mínimos – pensando na renda familiar e não individual. Ela rompe com o histórico de pobreza. São pessoas jovens, com até 25 anos, magras e negras. Eles romperam portanto com a história dos pais, dos avós, dos bisavós e, por isso mesmo, consomem muito, porque querem se afastar a qualquer custo, como faria qualquer pessoa no lugar deles, do histórico de marginalidade que sempre existiu.
Já temos várias pesquisas da Fundação Getúlio Vargas, do Ibope, do Boston Group, muitos dados, sobre essa nova classe C. Ela sabe que não é miserável, mas tem medo da queda. Por isso mantém uma rede de relações que, em caso de qualquer liquidação, por exemplo, uma família avisa a outra e rapidamente vão ao consumo. Eles não consomem produtos populares, ao contrário do que se possa imaginar. A classe C compra produtos de marcas top e Premium, TV de plasma, celular, carro, imóveis na periferia. É muito consumista, espantosamente consumista. Essas famílias são conservadoras em termos religiosos e de hábitos sociais, desconfiam de tudo que é público, são conservadores politicamente e não por ideologia.

É o medo de perder as conquistas?
Exatamente. A nova classe média tem muito receio de cair de novo, por isso não vota em candidatos que signifiquem ruptura, que demonstrem alguma tendência de mudar a ordem pública. É importante ressaltar que esse grupo não se prende a curral eleitoral e essa talvez seja uma característica nova no jogo político nacional. Nunca antes tivemos um grupo com características assim. Só votam em quem garante a ascensão social, ou seja, querem garantias de que vão continuar comprando e que vão pagar as dívidas, porque 60% já estão endividados e 40% desse total não sabem o que fazer para pagar esses débitos. E a segunda característica é que eles não votam em quem propõe ruptura. E nesse sentido, o Lula cai como uma luva para esses anseios. Mas não como idolatria, é fundamental dizer isso. Lula combina com esse pensamento pragmático da ascensão social e da manutenção da ordem vigente.

E, portanto, também a candidata apoiada por ele, Dilma Roussef. 

O candidato dele – mostram várias pesquisas qualitativas – foi o próprio Lula. Esses estudos revelam que uma parcela significativa da classe C e das classes ainda mais baixas votaram no lulismo. E não por ignorância, não é um grupo inconsciente, mas eles identificaram em Dilma a continuação do lulismo. Eles sabiam que estavam votando num projeto que assegurava a ascensão da família, como eu já expliquei. Essa população tem letramento, tem acesso à informação. Não lê, é verdade, mas sabe o que está acontecendo e escolhe seus candidatos de forma bem egocêntrica. São famílias egocêntricas. Por exemplo, vão à igreja para conseguir o sucesso, por isso fazem muitas novenas e promessas. A religião é usada como uma estratégia de garantia e de estratégia da família.

Parece que isso muda então o lugar social da religião, não? 


Muda sim. Completamente. Eu mesmo coordenei uma pesquisa com os católicos praticantes e isso ficou muito claro. É o que estamos chamando de religiosidade privada, de se trabalhar a fé a partir de si e da sua família. A votação no final do 1º turno, com dados muito duros de crítica, ligadas à candidatura de Dilma, como a questão do aborto e do casamento de homossexuais, foi a primeira emergência pública política desse conservadorismo fundamentalista religioso no Brasil. Eu acho que surgirá nos próximos anos o primeiro movimento social de massa, de base, depois do regime militar, ultraconservador no Brasil. E eles vão definir as próximas eleições.

O senhor acha que esse movimento já está em gestação? 

O que estou querendo dizer é que já há no Brasil um caldo de cultura ultraconservador, vindo dessa classe média emergente, mas também das classes menos abastadas, e surgindo ainda como uma reação, não de cunho conservador religioso, mas de indignação, por parte da classe média tradicional, que por sua vez vem perdendo poder aquisitivo. A política de transferência de renda do governo federal retira recursos desse segmento tradicional.

Pois é, surge uma nova classe, com novos valores, novas demandas e certamente isso causa respostas sociais. Como se posicionam os outros atores diante dessa realidade? 

Em primeiro lugar, já existia esse caldo de cultura, mas não organizado. Então, no final do primeiro turno das eleições a gente teve uma liderança que se candidatou a se tornar referência desse segmento, que deve estar girando entre 10% e 20% do eleitorado brasileiro. No final do primeiro turno, as lideranças carismáticas da igreja católica e alguns bispos pentecostais e neopentecostais também se apresentaram, mas não se garante que são de fato lideranças dessa mobilização. Antes de responder a pergunta, vou levantar uma questão histórica e sociológica. Temos o caso da Espanha, país dividido em dois grupos, um mais à direita, conservador, e outro mais à esquerda, mais progressista. Mas lá são dois blocos bem unificados. E temos o Tea Party nos Estados Unidos, que também é um movimento ultraconservador.
A diferença é que existem 600 grupos conservadores norte-americanos que, embora votem juntos e pensem muito parecido, não se unificam nacionalmente. Na minha leitura, essa situação dos Estados Unidos é a que mais se aproxima da situação do Brasil. Se unem em eleições, em tempos de ajustes na economia, mas não se unificam num só partido, sob uma única bandeira, apesar de começarem a ter voz ativa. É o primeiro grande movimento de massa de direita depois da democratização. Isso é inédito. Tivemos a União Democrática Ruralista, a UDR, mas dessa vez é de base.

E os outros segmentos? 

 Estão surfando na onda do sucesso e do crescimento do país. As classes A e B não apresentam nenhuma rejeição à pauta do desenvolvimentismo que tivemos no Brasil nos últimos anos. Pelo contrário. Tivemos até uma parcela do empresariado – cito aqui o caso do George Gerdau – que até lançaram o terceiro mandato de Lula. Temos fatia da classe B e segmento da classe média tradicional que se posta com uma rejeição muito forte ao lulismo e a tudo que ele representa porque, além de perder o poder aquisitivo, é uma parcela que se posiciona contra os comportamentos fundamentalistas, eles se consideram mais livres, autônomos, cidadãos do mundo. Criticam o que consideram populismo e o que não leva em conta a alta cultura, a cultura de elite. Esse segmento tem uma postura mais ideológica e mais unificada. São os segmentos que assinam os jornais.

Vamos lembrar que as classes menos abastadas e a classe C, que juntas representam mais de 70% da população brasileira, não lêem jornais. A nova classe C, que é metade da população brasileira, não lê jornal. Então a gente tem aqui um confronto da linha editorial dos grandes jornais que, além da postura editorial, também têm uma estratégia de mercado de continuar falando com esse segmento. Então os jornais, como a Folha de São Paulo e O Globo, se alinharam e acabam virando porta-vozes dessa classe média tradicional, classe B, que se sente vilipendiada nos seus valores e no seu consumo. Essa segmentação política e ideológica tem relação direta com o mapa do Brasil. As classes emergentes estão no Norte e no Nordeste, enquanto o Centro-Sul e o Sudeste são mais reativos ao lulismo. O Brasil está dividido.

Daí as velhas reações preconceituosas de culpar os nordestinos pela vitória do lulismo, ou querer separar São Paulo do resto do país, porque aqui seria um país de primeiro mundo? 


Essa daí é a base cultural e de sentimentos que faz surgir reações de preconceito, de xenofobia, de racismo. Ou seja, temos hoje uma cultura ultraconservadora de orientação fascista. Precisamos começar a discutir aqui no Brasil – que se considera um país tão tolerante, uma democracia racial – que essa tolerância foi muito desgastada no processo eleitoral. A história da bolinha de papel vira uma senha para que os ânimos se acirrem. E essas manifestações contra nordestinos e homossexuais que vêm acontecendo em São Paulo estão no mesmo pacote de reações dessa classe média que se sente roubada. Uma pesquisa, se não me engano do Ibope, mostra que os universitários brasileiros são três vezes mais duros no que consideram punições justas para os infratores. São os universitários os que pedem as penas mais severas.

Parece existir então um momento político novo, com novas forças. 

Temos uma crise, um momento de crise, porque o cenário político-partidário vigente hoje não representa, não retrata esses grupos ultraconservadores. O Democratas está sumindo, já se fala em fusão com o PMDB e outra parte com o PSDB, não há esse espírito de direita conservadora nas eleições. E não ter essa força organizada em termos políticos acaba desembocando nessa oposição de afrontas pessoais, de briga por valores. A democracia vive de contradições. Ou seja, todas as forças políticas precisam estar representadas no espectro partidário. Se o país tem essa pluralidade ideológica e isso não se encontra no processo eleitoral, acaba se manifestando na rua. Então teremos daqui para frente eleições complicadas, principalmente porque também nosso sistema partidário está em frangalhos e o Estado cada vez mais poderoso. Os prefeitos hoje estão nas mãos do governo federal, através de convênios e parcerias. Ou seja, faltam instâncias mediadoras entre o governo federal e as ruas e isso é perigoso para a democracia.

Falamos das forças mais conservadoras, mas também me parece que as forças progressistas e alinhadas com as esquerdas também estão desaglutinadas. Durante o segundo turno, houve certa união, mas terminado esse processo, para onde vão essas forças? Parece que o lulismo não responde a velhas reivindicações, como a reforma agrária, a descriminalização do aborto, o casamento de homossexuais... O que o senhor pensa disso? 

As forças progressistas estão desaglutinadas, em especial as não partidarizadas. No campo partidário, temos um chamamento de aproximação entre PCO, PCB, PSOL, PSTU, entre outras forças. Outras organizações partidárias de centro-esquerda e todo movimento sindical estão sob as asas do lulismo, compõem uma única força política. Mas é no campo das organizações populares, como alguns movimentos sociais, pastorais sociais, ongs, fóruns e redes que a divisão é maior. Houve excesso de partidarização deste campo, que perdeu autonomia e jogou muito esforço em composições de governo e eleições. Agora percebem o peso de perder a autonomia e o protagonismo da agenda de reformas do país.

O que penso é que a reforma política poderá galvanizar este bloco. Temas como apenas uma reeleição para parlamentares, extinção do Senado, voto distrital misto, responsabilização de autoridades públicas que não melhorarem indicadores sociais, gestão participativa no parlamento, criação de um órgão federal semi-autônomo de planejamento estratégico do país (ao estilo Banco Central, com participação de representantes da sociedade civil e governo), democratização e articulação dos conselhos de gestão pública podem gerar uma pauta de retomada do controle social sobre o Estado.