26 de fev. de 2011

Porto-alegrenses civilizados ?

Ao dirigir, sempre quando visualizo um ciclista à frente, dou sinal e tento me afastar ao máximo no ato da ultrapassagem, pois precisamos dar exemplo e aprenderemos coletivamente a sermos civilizados. No entanto, o que vejo por ai é justamente ao contrário, assisto motorista, que por gosto, quase joga pra fora o ciclista, e se for pedestre é pior ainda. Mas o que mais me chama atenção é a atitude animal de muitos motoristas de ônibus. Não respeitam faixas de pedestres, apertam outros condutores em carros menores por puro prazer e ficam colados na traseira de outros veículos mostrando a clara intenção de "passar por cima" do carro. 

Não sei se a EPTC tem algum indicador, mas eu aposto que das dezenas de atropelamentos que ocorrem todo o mês em Porto Alegre, parte desses são causados por motoristas de ônibus. Canso de ver motoristas de ônibus furando sinal em vias expressas, tanto é que conto três segundos antes de colocar o carro em movimento

Nossos taxistas também estavam bem mais calmos nas faixas de pedestre, a partir da decisão da EPTC de multar quem não respeitava os pedestres no ato de atravessar à rua. Porém, nos últimos dias, tenho notado que muitos já nem dão bola para a regra , e além de não respeitar, ainda ficam irritados pelo fato de que algum veículo páre para o pedestre. 

 Se a EPTC fechar os olhos para esse tipo de atitude e não começar a fiscalizar e recolher os veículos, nunca vamos ter cidadãos civilizados na terra mais politizada do Brasil (ahahahahahahhahaahah)

8 de fev. de 2011

Povo culto e valente ????

Ônibus velhos, lotações desconfortáveis, horários irregulares e falta de linhas em regiões em expansão demográfica dão o tom para o transporte público de Porto Alegre. O reajuste do valor da passagem, que subirá de R$ 2,45 para R$ 2,70,  é apenas um  dos ingredientes que fermentam o bolo de problemas de uma Capital, que tem uma administração, que há pouco menos de dez anos ficou de costas para  os problemas da cidade e de seus cidadãos. Aquele Blábláblá do "Fica o que está bom e muda o que está ruim" do Fogaça e seus asseclas  já saturou e não tem mais ressonância  na sociedade, e o atual prefeito Fortunati terá que rebolar para recolocar a casa em ordem pra tentar a reeleição.

Sabemos também que teremos muitos pré-candidatos e candidatas com um rostinho bonito, mas que carecem de conteúdo político para tocar uma cidade do tamanho de Porto Alegre e com suas necessidades de retomar o atraso político.

Todos nós sabemos que há seis anos  o transporte público  da cidade  está em decadência, liderado pela tal a gestão do PMDB e de seus aliados no governo de Porto Alegre. Os  governantes  da Capital mais politizada do Brasil (ahahaahahhahahahahcofcofcof)  só falam na tal da Copa do Mundo de 2014, e pelo que vejo esqueceram da periferia e só pensam nos investimentos no entorno dos estádios e nos interésses imobiliários, liderados pelos tentáculos dos grandes grupos econômicos.

POBRE CIDADE ! A passagem é cara demais, oferecida  com serviços de péssima qualidade, infelizmente,  tudo isso não revolta  mais o povo valente (ahahahhaha) de Porto Alegre, que prefere pagar quietinho, sem lamentar, para a alegria dos transportadores.

5 de fev. de 2011

Prouni: bolsistas pagam para comprovarem que são pobres

Todos nós sabemos que há muita gente safada querendo aplicar o golpe em instituições públicas, e que todas as esferas de governo devem se precaver. No entanto, na minha opinião, a lista de documentos que o governo federal exige dos bolsistas do Prouni, uma espécie de comprovação de pobreza, deveria ser no mínimo ressarcida, devido ao enorme custo das negativas e da quantidade de documentos exigidos. Aliás, o governo tem a obrigação de saber se o contribuinte tem ou não condições financeiras de custear a sua faculdade. Quando fiz a minha faculdade também foi bolsista de uma instituição privada, e a quantidade de documentos que me exigiam semestralmente também eram absurdos, mas como assinava uma promissória ficava tudo bem, ainda mais porque tinha um fiador, e ficava tudo bem pra eles (aahahahhahahhahha).

Entendo que o governo tem a obrigação de custear toda e qualquer despeza da pessoa que foi selecionada, afinal, se a pessoal necessita, ela não tem condições de pagar num tacada só o volume de negativas e de cópias que o MEC exige, que segundo relato de alguns estudantes chegam a (R$ 200,00). 

O processo que o MEC faz está correto, mas não é o bolsista que tem que pagar essa batelada de documentos. O Estado tem mecanismos para comprovar a situação financeira e tributária de seus cidadãos e não precisa encher ainda mais os bolsos dos donos de cartórios.

Confira abaixo a lista exigida:

http://www.ulbra.br/novo-comuns/files/comprovacao-de-informacoes-prouni2011-1.pdf

2 de fev. de 2011

Egito: ditadura amiga vale para o PIG


MUI AMIGOS
Uma ditadura amiga dos EUA sempre tem um tratamento diferenciado pela grande mídia internacional e pelo PIG nacional. A abordagem que o P.I.G faz sobre o colapso da ditadura egípcia em nada se assemelha ao que assistimos diariamente na cobertura dos noticiários sobre Venezuela, Cuba e o Irã. A tal falta de liberdade de imprensa só serve mesmo para os países com governos à esquerda.  Como o governo do Egito é financiado e armado até os dentes pelos americanos, a ditadura de Hosni Mubarak é desenhada como um apêndice que apodreceu e precisa ser removido, sem que ocorra a contaminação da região e dos negócios dos conglomerados e de empresas norte-americanas

O governo do Irã, por exemplo,  virou tema preferido do PIG nacional devido à aproximação do governo Lula no sentido de negociar uma saída pacífica para a falsa crise nuclear criada pelos americanos e seus aliados. Cuba então está sempre no top 10 das "crises" artificiais montadas pela mídia, tendo o apoio de filhotes da ditadura e a influência da CIA e de seus agentes disfarçados de adidos no Brasil.

 O PIG cobra democracia da Venezuela, de Cuba e do Irã, mas faz rodeios para condenar ditaduras aliadas dos americanos. Anualmente o PIG exalta às vítimas do Holocausto judeu, mas silencia vergonhosamente sobre o massacre do povo palestino, assim com da subtração dos seus territórios feito a ferro e a fogo pelo Estado de Israel. Da mesma forma esse exemplo serve para as ditaduras e os regimes fechados do oriente médio, que geralmente são  recebidos com honras de Estado pelo governo americano e seus aliados, tendo a paparicação midiática da imprensa internacional.

Saddan Russein e Osama Bin Laden também eram aliados de primeira hora dos americanos. O primeiro quis desafiar o seu criador e foi enforcado para nao deixar nenhum livro de mémorias solto por ai, e o segundo deve estar em alguma tenda bem protegida, afinal, sua família é grande aliada comercial dos americanos. 

O que vai ocorrer no Egito após a queda do ditador eu não faço a mínima idéia, mas o certo é que tem muito sheik árabe com as barbas de molho.

28 de jan. de 2011

Mais torres ? Mais justiça ?

Vista do MPE para a vila Chocolatão. (ar condicionado a 20 graus)
Enquanto aqui no Estado crianças estudam em escolas de lata, apenados se espremem em pocilgas denominadas de presídios e delegacias de polícia operam sem a mínima estrutura, há um outro lado, um mundo diferente, de fartura e bonanza na terra guapa.
Não precisa de legenda
  A chefe do Ministério Público Estadual, a procuradora Simone Mariano da Rocha, anuncia a duplicação das torres gêmeas e a construção de mais um anexo, tudo isso para promover justiça. O Poder Judiciário também já começou a construção de mais um prédio anexo ao Tribunal de Justiça, erguidos em 15 espaçosos patamares. Outras dezenas de foros já foram erguidos no interior, tudo isso no intuíto de provover a tal justiça.

Escolas de lata (39 graus, com ar da rua)

Próximo da sede do MPERS e do TJRS há uma vila, a Chocolatão, onde a cada ano dezenas de barracos pegam fogo, ratazanas e baratas caminham faceiras no meio do lixo, ao lado de crianças ,que desde cedo já sabem  que os restos de papelão, as garrafas pets e as latinhas de cerveja descartadas são os seus meios de sobrevivência. Desculpe ! mas fazer prédios nababescos não significa promover justiça.
Chocolatão: mais justiça e menos prédios de luxo


25 de jan. de 2011

Albergue público é a cidadania traduzida em ação do Estado

No pacote de projetos que o governo Tarso Genro prepara para envio à Assembleia no mês de fevereiro, o da criação de albergues públicos para o acolhimento e atendimento de pacientes em tratamento de alta complexidade, juntamente com seus familiares, representa um dos mais relevantes do ponto de vista social e de cidadania. Há anos convivemos com a polêmica dos albergues patrocinados por deputados, que em troca da "solidariedade" aos doentes e seus acompanhantes recebiam um caminhão de votos de amigos e familiares das pessoas que utilizaram o serviço.

É lamentável assistir pacientes e os famíliares dos doentes perambulando pelas ruas da Capital à espera da hora da consulta ou do tratamento médico. A maioria delas chegam à cidade ainda na madrugada, em microônibus de prefeituras, e grande parte desses gaúchos e gaúchas têm pouco ou quase nenhum recurso financeiro para a alimentação, ou outras despesas básicas. Para esses cidadãos, passar um dia inteiro apenas com um pastel e um guaraná, ou até mesmo um pacotinho de bolachas recheadas é mais corriqueiro do que possamos imaginar. Basta ver ao redor dos grandes hospitais públicos a disseminação de vendedores de pasteis ou de lanches baratos, que na maioria das vezes tem muita coloria e poucos nutrientes, o que é lamentável, haja vista a necessidade de o paciente ter uma alimentação de qualidade ou equilibrada para que possa se recuperar.

Tenho a convicção que esses albergues públicos terão o apoio das comunidades, da sociedade civil, dos prefeitos e das lideranças políticas de todo o Estado, e que juntos encontrarão meios de manter e prestar um serviço de qualidade para esses cidadãos e cidadãs. 

Cuidar do seu povo e do bem-estar  da população é uma das funções do Estado, e são iniciativas como esta que traduzem o verdadeiro sentido da palavra cidadania.

Parabéns ao governo Tarso Genro pela iniciativa, mas sabemos que esta é apenas uma, entre tantas outras que serão necessárias para tirar o RS da vanguarda do atraso social e da estagnação econômica.

19 de jan. de 2011

Radiodifusão comunitária: Abraço realiza o seu VII Congresso


De 20 a 22 de janeiro, a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) realizará, no Museu Nacional, em Brasília, o seu VII Congresso nacional. 

De acordo com o coordenador executivo da Abraço, este será o maior congresso realizado pela entidade. Pela primeira vez, haverá uma delegação feminina de dirigentes de rádio, com a formação de um coletivo nacional de mulheres dirigentes de rádio da Abraço. 

"Teremos ainda, pela primeira vez, um congresso somente com dirigentes de rádio, e o primeiro com a participação do Ministério das Comunicações, que disponibilizará um estande para consultas dos radialistas comunitários”, destaca Sóter. 

O evento contará, também, na sua abertura, com a participação inédita de um representante da Presidência da República. “Será a oportunidade de reunir todas as entidades que participaram da Comissão Organizadora da Confecom para fazer um balanço e traçar diretrizes”, ressalta o dirigente. “Com certeza, o movimento de radiodifusão comunitária será outro depois do VII Congresso Nacional da Abraço”, avalia Sóter.
Por: FNDC

14 de jan. de 2011

Antônio Britto em alta rotatividade

O ex-governador Antônio Britto é um executivo de alta rotatividade. Após sair à francesa do Estado em 1998, deixando a trasmissão do cargo de governador para Olívio Dutra sob a responsabilidade do então vice-governador Vicente Bogo, Britto acumula várias passagens pela privada, pela iniciativa privada (aahahaah).

Em 2003, Britto ingressou como executivo da Azaléia Calçados, e foi  alçado diretor-presidente da empresa, com a morte do então presidente da Azaléia, Nestor de Paula. Em 2005, envolveu-se em uma polêmica nacional, ao fechar uma unidade da fábrica no Rio Grande do Sul, demitindo 800 funcionários, ao mesmo tempo que abria uma unidade na China.  Desgastado com os herdeiros de Nestor de Paula, por conta de um relacionamento conflituoso, no final de 2006 anunciou seu desligamento da Azaléia, por demissão.

Em 2008, a operadora Claro, do mexicano Carlos Slim (América Móvil), também dono da Embratel, contratou o ex-governador como um dos vice-presidentes da empresa. Britto atuava na área de assuntos corporativos, com o objetivo de organizar as relações da empresa com os públicos externos e com o Congresso (hummmmmmm).

 Desde o primeiro dia de governo de Yeda Crusius, Britto atuou com um conselheiro informal da ex-governadora, numa espécie guru, apontando o caminho "certo" (aahahahahhaha) para aquela senhora que já foi tarde.

Em maio de 2009, Britto assumiu a presidência da Interfarma, entidade que representa a indústria farmacêutica. O convite havia sido recusado há mais de um ano, mas agora a Interfarma fez uma proposta que o ex-governador considerou “irresistível”. Britto, segundo informações coletadas, foi contratado a peso de ouro, e "coincidentemente" o Ministério da Saúde e as indústrias de remédios debatem a concessão de patentes para fórmulas polifórmicas (o polimorfismo se refere a diferentes formas de uma mesma substância química que pode ser utilizada na fabricação de medicamentos).

O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) tem posição favorável à concessão dessas patentes polimórficas, o que contraria a posição do Ministério da Saúde, que alerta que isto pode comprometer o crescimento da indústria dos genéricos e encarecer os remédios, em especial, àqueles usados pelas farmácias e hospitais do Sistema Único de Saúde. Segundo meu colega João Manoel (o Maneco), para bom espremedor, meia laranja basta. Ou seja, se o debate está no campo político, parece óbvio que a contratação de Britto – que como homem público sempre foi um fervoroso privatista – tenha se dado muito mais pelas suas capacidades (lobísticas?) nesta área do que, propriamente, por seus dotes de executivo. Afinal, ele não para mesmo muito tempo em empresa nenhuma.

Segundo o Ministério Público eleitoral a Interfarma é uma entidade de classe, o que não permitiria tais contribuições.Com isso, tentam anular a aprovação da contas de vários candidatos que receberam doações da entidade.  NO RS, porém, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul entende que, por não receber verbas públicas, a Interfarma não pode ser considerada entidade de classe, e aprovou todas as contas desses candidatos. O certo é que temos que ficar atentos aos movimentos dessa entidade e de seu executivo de alta rotatividade. Britto conhece muito bem os caminhos do Congresso Nacional. 

Campanha eleitoral 2010

Fiz uma rápida pesquisa no TSE para verificar o quanto e para quem a Interfarma fez doações na campanha eleitoral aqui na terra guapa. Abaixo estão os candidatos beneficiados pela Interfarma, que está sob o Cnpj  31.118.508/0001-12.

100.000,00 MANUELA PINTO VIEIRA D AVILA PC do B 
150.000,00 OSMAR GASPARINI TERRA PMDB 
50.000,00 RENATO DELMAR MOLLING PP
150.000,00 DARCÍSIO PAULO PERONDI PMDB 
50.000,00 ONYX DORNELLES LORENZONI DEM















13 de jan. de 2011

O clima está mudando, e agora ?

A enxurrada que já matou centnas de pessoas e destruiu centenas de casas e ruas nas cidades de Nova Friburgo,Teresópolis, Petrópolis e Itaipava, localizadas na região Serrana do Rio de Janeiro, é mais um capitulo de uma tragédia anunciada. A ocupação desordenada das encostas, a falta de uma fiscalização e monitoramento permanente das autoridades e a ausência de  radares de alerta meteorológico contribuem ainda mais para que a situação se agrave.

O clima está mudando, e nos últimos cinco anos vários eventos climáticos têm causado apreensão. Essa fortes chuvas, cada vez mais intensa, fizeram grandes estragos em vários estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro), tragando vidas e causando grandes prejuízos. Já passou da hora de os governos (Federal, Estadual e Municipal) investirem pesadamente em tecnologia para antecipar tempestades,planejamento, fiscalização e planos de evacuação de emergência em cidades cercadas por encostas ou que tenha ocupação irregular de vales ou morros.

O clima está mudando, e agora ? o que temos que fazer ? é cada vez mais comum assistir pela TV o aumento dessas calamidades. Estiagens sufocantes, temporais arrasadores, chuvas de granizo, tornados devastadores e por ai vai.  Se não nos antecipamos para salvar vidas essas cenas se repetirão ano após ano.

6 de jan. de 2011

S.OS – FIGUEIRA DA PAZ

Arambaré abriga a considerada a maior figueira do Rio Grande do Sul, com 20 metros de altura e tronco com 12 metros de diâmetro. De ponta a ponta, seus galhos têm 50 metros de extensão. Chamada Figueira da Paz, a árvore centenária é símbolo da cidade e importante atração turística. Alguns historiadores apontam que a Figueira tem 400 anos, outros um pouco mais. Numa coisa todos concordam é a maior e mais velha figueira do estado.

A Figueira da Paz pede socorro.Uma rachadura num dos seus principais galhos está colocando as autoridades numa situação complicada. Podar é a solução que logo aparece, mas com a poda a figueira pode perder o equilíbrio e tombar. A outra solução seria a de colocar cimento nas rachaduras, evitando assim que a umidade apodreça mais o galho.

A Figueira da Paz pede ajuda! O que podemos fazer, além de respeitar o seu sofrimento, é rezar para que as autoridades consigam resolver da melhor maneira o problema.

Você assim como eu, que tem um carinho todo especial por Arambaré mande as fotos da nossa figueira, para seus conhecidos.Quem sabe alguém tem alguma solução?

Mande a sua mensagem para o e-mail arambare.rs@gmail.com que enviaremos para a prefeitura.

Não podemos perder tempo! Antes que cortem a nossa centenária Figueira da Paz....

www.arambare.blogspot.com

2 de jan. de 2011

A LUTA CONTINUA , COMPANHEIROS


Olha o que o sábio Lula disse ontem  à noite (02) em São Bernardo

 "...Os adversários são os mesmos, os preconceitos são maiores ... A gente vai ter que estar ao lado dela, para que a gente possa provar que a mulher tem competência e vai governar este país com muita qualidade...porque o Brasil não pode parar" 

Fonte: Carta Maior

1 de jan. de 2011

Um bom sinal

Semioticamente Getúlio Vargas observa Tarso e Olívio
Grande foto do Marco Couto, clicada  momentos antes da abertura da sessão solene que deu posse ao governador Tarso Genro na Assembleia Legislativa. A imagem do ex-governador Olívio Dutra ao lado de Tarso Genro, sob o olhar atento de Getulio Vargas é um bom sinal para os gaúchos.

Tarso já é governador do RS

Militância em  festa na posse de Tarso 
O governador Tarso Genro e seu vice Beto Grill foram empossados hoje (01) pela manhã na Assembleia Legislativa do Estado em sessão solene no Parlamento Gaúcho. Após o juramento,  Tarso discursou, renovando o compromisso de seu governo com diálogo, com a ética e propôs um pacto entre os poderes no sentido de fazer avançar os projetos de interesse dos gaúchos. No discurso, o governador deu a entender que será implacável no combate à corrupção e que os atos do governo serão transparentes, facilitando a fiscalização de toda a sociedade. Tarso afirmou que tem o compromisso de: "colocar o nosso Estado num outro patamar econômico, cultural, de civilidade política; para que possamos construir um novo Rio Grande, para que possamos potencializar o nosso Estado, para que nosso Estado volte a ocupar o papel decisivo no conserto da federação, deste Rio Grande do Sul que é de todos nós, de todos os partidos,  de todos os setores, da sociedade, de todos os movimentos sociais, de todas as instituições de representação da sociedade civil, de todas as organizações empreendedoras. Isso significa exigir que o Rio Grande seja o Rio Grande do Sul do Brasil, do Mundo." Os ex-governadores Olívio Dutra e Alceu Collares presentes na sessão solene, foram muito aplaudidos pelo público presente. Tarso fez uma homenagem ao ex-governador Olívio Dutra, e citou-o como  referência a ser seguida na ética e na política.

Após o ato de posse na Assembleia, Tarso e Beto, acompanhados de parlamentares e de todo o seu secretariado, atravessaram a rua Duque de Caxias,  e foram até o Palácio Piratini para receber de Yeda  o cargo de governador do Estado do RS. Após o ato, Tarso Genro conduziu a ex-governadora para fora do Palácio (foto abaixo). Após receber o cargo, o governador deu posse para todo o seu secretariado e finalizou agradecendo o apoio do povo gaúcho. Antes de viajar a Brasilia para  prestigiar a posse de Dilma Rousseff, o governador foi até uma das sacadas do palácio, onde discursou para o público que acompanhava a cerimônia na Praça da Matriz.

Tarso conduz Yeda para fora do Piratini

31 de dez. de 2010

Porto Alegre sofre de envelhecimento precoce

O lixo acumulado nas ruas esburacadas e mal cuidadas já não é novidade para os porto-alegrenses,. Na minha opinião, a nossa Capital vive um dos seus piores momentos na questão da prestação de serviços públicos e na gestão da cidade como um todo. O próprio prefeito José Fortunati parece não estr satisfeito com a qualidade da sua equipe e prometeu fazer uma limpa na virado do ano. No entanto, o problema está no conjunto da obra.

A passagem de Fogaça e a permanência de seus aliados  na  prefeitura  de Porto Alegre  fez a cidade envelhecer de forma precoce. Aliás, o ex-prefeito se elegeu prometendo mudar o que estava ruim e deixar o que estava bom, no entanto, o que se viu foi bem ao contrário. A cidade que respirava cultura, fazia grandes debates e era referência nacional em educação, em saúde e no transporte público, aos  poucos foi perdendo suas referências, saindo da editoria da política e caindo direto nas colunas policiais.

A gota d'água foi o misterioso assassinato do vice-prefeito Eliseu Santos, que  revelou  para a sociedade  que sua morte tem fortes indícios de queima de arquivo e de corrupção na área da saúde da Capital.  Da mesma forma, a Policia Federal  desbaratou uma quadrilha que desviava recursos públicos do Projovem.  Como se tudo isso não bastasse, em novembro deste ano dois vereadores do PDT , ex-titulares da pasta da Juventude se acusaram mutuamente de formação de quadrilha, apontando desvios de recursos públicos. na pasta que comandaram.  As duas CPIs criadas para investigar os problemas nas pastas da Saúde e da Juventude foram abafadas na Câmara pela base aliada e até agora nada foi esclarecido. 

 Outra situação precária é no setor da fiscalização de obras e serviços  prestados pela prefeitura. É comum ver praças abandonadas, calçadas esburacadas, ruas e avenidas com a camada asfaltica destruída, além da ausência total de  atividades culturais para a população. São raros os casos de recuperação e revitalização das vias públicas e de seus equipamentos, e na maioria dos casos,  são obras de compensação  de grandes empreendimentos econômicos (shoppings etc) ou de empresas que adotam determinados locais tendo como troca a utilização dos espaços públicos para publicidade.

A falta de planejamento na coleta de lixo no natal é apenas um dos problemas que vem se acumulando ao longo do tempo, e a cada ano a questão do declínio da qualidade do transporte público  se agrava, bem como o abandono de nossas vilas populares.

Outra situação que se agrava é a especulação imobiliária em áreas ambientais e a construção civil  que avança em ritmo frenético. A cada mês novos prédios surgem na cidade, fazendo brotar gente , carros e caminhões em ruas ou bairros que antes havia pouco ou quase nenhum movimento.  No entato, nossos parques, escolas, a saúde pública e a infraestrutura da cidade não acompanha esse crescimento, pelo contrário, está estagnado,  ainda com a mesma capacidade da década passada.

É lamentável assistir o envelhecimento precoce de Porto Alegre, principalmente sabendo que teremos a responsabilidade de acolher uma das sub-sedes da Copa do Mundo  em 2014. Tenho certeza que o problema maior não será o aeroporto Salgado Filho, mas sim, a falta de competência e de planejamento para enfrentar os problemas que se acumulam em nossa querida Capital.

30 de dez. de 2010

Minha Casa Minha Vida é cidadania e dignidade

O presidente Lula tem bom motivos para sorrir de orelha a orelha ao final de seu segundo mandato. Sua popularidade bate recorde a cada dia que passa; elegeu sua candidata; inaugura obras de infraestrutura em todo o Brasil e a economia vai muito bem. Os programas do governo Federal criados nos oito anos do governo Lula  são um sucesso (Prouni,Fome Zero, Bolsa Família etc.) e são marcas que ficarão na memória de milhões de trabalhadores, em especial àqueles que se beneficiaram . Foi por meio desses programas sociais que o povo brasileiro teve a oportunidade de mudar de vida, e para melhor. O programa Minha Casa Minha Vida é um exemplo disso, pois viabilizou o sonho de 1 milhão de famílias, dando a oportunidade para que saíssem do aluguel ou da sub-habitação e passassem a pagar por algo que fosse seu. 

Ter um lar, uma casa própria com toda a infraestrura necessária (água, esgoto,ruas calçadas, escolas e parques),  eleva a auto-estima do brasileiro, pois será ali,naquele lar, que se darão suas relações sociais, onde seus filhos e netos serão criados, onde os amigos dos teus filhos serão recebidos. Quando vamos abrir um crediário, a primeira coisa que pedem é o endereço da tua residência, é o símbolo maior de cidadania que um trabalhador ou trabalhadora pode ter. Quando terminamos mais uma jornada de trabalho são para nossas casas que nos dirigimos, da mesma forma quando estamos viajando e sentimos saudade do aconchego do nosso lar, por mais humilde que ele seja.

Quando uma pessoa não tem um lugar, um endereço  para chamar de lar, tenho a certeza que parte da sua cidadania é afetada, assim como sua dignidade e  de toda a sua família.  Ontem (29), o Minha Casa Minha Vida finalizou a entrega de 1 milhão casas, dando a milhões de famílias a garantia de uma vida digna. São programas como esse que fazem da palavra cidadania o sinônimo de dignidade.

28 de dez. de 2010

Wikileaks : "A palavra ‘espião’ é invenção do Globo", diz professor

O jornal O Globo publicou, dia 19 de dezembro, uma reportagem sobre telegramas de diplomatas norteamericanos, divulgados pelo Wikileaks, dando destaque à existência de espiões do MST dentro do Incra e sobre uma suposta prática dos assentados “de alugar a terra de novo ao agronegócio”. Citado como fonte das informações, o professor Clifford Andrew Welch, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), denuncia manipulação do jornal: “Nunca falei e jamais falaria algo assim. Em primeiro lugar, a palavra ‘espião’ é invenção do Globo, porque não aparece nos relatos diplomáticos disponibilizados pelos jornais".

O professor Clifford Andrew Welch, do curso de história da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi citado como fonte das informações de telegramas remetidos por diplomatas estadunidenses no Brasil aos Estados Unidos, divulgados pelo Wikileaks.

O jornal O Globo publicou uma reportagem sobre esses telegramas, no dia 19 de dezembro, dando destaque a existência de espiões do MST dentro do Incra e sobre uma suposta prática dos assentados “de alugar a terra de novo ao agronegócio”.

“Nunca falei e jamais falaria algo assim. Em primeiro lugar, a palavra ‘espião’ é invenção do Globo, porque não aparece nos relatos diplomáticos disponibilizados pelos jornais”, denuncia Welch.

Em relação ao aluguel de áreas de assentados ao agronegócio, o professor da Unifesp destaca que a coordenação nacional do MST é declaradamente contra a prática e que a declaração aparece sem contextualização.

“Fora de contexto, assim como apresentado no despacho diplomático, o aluguel dos lotes parece ser de fato “cínico e irônico.” O relatório não contempla a pressão das usinas nos assentados, com oferta de dinheiro fácil para o plantio da cana de açúcar, que tem causado muitos problemas aos assentados, como demonstram várias pesquisas realizadas pela Unesp”, pontua.

Welch rebate também a tese de que os movimentos de sem-terra, especialmente o MST, entraram em declínio dos oito anos do governo Lula, apresentando dados que demonstram que no caso das ocupações de terras e do número de famílias envolvidas na luta pela terra, as estatísticas dos governos FHC e Lula se equivalem.

“Durante os oito anos do governo Cardoso, 571.650 famílias participaram em 3.876 ocupações organizadas por mais que 20 movimentos. Os números do governo Lula ainda não foram calculados totalmente, mas durante os primeiros sete anos, são registrados a participação de 480.214 famílias em 3.621 ocupações”.

Abaixo, leia esclarecimento do professor Welch.

Wikileaks, a imprensa, o MST e eu

Por Clifford Andrew Welch
Prof. Dr. Adjunto do Curso de História
da Universidade Federal de São Paulo


Demorou. Em abril de 2007, pedi pessoalmente uma cópia do relatório do investigador dos Estados Unidos da América que me entrevistou sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Pedi de novo por email em setembro, mas nem resposta recebi, muito menos o documento.

Foi o grupo Wikileaks que recentemente revelou os resultados dos andamentos do agente estadunidense no Pontal do Paranapanema, São Paulo, e meu nome estava no meio das reportagens que saíram nos jornais nos dias 19 e 20 do mês atual.

Como coordenador ajunto do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária (Nera) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em abril de 2009, confesso que estava pouco animado com a visita do Vice Consul Benjamin A. LeRoy do Consulado Geral dos EUA, em São Paulo, quando nos pediu uma hora para “conhecer o trabalho do Nera e aprender um pouco mais sobre reforma agrária e movimentos sociais de sem-terra,” como nos escreveu a assistente de assuntos políticos do consulado, Arlete Salvador.

Como historiador especializado em estudos da política externa dos EUA na América Latina, já conhecia figuras como LeRoy e seus relatórios. Eram fontes importantes para entender a natureza da interferência do império em sua esfera de influência. Agora o disco virou e era eu a fonte. Fiquei assustado com os erros do relatório de Benjamin, a distorção dos fatos interpretados pelo cônsul-geral Thomas White e, mais uma vez, preocupado com o método empírico do historiador, que depende demais em documentos oficiais e notas jornalísticas.

Faz sentido confiar em um investigador que nem sabe onde estava ou com quem estava falando? O despacho que relata a investigação de Benjamin usa a sigla Uneste no lugar da sigla Unesp e dá como a minha afiliação institucional a Universidade de Michigan, ambas afirmações equivocadas.

Pior, ainda, é a fala atribuída a mim por Benjamin e relatado pelo White que ficou como manchete no Globo: “MST teria espiões no Incra para orientar invasões”. Nunca falei e jamais falaria algo assim. No primeiro lugar, a palavra “espião” é invenção do Globo, porque não aparece nos relatos diplomáticos disponibilizados pelos jornais.

No “telegrama” em questão de 29 de maio, White escreveu que “O MST segue uma metodologia programada em suas ocupações de terra que inclui a utilização de contatos dentro do Incra para ajudar selecionar alvos, segundo [...] Welch.”

Em outro momento, o cônsul relata que eu o informei de que “o MST aproveita contatos dentro do Incra para determinar qual será a próxima área sujeito a desapropriação.” Segundo o relato, “Welch contou para Benjamin que o Incra não disponibiliza as informações ao público e que o único jeito para o MST acessar os dados seria através de informantes dentro do Incra.”

O jeito como o cônsul interpretou o relato de Benjamin de coisas que não falei sobre as relações entre o MST e o Incra reflete mais do macartismo que a realidade do Brasil. Macartismo é a ideologia do “medo vermelho” que causou alarme nos EUA nos meados do século passado quando foi alegado que espiões russos infiltrados no setor público estavam minando a segurança nacional do país.

A atual situação no Brasil não tem nada ver com a Guerra Fria, obviamente. O dever constitucional do Incra é fazer reforma agrária. O MST procura pressionar para que o Incra realize a reforma agrária.

É bom lembrar, como falei para o Benjamin, que as informações do Incra são públicas para todo mundo. Me lembro que tentei explicar para o Benjamin que a maioria das ocupações do MST não foram realizadas em maneira aleatória, mas a partir de áreas com desapropriação em andamento. Quer dizer, o movimento faz esforço para colaborar com o processo constitucional de identificação de terras improdutivas ou sujeito a desapropriação por violar as leis trabalhistas ou ambientalistas. É o cônsul que inventou um sentido de clandestinidade.

No mesmo documento de abril, que tem o titulo “O método do MST: Tira proveito do governo, alienar os vizinhos,” o cônsul toma vantagem da investigação do Benjamin para alegar que membros do MST que ganham lotes de reforma agrária do Incra vão acabar “alugando ao agronegócio” a terra “numa pratica cínica e irônica.” A fonte para esta informação parece ter sido “um líder do agronegócio” em Presidente Prudente.
Fora de contexto, assim como apresentado no despacho diplomático, o aluguel dos lotes parece ser de fato “cínico e irônico.”

O relatório não contempla a pressão das usinas nos assentados, com oferta de dinheiro fácil para o plantio da cana de açúcar, que tem causado muitos problemas aos assentados, como demonstram várias pesquisas realizadas pela UNESP. A coordenação nacional do MST é declaradamente contra a prática.

São outros erros de fato e interpretação nos documentos e noticias. A Folha aproveitou o esvaziamento dos documentos para alegar que o MST está em “declínio,” que a “base do movimento encolheu.” O Globo dá destaque para um suposto abandonou da causa da luta pela terra pelo presidente Lula, uma interpretação que apareça nos telegramas do White.

Porém, é difícil sustentar estes argumentos. De fato, os cálculos das estatísticas do governo Lula bem como os do Nera sustentam o contrário, mostrando de que Lula assentou mais famílias que o presidente Fernando Henrique Cardoso que declarou ter feito mais para reforma agrária que qualquer outro presidente brasileiro, mas o governo Lula defende que assentou 59 por cento dos beneficiários de reforma agrária na história do Brasil.

No caso das ocupações de terras e o número de famílias envolvidas na luta pela terra, as estatísticas são quase iguais. Durante os oito anos do governo Cardoso, 571.650 famílias participaram em 3.876 ocupações organizadas por mais que 20 movimentos. Os números do governo Lula ainda não foram calculados totalmente, mas durante os primeiros sete anos, são registrados a participação de 480.214 famílias em 3.621 ocupações.

Temos que agradecer Wikileaks por quebrar o sigilo que ainda reina nos círculos diplomáticos décadas depois do final da Guerra Fria. Em meu caso, deu para desmentir fatos equivocados e desconstruir interpretações anacrônicas, inclusive das reportagens da grande imprensa.

Os telegramas do Wikileaks, a mídia e o MST

Os jornais que escreveram sobre o assunto estão perfeitamente informados de que o grupo ao qual um diplomata estadunidense atribui o aluguel de lotes de assentamento para o agronegócio não é o MST. O diplomata está enganado ou agiu de má fé. E os jornais foram desonestos ao omitirem essa informação essencial. Esse é apenas um exemplo, revelador da postura antiética da imprensa em todo o episódio. Se os vazamentos do Wikileaks mencionassem algum grande empresário brasileiro, ele seria, evidentemente, consultado pela imprensa, antes da publicação, e sua versão ganharia grande destaque. 

O artigo é de Igor Fuser.
Os jornais brasileiros divulgaram na semana passada referências ao MST feitas em telegramas sigilosos enviados nos últimos anos por diplomatas estadunidenses no Brasil aos seus superiores em Washington e revelados pela rede Wikileaks. Algumas reflexões podem ser feitas a partir da leitura desse material.

1. A imprensa empresarial brasileira manteve nesse episódio sua habitual postura de hostilidade sistemática ao MST, apresentado sempre por um viés negativo, e sem direito a apresentar o seu ponto de vista.

Para os jornais das grandes famílias que controlam a informação no país, como os Marinho e os Frias, o acesso a vazamentos da correspondência diplomática representou a chance de lançar um novo ataque à imagem do MST, sob o disfarce da objetividade jornalística. Afinal, para todos os efeitos, não seriam eles, os jornalistas, os responsáveis pelo conteúdo veiculado, e sim os autores dos telegramas.

Desrespeitou-se assim, mais uma vez, um princípio elementar da ética jornalística, que obriga os veículos de comunicação a conceder espaço a todas as partes envolvidas sempre que estão em jogo acusações ou temas controvertidos. Uma postura jornalística honesta, voltada para a busca da verdade, exigiria que O Globo, a Folha e o Estadão mobilizassem seus repórteres para investigar as acusações que diplomatas dos EUA no Brasil transmitiram aos seus superiores.

Em certos casos, nem seria necessário deslocar um repórter até o local dos fatos. Nem mesmo dar um telefonema ou sequer pesquisar os arquivos. Qualquer jornalista minimamente informado sobre os conflitos agrários está careca de saber que os assentados no Pontal do Paranapanema mencionados em um dos telegramas não possuem qualquer vínculo com o MST.

Ou seja, os jornais que escreveram sobre o assunto estão perfeitamente informados de que o grupo ao qual um diplomata estadunidense atribui o aluguel de lotes de assentamento para o agronegócio não é o MST. O diplomata está enganado ou agiu de má fé. E os jornais foram desonestos ao omitirem essa informação essencial.

Esse é apenas um exemplo, revelador da postura antiética da imprensa em todo o episódio. Se os vazamentos do Wikileaks mencionassem algum grande empresário brasileiro, ele seria, evidentemente, consultado pela imprensa, antes da publicação, e sua versão ganharia grande destaque. Já com o MST os jornais deixam de lado qualquer consideração ética.

2. A cobertura da mídia ignora o que os telegramas revelam de mais relevante: a preocupação das autoridades estadunidenses com os movimentos sociais no Brasil (e, por extensão, na América Latina como um todo). Os diplomatas gringos se comportam, no Brasil do século 21, do mesmo modo que os agentes coloniais do finado Império Britânico, sempre alertas perante o menor sinal de rebeldia dos “nativos” nos territórios sob o seu domínio.

Nas referidas mensagens, os funcionários se mostram muitos incomodados com a força dos movimentos sociais, e tratam de avaliar seus avanços e recuos, ainda que, muitas vezes, de forma equivocada. O “abril vermelho”, em especial, provoca uma reação de medo entre os agentes de Washington. Talvez por causa da cor... A pergunta é: por que tanta preocupação do império estadunidense com questões que, supostamente, deveriam interessar apenas aos brasileiros?

3. O fato é que o imperialismo estadunidense é, sim, uma parte envolvida nos conflitos agrários no Brasil. Essa constatação emerge, irrefutável, no telegrama que trata da ocupação de uma fazenda registrada em nome de proprietários estadunidenses em Unaí, Minas Gerais, em 2005. Pouco importa o tamanho da propriedade (70 mil hectares, segundo o embaixador, ou 44 mil, segundo o Incra).

O fundamental é que está em curso uma ocupação silenciosa do território rural brasileiro por empresas estrangeiras. Milhões de hectares de terra fértil – segundo alguns cálculos, 3% do território nacional – já estão em mãos de estrangeiros. O empenho do embaixador John Danilovich no caso de Unaí sinaliza a importância desse tema.

4. Em todas as referências a atores sociais brasileiros, os telegramas deixam muito claro o alinhamento dos EUA com os interesses mais conservadores – os grandes fazendeiros, os grandes empresários dos municípios onde se instalam assentamentos, os juízes mais predispostos a assinarem as ordens de reintegração de posse.

5. Por fim, o material veiculado pelo Wikileaks fornece pistas sobre o alcance da atuação da embaixada e dos órgãos consulares dos EUA como órgãos de coleta de informações políticas. Evidentemente, essas informações fazem parte do dia-a-dia da atividade diplomática em qualquer lugar no mundo. Mas a história do século 20 mostra que, quando se trata dos EUA, a diplomacia muitas vezes funciona apenas como uma fachada para a espionagem e a interferência em assuntos internos de outros países.

Aqui mesmo, no Brasil, fomos vítimas dessa postura com o envolvimento de agentes dos EUA (inclusive diplomatas) nos preparativos do golpe militar de 1964. À luz desses antecedentes, notícias como a de que o consulado estadunidense em São Paulo enviou um “assessor econômico” ao interior paulista para investigar a situação dos assentamentos de sem-terra constituem motivos de preocupação. Será essa a conduta correta de um diplomata estrangeiro em um país soberano?

(*) Igor Fuser é professor da Faculdade Cásper Líbero, doutorando em Ciência Política na USP e membro do conselho editorial do Brasil de Fato.

Fonte: Carta Maior

27 de dez. de 2010

O caos aéreo e a sede do PIG por infraestrutura

Às vésperas do natal o PIG guasca, em sintonia fina com o grande PIG, anunciavam em sintonia o caos nos aeroportos, e que a vida das pessoas que precisariam viajar de avião se tornaria um inferno. A cada minuto um boletim rediofônico entusiasmado detalhando o percentual de voos atrasados ou cancelados. Ao final do dia, já com imagens, o PIG não conseguiu esconder a decepção ao mostrar que tudo estava normal, pouca fila e pouca confusão.

Agora o PIG centra fogo no governo Lula e no de Dilma para potencializar um possível fracasso nacional em razão da não vinda da Copa do Mundo em 2014, em razão da tal falta de investimentos no setor aéreo (não sei de onde tiraram essas teses), que ainda são associadas diariamente com muita falta de informação sobre o tema  e até a omissão de determinados jornalistas para  tentar colocar o governo em xeque.


Hoje pela manhã  (27), na rádio gaúcha, a jornalista Rosane de Oliveira e seu colega André Machado não pouparam críticas ao governo Lula pela tal omissão do governo na construção de novos aeroportos. Logo em seguida, o jornalista Túlio Milman ia na mesma linha, e fez uma programa de debates interativo que, na minha opinião, questionava maliciosamente seus ouvintes como seria melhor viajar: de ônibus ou de avião no final de ano, em razão do tal "caos" aéreo ?

O engraçado é que a crítica feita por esses colonistas nunca trazem uma informação concreta sobre o assunto, e sempre "esquecem" de informar que várias obras estão em andamento tanto no Brasil quanto no RS. Um exemplo é a ampliação da pista do aeroporto Salgado Filho em 1000 metros,garantido a operação de grandes aeronaves e maior capacidade de carga, bem como a instalação do moderno ILS 3 ou Instrument Landing System. O ILS 3 é um sistema de aproximação de última geração, capaz de guiar os pilotos apenas por instrumentos, orientando de forma  precisa os pilotos em qualquer tempo, em especial, nos dias de intensa neblina em casos de pouso ou decolagem.


Tenho a convicção de que ainda temos muito ainda por fazer em matéria de infraestrutura no Brasil, mas tenho a convicção de que o cenário de caos bombado pelos arautos do PIG tem muito mais a haver com  os interésses escondidos de seus patrões do que realmente com o problema em sí.

Nestes quatro anos de desgoverno Yeda, o PIG sempre esteve presente, dando apoio aos projetos tucanos das famosas PPPs: ERS 010, Cais Mauá, presídios privados e na "entrega" do terreno da Fase em troca algumas Casas. Na ampliação do tempo dos pedágios de nossas estradas o PIG guasca foi inscasável em defender de forma escamoteada a tese da ampliação, assim como na defesa do défict zero, mesmo sabendo que o Estado praticamente parou durante três longos anos, numa completa estagnação econômica e social

O PIG ergue agora a bandeira da infraestrutura numa sede enloquecedora, exigindo, que obras que nuncam foram feitas em 50 anos saiam do papel num passe de mágica. Eu sempre defendi que temos que investir em infraestrutura, mas exigir que isso ocorra em tempo recorde é muita sacanagem. A pauta da construção imediata de estradas, portos, aeroportos, ferrovias e energia será uma das bandeiras do PIG é uma clara tentativa de superdimensionar um problema pra colocar o governo Dilma numa pauta negativa e é claro de falta de competência. Não vão conseguir !