9 de dez. de 2011

Irã dá perna de anão no top dos aviões espiões americanos


O serviço de guerra cibernética iraniano conseguiu uma façanha que acho que nem na guerra fria se alcançou tal feito. Os cybertalebas iranianos deram perna de anão nos gringos e conseguiram baixar tranquilamente o avião não pilotado mais avançado dos gringos, o tal RQ70. Claro que Washington desmentiu as informações sobre a captura do avião robô, mas já era tarde, pois os iranianos mostraram o avião pela televisão iraniana.

O avião possui tecnologia Stealth (invisível a radares) , e tem entre suas funções rastrear e interferir chamadas telefônicas e aspergir substâncias tóxicas a grande altura, sem ser detectado

De posse dessa importante arma, os Iranianos provavelmente vão analisar as qualidade e os defeitos do sistema da tecnologia Stealth e aplicar contra medidas, além, é claro, clonar e fazer um modelo próprio.

26 de out. de 2011

Código Florestal, a luta continua

Apoiado pela bancada ruralista na Câmara do Deputados, o deputado comunista Aldo Rebelo ( PC do B), relator do projeto do novo Código Florestal naquela Casa, fez aprovar o seu parecer, onde constam inúmeras aberrações contra o patrimônio ambiental brasileiro. Anistia para desmatadores, permissão para retirada de Áreas de preservação sem a devida compensação no mesmo bioma e por ai vai.

Agora, o projeto está no Senado, nas mãos do  relator Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) e provavelmente será votado nas próximas semanas. Se aprovado do jeito que veio da Câmara, o Brasil sofrerá um retrocesso ambiental imenso, permitindo que, por exemplo, imensas áreas de preservação, localizadas nas grandes cidades caiam nas mãos de grandes construtoras, ávidas por mais espaços, ocasionando certamente a destruição de fontes, extinção de espécies e do resta ainda da mata atlântica.

Além dos movimentos sociais (MST, Via Campesina, MPA, MAB), deputados e senadores comprometidos com a causa ambiental associada ao desenvolvimento sustentável,agora, inúmeras personalidades da sociedade brasileira se engajam nessa luta.  A modelo gaúcha Gisele Bündchen, o cineasta Fernando Mereilles e os atores Bruna Lombardi ,Wagner Moura, dentre outros, entraram nessa briga.

Para quem é fã da atuação desses artistas e modelos, vale a pena também conferir o que eles tem a dizer sobre o novo projeto do Código Florestal e o que isso afetará a sua vida e a de seus filhos.








24 de out. de 2011

A verdade liberta, por Rita Sanco

 Rita Sanco, prefeita eleita pelo voto dos cidadãos de Gravatai

Gravataí está nos noticiários da semana, não pelas suas importantes conquistas administrativas respaldadas pela participação popular, mas porque se constituiu na Câmara Municipal uma maioria oposicionista circunstancial contra os representantes legitimamente eleitos pela população para governar a cidade entre 2009 e 2012. A cassação de meu mandato de prefeita, assim como o do vice, Cristiano Kingeski, votada por 10 vereadores do município, é uma afronta às regras de convivência política sob o Estado Democrático de Direito e responde por um nome: golpe. Além do PMDB, do PP, do PV e do DEM, siglas que tradicionalmente se opõem a nosso projeto de sociedade, tomaram parte na injustiça golpista o PTB e o PSB.

Sem identidade programática, a composição que impetrou o ato violento, calando a vontade das urnas, revela a que ponto pode chegar a luta pelo poder, quando esta se esgota em si mesma. Não há nada que, com base nos fatos e nos procedimentos em relação à coisa pública, justifique esse retrocesso institucional nas relações do Legislativo com o Executivo, o qual sequer foi investigado por uma CPI. O que há é a sede do poder, que conduz à deterioração do conceito de política como busca do bem comum. Não apostem, contudo, na falta de memória dos gaúchos em geral e dos gravataienses em particular.

Na ausência de provas para as falsas acusações, pífias em termos jurídicos, o condomínio que enxovalhou a democracia recorre ao argumento de que a prefeitura teria comprometido as finanças municipais ao negociar dívidas com instituições públicas. A mais citada, é uma dívida com a CEEE, que remonta ao período de 1992 a 1997, adquirida e cobrada pelo Banrisul em um processo que se arrastou até início de 2011, quando o banco enfim aceitou um acordo em que abria mão de todas as atualizações monetárias, juros e multas, resguardando somente a atualização pela taxa Selic. Assim, a dívida que beirava R$ 84 milhões foi reduzida para R$ 24,5 milhões fixados em acordo firmado ad referendum da Câmara de Vereadores, e depois aprovado pela mesma. A negociação fechou em excelentes condições, permitindo que o município voltasse a obter crédito, financiamento e recursos para a qualificação da vida de seus moradores. A ilação de que a dívida chega a R$ 150 milhões é descabida, soa como uma interessada mágica financeira. Esperamos pela Justiça.



Charge -Blog do Kayser

20 de set. de 2011

Vinte anos nas capas da 'Veja'

Vinte anos nas capas da 'Veja'

Selecionamos 123 capas da revista, de 1993 a 2010. Elas formam uma narrativa surpreendente, quase uma história em quadrinhos da história política do período. FHC é o presidente dos sonhos da publicação. Sério, compenetrado e trabalhador, fez uma gestão exemplar e não está para brincadeiras. O ex-metalúrgico, por sua vez, brinca a bola e é um demagogo que merece apenas um chute no traseiro.

 

  Gilberto Maringoni - www.cartamaior.com.br

O presidente Lula sofreu impeachment em agosto de 2005. Quase ninguém se lembra dele. Era um trapalhão barrigudo, chefe de quadrilha e ignorante.

A história seria assim, se o mundo virtual da revista Veja fosse real. Selecionamos 123 capas da revista, de 1993 a 2010. Elas formam uma narrativa surpreendente, quase uma história em quadrinhos da história política do período. FHC é o presidente dos sonhos da publicação. Sério, compenetrado e trabalhador, fez uma gestão exemplar. O ex-metalúrgico, por sua vez, é um demagogo que merece apenas um chute no traseiro.

A visão de Veja é a visão da extrema direita brasileira. Tem uma tiragem de um milhão de exemplares e é lida por muita gente. Entre seus apreciadores está, surpreendentemente, o governo brasileiro. Este não se cansa de pagar caríssimas páginas de publicidade para uma publicação que o achincalha com um preconceito de classe raras vezes visto na imprensa.

Freud deve explicar. Clique no link abaixo para ver a sequência. Vale a pena.

19 de set. de 2011

América Latina, mundo de droga

 Estudo da Comissão Mundial para Políticas Antidrogas mostra que "guerra às drogas" iniciada há quatro décadas pelo então presidente dos EUA, Richard Nixon, é um fracasso rotundo, contundente e irremediável. Bilhões de dólares e milhares de vidas mais tarde, a produção, o comércio e o uso das drogas ilegais continua crescendo a todo vapor. O maior mercado consumidor é os Estados Unidos, que consome anualmente cerca de 165 toneladas de cocaína. A América Latina entra com a produção e os mortos. O artigo é de Eric Nepomuceno.

 

Um estudo recente realizado pela Comissão Mundial para Políticas Antidrogas, que conta com o aval da ONU, chegou a uma conclusão óbvia, mas nem por isso menos eloqüente: o que o mundo anda fazendo para combater o uso de drogas ilegais, a tal "guerra às drogas" iniciada há quatro décadas pelo presidente norte-americano Richard Nixon, é um fracasso rotundo, contundente e irremediável. E a razão de terem chegado a essa conclusão é simples: bilhões de dólares e milhares de vidas mais tarde, a produção, o comércio e o uso das drogas ilegais continua crescendo a todo vapor. Aliás, cresce tanto que hoje em dia cocaína e heroína custam muito menos do que custavam há vinte anos.

Calcula-se que existam no mundo 270 milhões de usuários de drogas. Um Brasil e meio. Uma população 27 vezes maior que a de Portugal, quatro vezes e meia maior que a da França, seis vezes maior que a colombiana. Enfim, um número de pessoas que, reunidas, formaria o quarto país mais populoso do mundo.

O maior mercado consumidor é os Estados Unidos, que consome anualmente, segundo os cálculos mais fiáveis, cerca de 165 toneladas de cocaína. Em segundo lugar, mas avançando rapidamente, vem a Europa, que consome cerca de 124 toneladas anuais. Esses dois mercados são abastecidos basicamente pela produção latino-americana de cocaína, mais especificamente da região andina, ou seja, Bolívia, Peru, Colômbia e, em medida quase insignificante, Equador. A maior parte do que chega aos Estados Unidos passa pelo México, onde, aliás, se consome 17 toneladas anuais, deixando o Canadá, com suas 14 toneladas, para trás.

Para a Europa, outras rotas são mais utilizadas, levando a cocaína latino-americana via África do Sul e, em muito menor medida, através do Brasil.
Para a América Latina, esse mundo de droga produzida e negociada tornou-se um problema que em alguns países ameaça escapar de controle. Sabe-se bem da convulsão enfrentada pelo México, fala-se de como a Colômbia pouco a pouco procura voltar aos eixos, mas pouco ou nada se fala do que acontece nos países da América Central. Lá, pelo menos três países – El Salvador, Honduras e Guatemala – que mal se recompõem do flagelo de prolongadas guerras civis correm o gravíssimo risco de se tornarem vítimas terminais do crime organizado pelo narcotráfico.

Se economias aparentemente prósperas, se países que vivem tempos de bonança, enfrentam a ameaça de poderes paralelos formados pelos grandes cartéis de drogas, o que dizer de países pequenos, que mal cicatrizam as chagas de um passado recente? Vale recordar um estudo do Banco Mundial, indicando que, na América Central, o custo do crime e da violência corresponde a 8% do PIB da região.

Muito se menciona a Colômbia como exemplo bem sucedido da luta contra o tráfico de drogas. Um exame mais sereno e meticuloso mostra que a realidade não é bem essa. Diminuiu, e muito, a violência, é verdade. Mata-se e morre-se hoje menos do que há dez ou quinze anos. O volume de drogas exportadas, porém, permaneceu praticamente inalterado. Uma série de fatores que são impossíveis de se reproduzir em outros países funcionou na Colômbia, que, além de drogas, exportou o caos – basta ver o que acontecia há dez ou quinze anos no México e na América Central, e o que acontece agora. Ou seja, cura-se aqui enquanto feridas são abertas ali e acolá.

Resta ver, além do mais, que medidas os Estados Unidos pretendem tomar para impedir o fluxo de armas para os países exportadores de drogas. De cada dez armas aprendidas no México, sete saíram dos Estados Unidos. O governo colombiano detectou e apreendeu vários carregamentos de armas de pequeno calibre – revólveres, pistolas – despachados dos Estados Unidos pelo correio.

A questão é vasta e profunda, mas até agora não conseguiu levar a trilha alguma que seja capaz de encaminhar, se não para uma solução, ao menos para um paliativo eficaz. E nesse mercado em franca expansão, nessa festança macabra, enquanto norte-americanos e europeus continuam pondo os usuários, os latino-americanos continuam pondo as drogas e os mortos. Na Colômbia, perdeu-se a conta. No México, pelo menos 42 mil nos últimos cinco anos, e caminha-se rápido para a marca dos 50 mil.

Na América Latina, os produtores e exportadores de drogas são empresários bem sucedidos, sem dúvida. Lucram cada vez mais, e mostram que sabem defender seus interesses, não importa ao custo de quantas vidas.


Pena que esses latino-americanos, empreendedores bem sucedidos, tenham preferido manter seus negócios em nossas comarcas. Bem que poderiam seguir o exemplo dos plantadores de maconha na Califórnia. Lá, os empreendedores locais conseguiram um feito notável: hoje em dia, a maconha é o mais bem sucedido cultivo em todo o estado. Rende cerca de 14 bilhões de dólares por ano. Plantam, processam, comercializam – e nenhum latino-americano morre por causa deles.

6 de set. de 2011

Mudanças Climáticas: Conferência aponta caminhos



Secretário Carlos Nobre foi o conferencista dos <i>Grandes Debates</i> desta segunda-feira
Secretário Carlos Nobre foi o conferencista dos Grandes Debates desta segunda-feira
Após a apresentação do secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre, na Conferência sobre Mudanças Climáticas e Fenômenos (Des)Naturais, a tribuna do Plenário 20 de Setembro foi aberta para manifestações dos participantes. 


Assunto emblemático

O professor do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do Instituto de Geociências da UFRGS, geólogo Rualdo Menegat, fez considerações sobre o que chamou de “assunto emblemático do século 21”. Segundo ele, se no século XX as questões mais latentes estavam voltadas às guerras, hoje os esforços se voltam contra as mudanças (des) naturais. “Estamos dentro de um outro parâmetro na história civilizatória humana. Temos que enfrentar algo que nunca cogitamos no passado”. O professor afirmou também que as ocorrências climáticas são consequências de ações humanas, como é o caso da concentração populacional em cidades voltadas ao consumo desenfreado.

Sem consenso 

O presidente da Fepam, Carlos Fernando Niedersberg , afirmou que há no mundo certo consenso de que as mudanças climáticas são causadas, em grande medida, por ações humanas. Entretanto, segundo ele, está longe de haver um consenso sobre o que fazer para enfrentar o problema. Para Niedersberg, a solução passa por atacar os principais causadores dos desastres: o desmatamento de florestas e o uso de matrizes energéticas poluentes. Nesse sentido, o Rio Grande do Sul poderia dar sua contribuição ao se voltar para a utilização de uma matriz energética limpa. Contudo, o presidente da Fepam alerta para o fato de que a lógica econômica poderá conduzir o estado para o uso do pré-sal e das reservas de carvão. Caberá ao poder público, segundo Niedersberg, alterar essa decisão, o que será um desafio.

Tendência de agravamento 

Representando a coordenadoria da Defesa Civil, o major Alexandre Teixeira Santos anunciou que hoje há no estado 299 situações de emergência decretadas. “É notório que a situação é grave e a tendência é de agravamento”.  Segundo ele, o trabalho da Defesa Civil estadual está focado em oferecer qualificação aos gestores públicos municipais. Ele informou que boa parte das defesas civis dos municípios não estão estruturadas. “Temos muita defesa civil que é de papel. Ela existe por lei, mas na prática não existe. E quando existe, é deficitária”, disse. De acordo com Santos, no Brasil apenas 10% dos municípios apresentam defesas civis com estrutura adequada.
Em nome da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa, o deputado Jurandir Maciel saudou a Assembleia Legislativa pela realização do evento. Na opinião do parlamentar, a discussão ocorrida hoje tem a função de construir propostas que façam avançar o processo. Maciel colocou o órgão técnico à disposição dos presentes para futuros encaminhamentos havidos durante o debate.


Sociedade organizada 

Pela Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente (Apedema/RS), manifestou-se Fernando Campos Costa. Ele destacou a importância da participação forte de uma sociedade civil organizada para a evolução do tema. Disse que ainda hoje os movimentos ecologistas são vistos como aqueles que trancam o desenvolvimento. Defendeu que os fenômenos provocados pelas mudanças climáticas vistos no mundo não são (des) naturais, mas sim naturais, na medida em que o homem e suas ações  integram a natureza. Criticou o fato de que a Conferência Rio + 20, a ser realizada em 2012, terá como tema principal a economia verde e não a condição das vítimas ou dos afetados pelas alterações climáticas. Para ele, esta é a confirmação de que há a mercantilização até mesmo dos eventos sobre meio ambiente.


Novo Código Florestal 

Representante da Associação Gaúcha de Proteção ao Meio Ambiente (Agapan), Francisco Milanez defendeu que o Brasil deve se unir em prol da implementação do novo Código Florestal, que é, para ele, um dos principais instrumentos contra os desastres naturais no país.  Segundo Milanez, grande parte dos problemas ambientais estão ocorrendo devido ao assoreamento dos rios, que tem como causa principal a destruição das matas ciliares, reservas estas que o novo Código Florestal deseja ampliar. Ele afirmou que são contra o novo Código ‘agricultores de última categoria”, verdadeiros “exploradores rurais” que desejam aumentar um pouco suas áreas para produzir transgênicos. Ao final, pediu que a Assembleia Legislativa se una ao debate e à luta de forma efetiva. 
 
Bioma Pampa 

Pela Força Sindical/Força Verde, manifestou-se o engenheiro Lélio Falcão. Ele comemorou o fato de que a próxima edição do Fórum Social Mundial terá como tema principal o meio ambiente. Destacou que a entidade da qual faz parte tem, nos últimos anos, feito debates sobre a desertificação e sobre o Bioma Pampa, bioma este responsável pela integração latino-americana. Por fim, também fez uso da palavra o representante da Federação Rio-Grandense das Associações Comunitárias e de Bairro (FRACAB), Ivo Fortes dos Santos.

Últimas considerações 

Após a manifestação de entidades, o secretário retomou a palavra. Ele reiterou a necessidade de sistematização das informações meteorológicas para se avançar nos alertas de desastres ambientais e disse que a vida das pessoas não pode depender da iniciativa ou falta de iniciativa de prefeitos. Sobre o papel do Brasil no aquecimento global, disse que o país é "jogador pequeno" em relação a outros países, que sozinho não deverá alterar o quadro das emissões globais, mas que pode servir de exemplo. Também falou sobre o Código Florestal, que, na sua avaliação, deveria conter uma lei que regulasse a expansão das áreas urbanas.

Fonte: Vanessa Canciam - MTB 2060 | Agência de Notícias   13:37 - 05/09/2011
Edição: Sheyla Scardoelli - MTB 6727     Foto: Eduardo Quadros / Ag. ALRS

30 de ago. de 2011

Aleluia ! Planos ressarcirão SUS por atendimento de alto custo

  ANS passará a cobrar procedimentos como quimioterapia (tratamento de câncer); recursos arrecadados serão destinados ao FNS e aplicados em ações estratégicas.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou medidas que ampliam e dão maior agilidade ao processo de ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) pelos Planos de Saúde, quando seus consumidores forem atendidos pela rede pública. Além de internações que já eram cobradas, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) solicitará o reembolso de atendimentos ambulatoriais de alta complexidade, as chamadas APACs. Incluem–se neste grupo, por exemplo, a quimioterapia (tratamento do câncer), acompanhamento em saúde mental e o atendimento em Hospital Dia. O ressarcimento está previsto na lei dos Planos de Saúde (lei 9.656, de junho de 1998).

Outra novidade é a definição de novos critérios para a destinação dos recursos arrecadados pela agência. Com a publicação no Diário Oficial da União da lei federal número 12.469, fica estabelecido que a ANS repassará ao Fundo Nacional de Saúde (FNS) todo o valor recolhido a título de ressarcimento.“A destinação dos recursos ao FNS, é uma mudança importante já que agora se garante uma forma de que os recursos cobrados dos planos de saúde retornarem ao Sistema Único de Saúde, beneficiando a população”, afirma Padilha. Segundo ele, estes valores serão aplicados em ações estratégicas de saúde.

Até então, os valores eram destinados aos gestores do SUS, que transferiam à unidade de saúde prestadora do serviço. Agora, os recursos cobrados vão para o Fundo. Atualmente, a agência possui em caixa R$ 62 milhões em ressarcimento e ainda não transferidos aos estados. O montante será creditado ao FNS.

VALOR MÍNIMO -Atualmente, 46 milhões de brasileiros possuem planos de saúde para o atendimento médico hospitalar e ambulatorial. Somente em 2011 (de janeiro a julho), a ANS obteve ressarcimento de R$ 32,6 milhões cobrados junto às operadoras. O total supera a soma arrecada nos últimos quatro anos (R$ 27,6 milhões). A quantidade de Autorizações para Internações Hospitalares (AIHs) ressarcidas neste ano foi de 20.917.

Pela nova lei, a ANS também definirá critérios para a criação de um “Valor Mínimo de Cobrança”. Este mecanismo servirá para evitar a cobrança de procedimentos que possuem um “custo administrativo de cobrança” maior do que o próprio valor de ressarcimento a ser obtido.

O ministro Padilha considera que este conjunto de ações - somadas às medidas já adotadas – resultará em redução da defasagem entre o atendimento feito pelo SUS e sua cobrança junto à operadora de plano de saúde. Em 2010, este período era de dois anos. “Com o aprimoramento do sistema de informação e com esta mudança do valor mínimo, nossa expectativa é zerar a defasagem do período de cobrança em 2012.”
AVANÇOS – No início de agosto, a ANS publicou resolução ampliando o rol de procedimentos de saúde que devem ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde. São 69 itens incluídos. Entre os itens adicionados estão 41 cirurgias por vídeo, como refluxo gastroesofágico (tratamento cirúrgico) e cirurgia bariátrica (redução de estômago).

A obrigatoriedade de atendimento para os novos procedimentos vale a partir do dia 1º de janeiro de 2012 O rol de serviços beneficia usuários de planos de saúde contratados a partir de 1º de janeiro de 1999. A ANS informou que as mudanças foram feitas por um grupo técnico composto por representantes da Câmara de Saúde Suplementar, que inclui órgãos de defesa do consumidor, representantes de operadoras e de conselhos profissionais, entre outros.

Fonte: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/

Mundanças climáticas: Meat The Truth - Uma verdade mais que inconveniente

Especulação financeira explica a fome no Chifre da África

Após a eclosão da crise financeira global de 2008, especuladores retiraram recursos de ativos de altíssimo risco e apostaram nos papéis de commodities, diz o economista Ladislau Dowbor à Carta Maior.  Com os preços nas alturas, acesso à comida ficou mais restrito. Ações contra a tragédia humanitária no Chifre da África, onde fome atinge 12 milhões de pessoas, foram discutidas nesta quinta (25) na FAO, em Roma.

Marcel Gomes

SÃO PAULO - Não é a seca, mas sim a especulação financeira nas bolsas a causa mais profunda do drama humanitário existente hoje no Chifre da África, em especial na Somália. A análise é do professor Ladislau Dowbor, da PUC-SP, um especialista em questões africanas e desenvolvimento econômico.


Após a eclosão da crise financeira global de 2008, explica o economista, especuladores retiraram seus recursos de ativos de altíssimo risco e apostaram nos papéis de commodities, puxando as cotações para cima. O índice de preços de alimentos da FAO, agência das Nações Unidas para a agricultura e a alimentação, marcava 234 pontos em junho passado, 39% acima do registrado no mesmo mês de 2010.


O resultado: mais dificuldade de acesso à comida, sobretudo nas áreas mais vulneráveis do planeta.


"Sem resolver isso, criando uma taxa planetária para onerar a especulação e ainda levantar fundos para um programa de recuperação mundial, a fome continuará sendo uma tragédia comum", disse Dowbor à Carta Maior.


De acordo com o economista, a questão não atinge apenas países africanos, mas é mundial e está presente inclusive na América Latina. "Fala-se muito sobre a crise do Chifre da África hoje, mas a fome é um problema diário e mundial. Há 180 milhões de crianças passando fome no mundo e 11 milhões delas morrem todos os anos por um motivo ridículo. Isso não é causado pela crise de agora", ressalta.


Dados da FAO apontam que o número de famintos no planeta saltou, durante a crise financeira, de 900 milhões para 1,2 bilhão de pessoas. No Chifre da África, que tem ocupado as manchetes diante da onda migratória gerada pela fome, são 12 milhões sem comida suficiente.


Segundo Dowbor, a crise nessa região africana torna-se ainda mais dramática porque "Estados falidos" têm menos condições de administrá-la. "Falidos não apenas financeiramente, mas do ponto de vista institucional. São Estados que têm dificuldade de manter até políticas públicas relativamente simples, como coleta de lixo", diz o professor da PUC-SP. No caso da Somália, uma guerra civil está agravando ainda mais a situação.


Encontro na Itália

Altos representantes dos 191 países membros da FAO, outras agências do sistema ONU e organizações internacionais e não governamentais estiveram reunidos nesta quinta-feira (25), em Roma, a fim de discutir soluções para a crise humanitária no Chifre da África. Segundo despacho da FAO, o diretor-geral da entidade, Jacques Diouf, pediu atitudes urgentes.


"Os efeitos combinados da seca, inflação e conflito criaram uma situação catastrófica que requer com urgência o apoio internacional", afirmou.


Presente no encontro, o ministro da Agricultura da França, Bruno Le Maire, pediu a implementação do plano de ação sobre a alta dos preços dos alimentos discutido pelos ministros de Agricultura do G-20 em junho - "em especial com relação à coordenação internacional de políticas, à produção e produtividade agrícolas e às reservas de alimentos destinadas a emergência humanitária".


Além disso, a ONU aposta na execução do "Plano de ação para o Chifre da África", criado pelo do Comitê Permanente dos Organismos da ONU (IASC, sigla em Inglês). O plano, elaborado pela FAO, o Programa Mundial de Alimentos da ONU e a ONG Oxfam, prevê trabalho conjunto com os governos nacionais da região - como Somália, Quênia, Uganda e Eritréia - para reforçar estruturas locais de ajuda humanitária e de apoio aos agricultores.


Apesar da mobilização internacional, Ladislau Dowbor não é otimista. "Com a Europa e os Estados Unidos em crise, os problemas internos passam a gerar mais preocupação do que tragédias internacionais", lamenta-se ele, que vê essa posição dos países ricos como um equívoco. Ele explica:


"A época de ouro da Europa, entre 1945 e 1975, foi justamente um perído em que se olhou para os pobres e distribuiu-se renda, com elevada taxa de imposto e construção de infra-estrutura. Isso gerou uma sociedade mais equilibrada e mais dinâmica em termos econômicos. Uma saída para a resolver a crise atual seria seguir essa estratégia, com os países do norte encarando os do sul como uma oportunidade, e não uma ameaça", propôs o economista.


Fonte: Carta Maior

23 de ago. de 2011

“Estadão” crava a espada em Dilma


Por Rodrigo Vianna

A foto está na página A-7, na edição impressa do Estadão. Dilma surge levemente arqueada, e a espada de um cadete parece trespassar o corpo da presidenta. Abaixo da foto, o título “Honras Militares” – e um texto anódino, sobre a participação de Dilma numa cerimônia militar.

Faço a descrição minuciosa da foto porque a princípio só contava com uma reprodução de má qualidade (tive que fotografar a página do jornal com uma máquina amadora). Mas um amigo acaba de me mandar a imagem por email – e essa está um pouco mais nítida. Estranhamente, não encontro a foto no site do Estadão. Talvez apareça naquela versão digital para assinantes…

O editor deve ter achado genial mostrar a presidenta como se estivese sendo golpeada pelas costas. É a chamada metáfora de imagem. Mas, expliquem-me: qual a metáfora nesse caso? O que a foto tinha a ver com a solenidade de que fala o jornal? Há, no meio militar, quem queira golpear Dilma pelas costas? O jornal sabe e não vai dizer?

Ou, quem sabe, a turma do “Estadão” tenha achado graça em “brincar” com a imagem. No mínimo, um tremendo mau gosto com uma mulher que já passou por tortura na mão de militares, e hoje é a presidenta de todos os brasileiros.

Sintomático que a foto não apareça ao lado da mesma notícia na edição digital. Alguém deve ter pensado melhor e concluído: não vai pegar bem.

Por isso tudo, sou levado a pensar que Freud talvez explique a escolha da foto: a mão militar, na imagem, cumpre a função de eliminar a presidenta. E, com isso, talvez agrade a certa parcela dos leitores do jornal. Passeando pelo site do Estadão, é comum ver a presidenta chamada de “terrorista”.

Somália: Um grito mudo, escrito por Frei Beto

A foto do jornal me causou horror. A criança somali lembrava um ET desnutrido. O corpo, ossinhos estufados sob a pele escura. A cabeça, enorme, desproporcional ao tronco minguado, se assemelhava ao globo terrestre. A boca – ah, a boca! – escancarada de fome emitia um grito mudo, amargura de quem não mereceu a vida como dom. Mereceu-a como dor.

Ao lado da foto, manchetes sobre a crise financeira do cassino global. Em dez dias, as bolsas de valores perderam US$ 4 trilhões. Estarrecedor! E nem um centavo para aplacar a fome da criança somali? Nem uma mísera gota de alívio para tamanho sofrimento?

Tive vergonha. Vergonha da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que reza que todos nascemos iguais, sem propor que vivamos com menos desigualdades. Vergonha de não haver uma Declaração Universal dos Deveres Humanos. Vergonha das solenes palavras de nossas Constituições e discursos políticos e humanitários. Vergonha de tantas mentiras que permeiam nossas democracias governadas pela ditadura do dinheiro.

US$ 4 trilhões derretidos na roleta da especulação! O PIB atual do Brasil ultrapassa US$ 2,1 trilhões. Dois Brasil sugados pelos desacertos dos devotos do lucro e indiferentes à criança somali.


Neste mundo injusto, uma elite privilegiada dispõe de tanto dinheiro que se dá ao luxo de aplicar o supérfluo na gangorra financeira à espera de que o movimento seja sempre ascendente. Sonha em ver sua fortuna multiplicada numa proporção que nem Jesus foi capaz de fazê-lo com os pães e os peixes. Basta dizer que o PIB mundial é, hoje, de US$ 62 trilhões. E no cassino global se negociam papéis que somam US$ 600 trilhões!

Ora, a realidade fala mais alto que os sonhos e a necessidade que o supérfluo. Toda a fortuna investida na especulação explica a dor da criança somali. Arrancaram-lhe o pão da boca na esperança de que a alquimia da ciranda financeira o transformasse em ouro.


À criança faltou o mais básico de todos os direitos: o pão nosso de cada dia. Aos donos do dinheiro, que viram suas ações despencarem na bolsa, nenhum prejuízo. Apenas certo desapontamento. Nenhum deles se vê obrigado a abrir mão de seus luxos.

Sabemos todos que a conta da recessão, de novo, será paga pelos pobres. São eles os condenados a sofrerem com a falta de postos de trabalho, de crédito, de serviços públicos de qualidade. Eles padecerão o desemprego, os cortes nos investimentos do governo, as medidas cirúrgicas propostas pelo FMI, o recuo das ajudas humanitárias.

A miséria nutre a inércia dos miseráveis. Antevejo, porém, o inconformismo da classe média que, nos EUA e na União Europeia, acalentava o sonho de enriquecer. A periferia de Londres entra em ebulição, as praças da Espanha e da Itália são ocupadas por protestos. Tantas poupanças a se volatilizarem como fumaça nas chaminés do cassino global!

Temo que a onda de protestos dê sinal verde ao neofascismo. Em nome da recuperação do sistema financeiro (dirão: “retomada do crescimento”), nossas democracias apelarão às forças políticas que prometem mais ouro aos ricos e sonhos, meros sonhos, aos pobres.

Nos EUA, a derrota de Obama na eleição de 2012 revigorará o preconceito aos negros e o fundamentalismo do “tea party” incrementará o belicismo, a guerra como fator de recuperação econômica. A direita racista e xenófoba assumirá os governos da União Europeia, disposta a conter a insatisfação e os protestos.

Enquanto isso, a criança somali terá sua dor sanada pela morte precoce. E a Somália se multiplicará pelas periferias das grandes metrópoles e dos países periféricos afetados em suas frágeis economias.

Ora, deixemos o pessimismo para dias melhores! É hora de reacender e organizar a esperança, construir outros mundos possíveis, substituir a globocolonização pela globalização da solidariedade. Sobretudo, transformar a indignação em ação efetiva por um mundo ecologicamente sustentável, politicamente democrático e economicamente justo.

 Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Barros, de “O amor fecunda o Universo – ecologia e espiritualidade” (Agir), entre outros livros. http://www.freibetto.org/>  twitter:@freibetto.

22 de ago. de 2011

Governo lança Banco de Terras Públicas

Será lançado hoje (22), às 11hs, no Salão Negrinho do Pastoreio no Palácio Piratini, a assinatura do decreto que cria o Banco de Terras. Segundo Marcel Frison, secretário de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano, o Banco de Terras Públicas é uma carteira que abrigará um conjunto de áreas de domínio do Estado passíveis de serem utilizadas para fins habitacionais.

Marcel destaca que neste primeiro momento, está composto por áreas públicas do Estado desocupadas e em condições de habitabilidade, localizadas em municípios com população acima de 30 mil habitantes.

Esta composição inicial é dimensionada por 58 áreas livres, em 31 municípios perfazendo um total de 230 hectares (ou 230.000 m²). Estima-se o assentamento de 20 mil famílias nesta primeira fase, o que significará (20 mil x 50 mil reais em média) investimentos da ordem de 1 bilhão de Reais que serão aportados na economia gaúcha e o atendimento de cerca de 80 mil gaúchos e gaúchas.

Os próximos passos, segundo Frison, será identificar novas áreas em municípios com população abaixo de 30 mil habitantes; áreas subaproveitadas, ou seja, que estejam ocupadas, mas detenham espaço suficiente para a utilização, sem prejuízo do destino original, para fins habitacionais (como por exemplo: escolas, áreas de reserva que não serão utilizadas das estatais e autarquias, áreas em cessão de uso, etc.). Além disso, o Banco de Terras acolherá doações de áreas da União, dos municípios e de pessoas físicas e jurídicas. Deverá, inclusive, ser o depositário de áreas que sejam objeto de contrapartidas de empreendimentos privados diversos e de termos de ajuste de condutas (TACs).

O Banco de Terras, explica o secretário, compreende um processo dinâmico e permanente, na medida em que, as reservas imobiliárias do Estado são significativas e a todo o momento o mesmo recebe áreas em pagamento de processo judiciais, por doação, por desapropriações com fins diversos e modifica o uso dos seus imóveis por razões administrativas.

19 de ago. de 2011

Dilma e a guerra que se anuncia

Dilma e a guerra que se anuncia

Por Leandro Fortes, No Brasília, eu vi
O movimento era previsível e as razões óbvias, mas não deixa de ser perturbadora a investida dos grandes grupos midiáticos ao governo da presidenta Dilma Rousseff, depois de um curto período de risível persistência de elogios e salamaleques cujo único objetivo era o de indispô-la – e a seu eleitorado – com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Digo que era um movimento previsível não apenas por conta do caráter ideologicamente hostil dos blocos de mídia com relação a Dilma, Lula, PT ou qualquer coisa que abrigue, ainda que de forma distante, relações positivas com movimentos sociais, populares e de esquerda. A previsibilidade da onda de fúria contra o governo também se explica pela transição capenga feita depois das eleições, um legado de ministros e partidos de quinta categoria baseado numa composição política tão ampla quanto rasa, e que, agora, se desmancha no ar.

Assim, pode-se reclamar da precariedade intelectual da atual imprensa brasileira, da sua composição cada vez mais inflada de jornalistas conservadores, repórteres raivosos e despolitizados, quando não robotizados por manuais de redação que os ensina desde a usar corretamente o hífen, mas também como se comportar num coquetel do Itamaraty. Mas sobre a indigência do comportamento da base aliada, é tudo verdade, como também é verdade que, ao herdar de Lula essa miríade de ministros-jabutis colocados na Esplanada dos Ministérios, Dilma aceitou iniciar o governo com diversos flancos abertos, a maioria resultado da aliança com o PMDB, e se viu obrigada a fazer essa tal “faxina” pela mídia, embora se negue a admiti-lo, inclusive em recente entrevista à CartaCapital.

Dilma caminha, assim, sobre a mesma estrada tortuosa do primeiro ano do primeiro mandato de Lula, quando o ex-operário chegou a crer, cegado pela venda de inacreditável ingenuidade, que as grandes corporações de mídia nacionais, as mesmas que fizeram Fernando Collor derrotá-lo, em 1989, poderiam ser cooptadas somente na base do amor e do carinho. Dessa singela percepção infantil adveio a crise do “mensalão”, a adoção sem máscaras do jornalismo de esgoto nas redações brasileiras, a volta do golpismo como pauta de reportagem e a degeneração quase que absoluta das relações entre o poder público e a imprensa.

Em 2010, agregados ao projeto de poder do PSDB e de seu cruzado José Serra, os grupos de mídia formaram um único e poderoso bloco de oposição e montaram um monolítico aríete com o qual tentaram derrubar, diuturnamente, a candidatura de Dilma Rousseff. Não fosse a capacidade de comunicação de Lula com as massas e a conseqüente transferência de votos para Dilma, essa ação, inconseqüente e, não raras vezes, imoral, teria sido vitoriosa. Perdeu-se, contudo, na inconsistência política de seus líderes, na impossibilidade de comparação entre os dois projetos de País em jogo e, principalmente, na transfiguração final – triste e patética – de Serra num fundamentalista religioso, homofóbico e direitista, cuja carreira política se encerrou na melancólica e risível farsa da bolinha de papel na careca.

Ainda assim, Dilma Rousseff foi comemorar os 90 anos da Folha de S.Paulo, sob alegada conduta de chefe de Estado, como se não tivesse sido o jornalão da Barão de Limeira o primeiro condutor do circo de mídia montado, em 2010, para evitar que ela chegasse à Presidência. Foi a Folha que publicou, na primeira página, uma ficha falsa da então candidata, com o intuito de vendê-la como fria guerrilheira de outrora, disposta a matar e seqüestrar inocentes, sequer para lutar contra a ditadura, mas para implantar no Brasil uma ditadura comunista, atéia e, provavelmente, abortista. O fim da civilização cristã no Brasil. Dilma sobreviveu à tortura e à prisão, mas não conseguiu escapar dessa armadilha, e foi lá, comemorar os 90 anos da Folha. Agora, instada a fazer a tal “faxina”, talvez esteja recebendo um salutar choque de realidade.

O fato é que o embate entre as partes, haja ou não uma Lei dos Meios, nos moldes da legislação argentina, não é só inevitável, mas também inadiável. A presidenta reluta, naturalmente, em iniciar um conflito entre a lei e os meios de comunicação, não é por menos. Ela sabe o quanto foi dura e a ainda é a vida dos colegas vizinhos da Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador e Paraguai com os oligopólios locais. Faz poucos dias, um jornalista brasileiro, encastelado numa dessas colunas de horror da imprensa nativa, chamou a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, de “perua autoritária”, em resposta a leitores que lhe enviaram comentários indignados com um texto no qual ele a acusava, Cristina, de usar o próprio luto (o marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, morreu em outubro do ano passado) para fins eleitorais. Implícito está, ainda, a questão do machismo (a “faxina” da nossa presidenta), ou melhor, a desenvoltura do chauvinismo, ainda isento de freios sociais eficazes.

Tenho cá minhas dúvidas se o mesmo jornalista, profissional admirado e reconhecido por muitos, teria coragem de se referir ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como “pavão engabelado”, apenas para ficar na mesma alegoria do mundo animal atribuída a Cristina Kirchner, por ter posado de pai amantíssimo ao assumir, 18 anos depois, a paternidade de um filho da jornalista Miriam Dutra, da TV Globo – e, aos 80 anos, descobrir que caiu no golpe da barriga. Passou dois mandatos refém da família Marinho por conta de um menino que não era dele. Algum comentário sarcástico nas colunas e blogs da “grande imprensa” a respeito? Necas de pitibiriba. Com a presidenta argentina, mulher que enfiou o dedo na cara de um grupo midiático “independente” que sustentou uma ditadura nazista, responsável pelo assassinato de 20 mil pessoas, o colunista, contudo, se solta e se credencia a nos fazer rir.

Duvido que Cristina Kirchner fosse ao aniversário do Clarín.

A Reforma Política, por Raul Pont


Discurso proferido pelo deputado Raul Pont  (PT) na 
sessão plenária da Assembleia Legislativa em 18/08/2011

Hoje, a imprensa noticia uma síntese do anteprojeto que será discutido na comissão especial da Câmara dos Deputados para encaminhar a reforma eleitoral, dando conta de que alguns desses itens são bastante polêmicos, em especial a inovação à brasileira de tentar estabelecer um sistema híbrido, misto, reconhecendo a necessidade da lista, e de que isso é um avanço para superar o anacronismo do voto individual existente no Brasil.

Conversei com o deputado Henrique Fontana, antes da apresentação desse relatório, e sei que o seu trabalho é resultado de uma pressão muito forte dentro da comissão e que, sem essa abertura, sem a possibilidade de criação desse sistema misto, essa matéria não teria condições de tramitar na Câmara Federal. 

Repito o que havia dito ao deputado Henrique Fontana: se é para fazer uma lista mista com voto em lista e com a possibilidade de o eleitor votar individualmente em qualquer partido, distinto inclusive daquele voto em lista dado em primeiro lugar, estaremos diante de um verdadeiro frankenstein, estaremos diante de um retrocesso e não de uma possibilidade de avançar.

Não é possível se ter sistema de financiamento público com a manutenção do voto individual. Ora, se vamos ter voto individual, como está previsto no sistema misto, é possível, portanto, ter campanhas individuais. Se for impossível, porque a lei irá proibir, imaginemos o que vai acontecer. Se o cidadão não confia na lista ou não está no lugar razoável da lista, será estimulado, incentivado a cometer um crime, terá que buscar votos individuais. E como fará isso sem propaganda individual? E como fará propaganda individual se precisar de recursos? Caímos no mesmo problema vigente hoje.

Portanto, se o relator, deputado Henrique Fontana, está sendo pressionado para que somente assim esta matéria transite, entendo que devemos fazer algumas cobranças. A principal insistência vem do PMDB, vem do próprio vice-presidente da República, Michel Temer, que inclusive quer mais do que isso, quer o distritão como alternativa, ou seja, a vigência do poder econômico absoluto. 

Segundo levantamento feito na Câmara Federal por um instituto especializado em acompanhamento dos sistemas eleitorais no Brasil, das 513 campanhas mais caras do País, 370 são de cidadãos que foram eleitos. Essa é a expressão mais acabada do poder econômico, é a prova da subordinação crescente que o sistema que temos está conduzindo para que a eleição seja um resultado exclusivo daquele poderio.

Quero registrar aqui em meu nome, como parlamentar, que conversaremos com os deputados federais, com a nossa bancada em Brasília, para que essa matéria não transite como proposta cabível neste momento.
É inadmissível aceitarmos um tipo de lista individual. Quem vai fazer a proporcionalidade? Quem a estabelecerá? É lista fechada ou voto individual? Quem vai proibir o cidadão que é candidato individualmente a não fazer campanha individual, a não buscar recursos por conta? Mesmo que seja proibido por lei! Quer dizer, não tem cabimento, não tem sentido, não tem lógica.

Entendo que nossos partidos devem se manifestar sobre isso. Devemos entrar em contato com o relator e com os membros da comissão. O nosso papel é pressionar os partidos para que abram mão dessa proposta. Estamos diante de um verdadeiro frankenstein da política brasileira. Vamos gerar um monstro pior do que o sistema atual, porque este já sabemos como funciona e o estamos combatendo.
Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

A cleptocracia nacional

Faz muito bem a Policia Federal e Receita Federal em dar ampla divulgação sobre a prisão dos mega sonegadores de impostos. Geralmente, os que mais sonegam, são os mesmos que bradam o discurso do imposto zero, adoram uma isenção fiscal, e ainda usam aquele adesevinho ridiculo do NÃO ao CPMF em suas caminhonetas importadas zero km .  Para mim, o ideal seria taxar com  impostos maiores as grandes fortunas no Brasil e reduzir a tributação ou até zerar sobre os produtos da cesta básica dos trabalhadores (arroz, feijão, azeite, frutas, verduras etc). Nesta mesma linha, o SUS deveria ter o direito de ser ressarcido pelos espertos planos privados de saúde, que se negam a pagar os serviços dados aos seus clientes quando utilizam um HPS ou algum tipo de atendimento especial do sistema único (quimioterapia,radioterapia).

Mas voltando para o tema da corrupção e da cleptocracia nacional, o problema, na minha opinião, é que a grande mídia adora focar a corrupção apenas pela ótica do Congresso, Assembleias e dos executivos (municipais e estaduais), dando a entender que todo o político é corrupto e que a prática da democracia é uma coisa desonesta.  A grande mídia sempre passou a mão na cabeça dos corruptores, geralmente donos de empreiteiras, de agências de publicidade, banqueiros e grandes especuladores.

Para mim, os verdadeiros atos de corrupção que deveriam ser combatidos estão no dia a dia de todo o brasileiro, nas falcatruas fiscais de algumas empresas, ou de dirigentes de determinadas entidades de classe que, em muitos casos, se aproveitam do status de suas instituições para tirar benefícios pessoais em detrimento de toda classe que representam. Leia-se benefício no aspecto amplo (político também).

Tenho certeza que temos instituições preparadas para combater a corrupção no Brasil, no entanto, precisamos é exigir mudanças na legislação para agilizar o combate à corrupção, e também mudar a mentalidade da população, que tem que saber que tanto o grande quanto o pequeno tem os mesmos direitos e deveres. Para isso, é preciso reformar as leis existentes, pois às que que existem garantem aos corruptos recursos infindáveis via o judiciário brasileiro. 

18 de ago. de 2011

Nossa cidade é nossa segunda casa

É impressionante o desleixo da população de Porto Alegre com o patrimônio público, e da mesma forma a atuação dos órgãos responsáveis pela manutenção da cidade. Ontem, por exemplo, pude perceber que a EPTC ou seja lá que for, colocou barras de aço, ao invés de guard rails,  para proteger postes em avenidas da zona sul da cidade, com o intuito de impedir que numa colisão de um veículo com o poste, o segundo leve a pior. Porém, dá pra ver claramente que essas barras são verdadeiras assassinas em estado de dormência, pois caso algum veículo (moto,carro etc) derrape e venha a bater contra essas estruturas, o condutor será literalmente atorado ao meio. Aliás,a EPTC tem um delay em suas ações impressionante, além é claro da má vontade em atender as solicitações. 

Outra coisa que me incomoda são as tampas de boeiros, que geralmente formam panelas ou estão 10 cm mais alta que o nível da rua. Aliás, falando em ruas, parece que Porto Alegre tem na composição do asfalto o Sal de Eno ou o Sonrisal, pois se desmancham na primeira água que cai na cidade.

O cidadão de Porto Alegre, na sua maioria, também não está nem ai para a sua calçada, que na grande maioria dos bairros, são repletas de buracos, não possuem acessibilidade para pessoas com deficiência e geralmente são tomadas pelo mato.

Sobre o lixo, não preciso dizer mais nada, pois é comum ver gente grande em seus carrões desovando lixo em praças e em áreas de preservação.

Não consigo entender como as pessoas não conseguem cuidar e dar valor para o que é seu, pois, para mim, a cidade onde vivo é a minha segunda casa. Lamentável !

11 de ago. de 2011

Código Florestal deve ser votado na CCJ até dia 31, diz relator

O relator do projeto de lei que atualiza o Código Florestal Brasileiro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Luiz Henrique (PMDB-SC), disse nesta quarta-feira (10) à Agência Brasil que pretende apresentar seu parecer até o dia 24 e, se não houver pedido de vista, votá-lo até dia 31.

Luiz Henrique, que também foi indicado para relatar a matéria nas comissões de Agricultura e de Ciência e Tecnologia, disse que tem conversado “frequentemente” com o senador Jorge Viana (PT-AC), relator do Código Florestal na Comissão de Meio Ambiente, para organizar um calendário semelhante de apreciação e votação da proposta nas comissões. Uma vez aprovado o mérito do projeto na CCJ, Luiz Henrique garantiu que apresentará um só relatório nas outras duas comissões.

Já Jorge Viana disse à Agência Brasil que pretende convidar o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que relatou o Código Florestal na Câmara, para detalhar seu relatório aos senadores. “Vou seguir o que feito pelo Aldo, por isso acho importante que ele, como autor do relatório aprovado pelos deputados, participe da discussão no Senado”, argumentou o senador petista.

Por Agência Brasil.

7 de ago. de 2011

La Maison est tombé ? BC Europeu faz reunião de emergência com medo da 2ª feira

O Conselho de Governo do BCE examina possibilidade de começar a comprar a dívida italiana e evitar outra queda drástica nos mercados financeiros, similar à registrada na última semana. Na sexta-feira, as bolsas de valores de todo o mundo sofreram fortes quedas, ante às persistentes preocupações sobre a dívida nos países da zona euro e o rebaixamento da dívida dos Estados Unidos. A combinação da situação vivida na zona euro e a degradação creditícia dos Estados Unidos que provocam o temor de uma nova queda das bolsas internacionais.

O Banco Central Europeu (BCE) convocou uma reunião de emergência para esse domingo com o objetivo de analisar a crise da dívida nos países da zona euro e os efeitos da degradação da nota da dívida dos Estados Unidos, a fim de evitar o colapso dos mercados. Em um comunicado, o BCE anunciou que, durante o encontro, o Conselho de Governo do BCE examinará a possibilidade de começar a comprar a dívida italiana e evitar outra queda drástica nos mercados financeiros, similar à registrada na última semana.

Na sexta-feira, as bolsas de valores de todo o mundo sofreram fortes quedas, ante às persistentes preocupações sobre a dívida nos países da zona euro e o rebaixamento da dívida dos Estados Unidos. A agência classificadora de risco Standard & Poor’s rebaixou, sexta-feira, a qualificação creditícia estadunidense de “AAA” para “AA+”, um duro golpe para a maior economia do mundo, que poderia levar a pique novamente os mercados.

É precisamente a combinação da situação vivida na zona euro e a degradação creditícia dos Estados Unidos que provocam o temor de uma nova queda das bolsas internacionais. Neste domingo, a Bolsa de Valores de Israel suspendeu suas operações, depois de uma forte queda de 6% durante os primeiros movimentos do dia, um dia útil na maioria dos países do mundo árabe.

A reunião de emergência do BCE, convocada para a tarde deste domingo, soma-se a outras convocadas por vários países e organizações para tentar acalmar os mercados e tomar medidas concretas antes da abertura das bolsas de valores nesta segunda.

O incremento dos níveis da dívida, o leve crescimento e a incerteza na zona euro provocaram inquietação na Espanha e na Itália, principalmente, ante o temor de que vivam uma situação similar a da Grécia. Segundo analistas, o BCE poderia estar se preparando para reduzir a tensão e gerar certa tranquilidade nos mercados.

Tradução: Katarina Peixoto

FONTE:www.cartamaior.com.br