22 de ago. de 2014

Tarso Genro: Quem fez mais contra a crise financeira do RS?


Quem fez mais contra a crise financeira do RS?

É importante ressaltar, para uma boa leitura da ZH de hoje, no que concerne a dívida do Estado, medidas fundamentais, de natureza estrutural, que o atual governo teve a coragem de tomar para combater este legado de décadas, consolidado com o acordo feito pelo Governo Britto em 98:

1. Parece incrível, mas o jornal não sabe que o atual governo - com maioria na Assembleia - já aprovou o Fundo de Aposentadoria, que vincula todos os novos servidores públicos, vencendo as resistências das altas corporações que tentaram brecar o projeto no Legislativo; repito, o jornal desconhece que esta questão está solucionada, por iniciativa do atual Governo;

2. Não é verdadeira a afirmativa de que a modificação dos indexadores só tem efeitos "no longo prazo": imediatamente, nós abateremos da dívida do Estado mais ou menos R$ 15 bilhões, abrindo um espaço de financiamento imediato de US$ 1 bilhão! Ora, se isso não é considerado uma conquista extraordinária (reduzir a dívida e abrir novo espaço fiscal!), é porque o olhar sobre o tema é ideológico e distorcido.

E esse olhar está revelado na crítica aos aumentos dados aos funcionários públicos, que sofriam um brutal arrocho salarial. Ou seja, abater da dívida R$ 15 bilhões não é nada, mas voltar ao arrocho é uma boa solução. Trata-se, na verdade, de passar como mercadoria-notícia uma "tese" sobre o Estado: para ter solução é preciso pagar mal os servidores e, portanto, rebaixar a qualidade dos serviços públicos.

De outra parte, convém lembrar que uma das maiores pressões sobre o caixa do tesouro são as requisições de valores e os precatórios. Originários de onde, principalmente? Dos aumentos dados pela famosa "Lei Britto", que não foram pagos pelos sucessivos Governos e que estouraram agora. Essa deve ser a qualidade de gestão recomendada pelo Editorial de ZH.


Venho dizendo - desde o início do meu Governo - que não temos divergência sobre o fato de que existe uma crise financeira estrutural no Estado. A divergência é sobre como sair dela. O nosso Governo, com o Fundo de Aposentadoria já aprovado e com a reestruturação da dívida, já acordada, deu dois passos fundamentais para uma saída de médio e longo prazo. Quem não reconhece isso, ou está em campanha eleitoral, ou não gosta de lidar com o mundo real, porque ele desmente suas utopias de direita fundadas na ideologia do Estado Mínimo.

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