3 de jan. de 2012

Despachódromo já

Basta caminhar pela orla do Guaíba para verificar a quantidade de lixo depositado às margens do rio, sendo que muitos desses dejetos são trazidos e devolvidos para seus criadores, ou seja, nós. No entanto, há lugares cada vez piores de andar, onde é quase impossível caminhar ou apreciar a vista sem ter que tapar o nariz para o cheiro proveniente dos restos de oferendas em decomposição, aglutinados em grandes bandejas envoltas em sacos plásticos, balas, papeis, velas etc.

Quem vai ao rio para apreciar a beleza da paisagem volta com a sensação de que o Guaíba, em grande parte da extensão destinada ao passeio,  se transformou num despachódormo a céu aberto. São mais de quatro quilômetros (Ipanema, Guarujá) onde é possível identificar restos de oferendas. Muitos desses locais são de difícil acesso à limpeza e os restos acabam sendo levados para dentro dos rios ou para a mata nativa que circunda a orla.

Entendo que a cidade precisa ter um local específico para esse tipo de cerimônia, onde os restos deixados após a cerimônia podem ser totalmente retirados e o local devidamente higienizado, dando a oportunidade para que milhares de outras pessoas também possam, numa linguagem faceboquiana, curtir um lugar limpo junto com sua família e amigos. Acompanho o esforço dos agentes do DMLU para tal feito, porém, quando o plástico e os restos de animais apodrecem dentro das águas, já não há o que esses trabalhares possam fazer.

Minha dica é que a prefeitura da capital, em conjunto com a Câmara de Vereadores, comunidade interessadas e religiões  de matriz africana possam encontrar um entendimento sobre esse assunto. Na minha opinião, todos têm o direito de usufruir da beleza do rio, seja para fins de passeio, esporte ou até mesmo religioso.