31 de dez. de 2010

Porto Alegre sofre de envelhecimento precoce

O lixo acumulado nas ruas esburacadas e mal cuidadas já não é novidade para os porto-alegrenses,. Na minha opinião, a nossa Capital vive um dos seus piores momentos na questão da prestação de serviços públicos e na gestão da cidade como um todo. O próprio prefeito José Fortunati parece não estr satisfeito com a qualidade da sua equipe e prometeu fazer uma limpa na virado do ano. No entanto, o problema está no conjunto da obra.

A passagem de Fogaça e a permanência de seus aliados  na  prefeitura  de Porto Alegre  fez a cidade envelhecer de forma precoce. Aliás, o ex-prefeito se elegeu prometendo mudar o que estava ruim e deixar o que estava bom, no entanto, o que se viu foi bem ao contrário. A cidade que respirava cultura, fazia grandes debates e era referência nacional em educação, em saúde e no transporte público, aos  poucos foi perdendo suas referências, saindo da editoria da política e caindo direto nas colunas policiais.

A gota d'água foi o misterioso assassinato do vice-prefeito Eliseu Santos, que  revelou  para a sociedade  que sua morte tem fortes indícios de queima de arquivo e de corrupção na área da saúde da Capital.  Da mesma forma, a Policia Federal  desbaratou uma quadrilha que desviava recursos públicos do Projovem.  Como se tudo isso não bastasse, em novembro deste ano dois vereadores do PDT , ex-titulares da pasta da Juventude se acusaram mutuamente de formação de quadrilha, apontando desvios de recursos públicos. na pasta que comandaram.  As duas CPIs criadas para investigar os problemas nas pastas da Saúde e da Juventude foram abafadas na Câmara pela base aliada e até agora nada foi esclarecido. 

 Outra situação precária é no setor da fiscalização de obras e serviços  prestados pela prefeitura. É comum ver praças abandonadas, calçadas esburacadas, ruas e avenidas com a camada asfaltica destruída, além da ausência total de  atividades culturais para a população. São raros os casos de recuperação e revitalização das vias públicas e de seus equipamentos, e na maioria dos casos,  são obras de compensação  de grandes empreendimentos econômicos (shoppings etc) ou de empresas que adotam determinados locais tendo como troca a utilização dos espaços públicos para publicidade.

A falta de planejamento na coleta de lixo no natal é apenas um dos problemas que vem se acumulando ao longo do tempo, e a cada ano a questão do declínio da qualidade do transporte público  se agrava, bem como o abandono de nossas vilas populares.

Outra situação que se agrava é a especulação imobiliária em áreas ambientais e a construção civil  que avança em ritmo frenético. A cada mês novos prédios surgem na cidade, fazendo brotar gente , carros e caminhões em ruas ou bairros que antes havia pouco ou quase nenhum movimento.  No entato, nossos parques, escolas, a saúde pública e a infraestrutura da cidade não acompanha esse crescimento, pelo contrário, está estagnado,  ainda com a mesma capacidade da década passada.

É lamentável assistir o envelhecimento precoce de Porto Alegre, principalmente sabendo que teremos a responsabilidade de acolher uma das sub-sedes da Copa do Mundo  em 2014. Tenho certeza que o problema maior não será o aeroporto Salgado Filho, mas sim, a falta de competência e de planejamento para enfrentar os problemas que se acumulam em nossa querida Capital.

30 de dez. de 2010

Minha Casa Minha Vida é cidadania e dignidade

O presidente Lula tem bom motivos para sorrir de orelha a orelha ao final de seu segundo mandato. Sua popularidade bate recorde a cada dia que passa; elegeu sua candidata; inaugura obras de infraestrutura em todo o Brasil e a economia vai muito bem. Os programas do governo Federal criados nos oito anos do governo Lula  são um sucesso (Prouni,Fome Zero, Bolsa Família etc.) e são marcas que ficarão na memória de milhões de trabalhadores, em especial àqueles que se beneficiaram . Foi por meio desses programas sociais que o povo brasileiro teve a oportunidade de mudar de vida, e para melhor. O programa Minha Casa Minha Vida é um exemplo disso, pois viabilizou o sonho de 1 milhão de famílias, dando a oportunidade para que saíssem do aluguel ou da sub-habitação e passassem a pagar por algo que fosse seu. 

Ter um lar, uma casa própria com toda a infraestrura necessária (água, esgoto,ruas calçadas, escolas e parques),  eleva a auto-estima do brasileiro, pois será ali,naquele lar, que se darão suas relações sociais, onde seus filhos e netos serão criados, onde os amigos dos teus filhos serão recebidos. Quando vamos abrir um crediário, a primeira coisa que pedem é o endereço da tua residência, é o símbolo maior de cidadania que um trabalhador ou trabalhadora pode ter. Quando terminamos mais uma jornada de trabalho são para nossas casas que nos dirigimos, da mesma forma quando estamos viajando e sentimos saudade do aconchego do nosso lar, por mais humilde que ele seja.

Quando uma pessoa não tem um lugar, um endereço  para chamar de lar, tenho a certeza que parte da sua cidadania é afetada, assim como sua dignidade e  de toda a sua família.  Ontem (29), o Minha Casa Minha Vida finalizou a entrega de 1 milhão casas, dando a milhões de famílias a garantia de uma vida digna. São programas como esse que fazem da palavra cidadania o sinônimo de dignidade.

28 de dez. de 2010

Wikileaks : "A palavra ‘espião’ é invenção do Globo", diz professor

O jornal O Globo publicou, dia 19 de dezembro, uma reportagem sobre telegramas de diplomatas norteamericanos, divulgados pelo Wikileaks, dando destaque à existência de espiões do MST dentro do Incra e sobre uma suposta prática dos assentados “de alugar a terra de novo ao agronegócio”. Citado como fonte das informações, o professor Clifford Andrew Welch, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), denuncia manipulação do jornal: “Nunca falei e jamais falaria algo assim. Em primeiro lugar, a palavra ‘espião’ é invenção do Globo, porque não aparece nos relatos diplomáticos disponibilizados pelos jornais".

O professor Clifford Andrew Welch, do curso de história da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi citado como fonte das informações de telegramas remetidos por diplomatas estadunidenses no Brasil aos Estados Unidos, divulgados pelo Wikileaks.

O jornal O Globo publicou uma reportagem sobre esses telegramas, no dia 19 de dezembro, dando destaque a existência de espiões do MST dentro do Incra e sobre uma suposta prática dos assentados “de alugar a terra de novo ao agronegócio”.

“Nunca falei e jamais falaria algo assim. Em primeiro lugar, a palavra ‘espião’ é invenção do Globo, porque não aparece nos relatos diplomáticos disponibilizados pelos jornais”, denuncia Welch.

Em relação ao aluguel de áreas de assentados ao agronegócio, o professor da Unifesp destaca que a coordenação nacional do MST é declaradamente contra a prática e que a declaração aparece sem contextualização.

“Fora de contexto, assim como apresentado no despacho diplomático, o aluguel dos lotes parece ser de fato “cínico e irônico.” O relatório não contempla a pressão das usinas nos assentados, com oferta de dinheiro fácil para o plantio da cana de açúcar, que tem causado muitos problemas aos assentados, como demonstram várias pesquisas realizadas pela Unesp”, pontua.

Welch rebate também a tese de que os movimentos de sem-terra, especialmente o MST, entraram em declínio dos oito anos do governo Lula, apresentando dados que demonstram que no caso das ocupações de terras e do número de famílias envolvidas na luta pela terra, as estatísticas dos governos FHC e Lula se equivalem.

“Durante os oito anos do governo Cardoso, 571.650 famílias participaram em 3.876 ocupações organizadas por mais que 20 movimentos. Os números do governo Lula ainda não foram calculados totalmente, mas durante os primeiros sete anos, são registrados a participação de 480.214 famílias em 3.621 ocupações”.

Abaixo, leia esclarecimento do professor Welch.

Wikileaks, a imprensa, o MST e eu

Por Clifford Andrew Welch
Prof. Dr. Adjunto do Curso de História
da Universidade Federal de São Paulo


Demorou. Em abril de 2007, pedi pessoalmente uma cópia do relatório do investigador dos Estados Unidos da América que me entrevistou sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Pedi de novo por email em setembro, mas nem resposta recebi, muito menos o documento.

Foi o grupo Wikileaks que recentemente revelou os resultados dos andamentos do agente estadunidense no Pontal do Paranapanema, São Paulo, e meu nome estava no meio das reportagens que saíram nos jornais nos dias 19 e 20 do mês atual.

Como coordenador ajunto do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária (Nera) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em abril de 2009, confesso que estava pouco animado com a visita do Vice Consul Benjamin A. LeRoy do Consulado Geral dos EUA, em São Paulo, quando nos pediu uma hora para “conhecer o trabalho do Nera e aprender um pouco mais sobre reforma agrária e movimentos sociais de sem-terra,” como nos escreveu a assistente de assuntos políticos do consulado, Arlete Salvador.

Como historiador especializado em estudos da política externa dos EUA na América Latina, já conhecia figuras como LeRoy e seus relatórios. Eram fontes importantes para entender a natureza da interferência do império em sua esfera de influência. Agora o disco virou e era eu a fonte. Fiquei assustado com os erros do relatório de Benjamin, a distorção dos fatos interpretados pelo cônsul-geral Thomas White e, mais uma vez, preocupado com o método empírico do historiador, que depende demais em documentos oficiais e notas jornalísticas.

Faz sentido confiar em um investigador que nem sabe onde estava ou com quem estava falando? O despacho que relata a investigação de Benjamin usa a sigla Uneste no lugar da sigla Unesp e dá como a minha afiliação institucional a Universidade de Michigan, ambas afirmações equivocadas.

Pior, ainda, é a fala atribuída a mim por Benjamin e relatado pelo White que ficou como manchete no Globo: “MST teria espiões no Incra para orientar invasões”. Nunca falei e jamais falaria algo assim. No primeiro lugar, a palavra “espião” é invenção do Globo, porque não aparece nos relatos diplomáticos disponibilizados pelos jornais.

No “telegrama” em questão de 29 de maio, White escreveu que “O MST segue uma metodologia programada em suas ocupações de terra que inclui a utilização de contatos dentro do Incra para ajudar selecionar alvos, segundo [...] Welch.”

Em outro momento, o cônsul relata que eu o informei de que “o MST aproveita contatos dentro do Incra para determinar qual será a próxima área sujeito a desapropriação.” Segundo o relato, “Welch contou para Benjamin que o Incra não disponibiliza as informações ao público e que o único jeito para o MST acessar os dados seria através de informantes dentro do Incra.”

O jeito como o cônsul interpretou o relato de Benjamin de coisas que não falei sobre as relações entre o MST e o Incra reflete mais do macartismo que a realidade do Brasil. Macartismo é a ideologia do “medo vermelho” que causou alarme nos EUA nos meados do século passado quando foi alegado que espiões russos infiltrados no setor público estavam minando a segurança nacional do país.

A atual situação no Brasil não tem nada ver com a Guerra Fria, obviamente. O dever constitucional do Incra é fazer reforma agrária. O MST procura pressionar para que o Incra realize a reforma agrária.

É bom lembrar, como falei para o Benjamin, que as informações do Incra são públicas para todo mundo. Me lembro que tentei explicar para o Benjamin que a maioria das ocupações do MST não foram realizadas em maneira aleatória, mas a partir de áreas com desapropriação em andamento. Quer dizer, o movimento faz esforço para colaborar com o processo constitucional de identificação de terras improdutivas ou sujeito a desapropriação por violar as leis trabalhistas ou ambientalistas. É o cônsul que inventou um sentido de clandestinidade.

No mesmo documento de abril, que tem o titulo “O método do MST: Tira proveito do governo, alienar os vizinhos,” o cônsul toma vantagem da investigação do Benjamin para alegar que membros do MST que ganham lotes de reforma agrária do Incra vão acabar “alugando ao agronegócio” a terra “numa pratica cínica e irônica.” A fonte para esta informação parece ter sido “um líder do agronegócio” em Presidente Prudente.
Fora de contexto, assim como apresentado no despacho diplomático, o aluguel dos lotes parece ser de fato “cínico e irônico.”

O relatório não contempla a pressão das usinas nos assentados, com oferta de dinheiro fácil para o plantio da cana de açúcar, que tem causado muitos problemas aos assentados, como demonstram várias pesquisas realizadas pela UNESP. A coordenação nacional do MST é declaradamente contra a prática.

São outros erros de fato e interpretação nos documentos e noticias. A Folha aproveitou o esvaziamento dos documentos para alegar que o MST está em “declínio,” que a “base do movimento encolheu.” O Globo dá destaque para um suposto abandonou da causa da luta pela terra pelo presidente Lula, uma interpretação que apareça nos telegramas do White.

Porém, é difícil sustentar estes argumentos. De fato, os cálculos das estatísticas do governo Lula bem como os do Nera sustentam o contrário, mostrando de que Lula assentou mais famílias que o presidente Fernando Henrique Cardoso que declarou ter feito mais para reforma agrária que qualquer outro presidente brasileiro, mas o governo Lula defende que assentou 59 por cento dos beneficiários de reforma agrária na história do Brasil.

No caso das ocupações de terras e o número de famílias envolvidas na luta pela terra, as estatísticas são quase iguais. Durante os oito anos do governo Cardoso, 571.650 famílias participaram em 3.876 ocupações organizadas por mais que 20 movimentos. Os números do governo Lula ainda não foram calculados totalmente, mas durante os primeiros sete anos, são registrados a participação de 480.214 famílias em 3.621 ocupações.

Temos que agradecer Wikileaks por quebrar o sigilo que ainda reina nos círculos diplomáticos décadas depois do final da Guerra Fria. Em meu caso, deu para desmentir fatos equivocados e desconstruir interpretações anacrônicas, inclusive das reportagens da grande imprensa.

Os telegramas do Wikileaks, a mídia e o MST

Os jornais que escreveram sobre o assunto estão perfeitamente informados de que o grupo ao qual um diplomata estadunidense atribui o aluguel de lotes de assentamento para o agronegócio não é o MST. O diplomata está enganado ou agiu de má fé. E os jornais foram desonestos ao omitirem essa informação essencial. Esse é apenas um exemplo, revelador da postura antiética da imprensa em todo o episódio. Se os vazamentos do Wikileaks mencionassem algum grande empresário brasileiro, ele seria, evidentemente, consultado pela imprensa, antes da publicação, e sua versão ganharia grande destaque. 

O artigo é de Igor Fuser.
Os jornais brasileiros divulgaram na semana passada referências ao MST feitas em telegramas sigilosos enviados nos últimos anos por diplomatas estadunidenses no Brasil aos seus superiores em Washington e revelados pela rede Wikileaks. Algumas reflexões podem ser feitas a partir da leitura desse material.

1. A imprensa empresarial brasileira manteve nesse episódio sua habitual postura de hostilidade sistemática ao MST, apresentado sempre por um viés negativo, e sem direito a apresentar o seu ponto de vista.

Para os jornais das grandes famílias que controlam a informação no país, como os Marinho e os Frias, o acesso a vazamentos da correspondência diplomática representou a chance de lançar um novo ataque à imagem do MST, sob o disfarce da objetividade jornalística. Afinal, para todos os efeitos, não seriam eles, os jornalistas, os responsáveis pelo conteúdo veiculado, e sim os autores dos telegramas.

Desrespeitou-se assim, mais uma vez, um princípio elementar da ética jornalística, que obriga os veículos de comunicação a conceder espaço a todas as partes envolvidas sempre que estão em jogo acusações ou temas controvertidos. Uma postura jornalística honesta, voltada para a busca da verdade, exigiria que O Globo, a Folha e o Estadão mobilizassem seus repórteres para investigar as acusações que diplomatas dos EUA no Brasil transmitiram aos seus superiores.

Em certos casos, nem seria necessário deslocar um repórter até o local dos fatos. Nem mesmo dar um telefonema ou sequer pesquisar os arquivos. Qualquer jornalista minimamente informado sobre os conflitos agrários está careca de saber que os assentados no Pontal do Paranapanema mencionados em um dos telegramas não possuem qualquer vínculo com o MST.

Ou seja, os jornais que escreveram sobre o assunto estão perfeitamente informados de que o grupo ao qual um diplomata estadunidense atribui o aluguel de lotes de assentamento para o agronegócio não é o MST. O diplomata está enganado ou agiu de má fé. E os jornais foram desonestos ao omitirem essa informação essencial.

Esse é apenas um exemplo, revelador da postura antiética da imprensa em todo o episódio. Se os vazamentos do Wikileaks mencionassem algum grande empresário brasileiro, ele seria, evidentemente, consultado pela imprensa, antes da publicação, e sua versão ganharia grande destaque. Já com o MST os jornais deixam de lado qualquer consideração ética.

2. A cobertura da mídia ignora o que os telegramas revelam de mais relevante: a preocupação das autoridades estadunidenses com os movimentos sociais no Brasil (e, por extensão, na América Latina como um todo). Os diplomatas gringos se comportam, no Brasil do século 21, do mesmo modo que os agentes coloniais do finado Império Britânico, sempre alertas perante o menor sinal de rebeldia dos “nativos” nos territórios sob o seu domínio.

Nas referidas mensagens, os funcionários se mostram muitos incomodados com a força dos movimentos sociais, e tratam de avaliar seus avanços e recuos, ainda que, muitas vezes, de forma equivocada. O “abril vermelho”, em especial, provoca uma reação de medo entre os agentes de Washington. Talvez por causa da cor... A pergunta é: por que tanta preocupação do império estadunidense com questões que, supostamente, deveriam interessar apenas aos brasileiros?

3. O fato é que o imperialismo estadunidense é, sim, uma parte envolvida nos conflitos agrários no Brasil. Essa constatação emerge, irrefutável, no telegrama que trata da ocupação de uma fazenda registrada em nome de proprietários estadunidenses em Unaí, Minas Gerais, em 2005. Pouco importa o tamanho da propriedade (70 mil hectares, segundo o embaixador, ou 44 mil, segundo o Incra).

O fundamental é que está em curso uma ocupação silenciosa do território rural brasileiro por empresas estrangeiras. Milhões de hectares de terra fértil – segundo alguns cálculos, 3% do território nacional – já estão em mãos de estrangeiros. O empenho do embaixador John Danilovich no caso de Unaí sinaliza a importância desse tema.

4. Em todas as referências a atores sociais brasileiros, os telegramas deixam muito claro o alinhamento dos EUA com os interesses mais conservadores – os grandes fazendeiros, os grandes empresários dos municípios onde se instalam assentamentos, os juízes mais predispostos a assinarem as ordens de reintegração de posse.

5. Por fim, o material veiculado pelo Wikileaks fornece pistas sobre o alcance da atuação da embaixada e dos órgãos consulares dos EUA como órgãos de coleta de informações políticas. Evidentemente, essas informações fazem parte do dia-a-dia da atividade diplomática em qualquer lugar no mundo. Mas a história do século 20 mostra que, quando se trata dos EUA, a diplomacia muitas vezes funciona apenas como uma fachada para a espionagem e a interferência em assuntos internos de outros países.

Aqui mesmo, no Brasil, fomos vítimas dessa postura com o envolvimento de agentes dos EUA (inclusive diplomatas) nos preparativos do golpe militar de 1964. À luz desses antecedentes, notícias como a de que o consulado estadunidense em São Paulo enviou um “assessor econômico” ao interior paulista para investigar a situação dos assentamentos de sem-terra constituem motivos de preocupação. Será essa a conduta correta de um diplomata estrangeiro em um país soberano?

(*) Igor Fuser é professor da Faculdade Cásper Líbero, doutorando em Ciência Política na USP e membro do conselho editorial do Brasil de Fato.

Fonte: Carta Maior

27 de dez. de 2010

O caos aéreo e a sede do PIG por infraestrutura

Às vésperas do natal o PIG guasca, em sintonia fina com o grande PIG, anunciavam em sintonia o caos nos aeroportos, e que a vida das pessoas que precisariam viajar de avião se tornaria um inferno. A cada minuto um boletim rediofônico entusiasmado detalhando o percentual de voos atrasados ou cancelados. Ao final do dia, já com imagens, o PIG não conseguiu esconder a decepção ao mostrar que tudo estava normal, pouca fila e pouca confusão.

Agora o PIG centra fogo no governo Lula e no de Dilma para potencializar um possível fracasso nacional em razão da não vinda da Copa do Mundo em 2014, em razão da tal falta de investimentos no setor aéreo (não sei de onde tiraram essas teses), que ainda são associadas diariamente com muita falta de informação sobre o tema  e até a omissão de determinados jornalistas para  tentar colocar o governo em xeque.


Hoje pela manhã  (27), na rádio gaúcha, a jornalista Rosane de Oliveira e seu colega André Machado não pouparam críticas ao governo Lula pela tal omissão do governo na construção de novos aeroportos. Logo em seguida, o jornalista Túlio Milman ia na mesma linha, e fez uma programa de debates interativo que, na minha opinião, questionava maliciosamente seus ouvintes como seria melhor viajar: de ônibus ou de avião no final de ano, em razão do tal "caos" aéreo ?

O engraçado é que a crítica feita por esses colonistas nunca trazem uma informação concreta sobre o assunto, e sempre "esquecem" de informar que várias obras estão em andamento tanto no Brasil quanto no RS. Um exemplo é a ampliação da pista do aeroporto Salgado Filho em 1000 metros,garantido a operação de grandes aeronaves e maior capacidade de carga, bem como a instalação do moderno ILS 3 ou Instrument Landing System. O ILS 3 é um sistema de aproximação de última geração, capaz de guiar os pilotos apenas por instrumentos, orientando de forma  precisa os pilotos em qualquer tempo, em especial, nos dias de intensa neblina em casos de pouso ou decolagem.


Tenho a convicção de que ainda temos muito ainda por fazer em matéria de infraestrutura no Brasil, mas tenho a convicção de que o cenário de caos bombado pelos arautos do PIG tem muito mais a haver com  os interésses escondidos de seus patrões do que realmente com o problema em sí.

Nestes quatro anos de desgoverno Yeda, o PIG sempre esteve presente, dando apoio aos projetos tucanos das famosas PPPs: ERS 010, Cais Mauá, presídios privados e na "entrega" do terreno da Fase em troca algumas Casas. Na ampliação do tempo dos pedágios de nossas estradas o PIG guasca foi inscasável em defender de forma escamoteada a tese da ampliação, assim como na defesa do défict zero, mesmo sabendo que o Estado praticamente parou durante três longos anos, numa completa estagnação econômica e social

O PIG ergue agora a bandeira da infraestrutura numa sede enloquecedora, exigindo, que obras que nuncam foram feitas em 50 anos saiam do papel num passe de mágica. Eu sempre defendi que temos que investir em infraestrutura, mas exigir que isso ocorra em tempo recorde é muita sacanagem. A pauta da construção imediata de estradas, portos, aeroportos, ferrovias e energia será uma das bandeiras do PIG é uma clara tentativa de superdimensionar um problema pra colocar o governo Dilma numa pauta negativa e é claro de falta de competência. Não vão conseguir !

24 de dez. de 2010

Garotos Podres - Papai Noel Velho Batuta



Minha honesta homenagem ao Papai Noel.

Os presentes de grego de Yeda

No apagar das luzes do desgoverno Yeda, a tucana tentava encaixar belos presentes para as empreiteiras neste final de ano. Primeiro Yeda tentou empurrar o primeiro presente de grego nos gaúchos com a construção de cinco presídios no interior do Estado, sem  a devida licitação, para a construção dos prédios, numa bagatela de R$ 150 milhões de reais. Uma das empresas contratadas contribuiu para a campanha de Yeda ao governo do Estado com valores de R$ 366,000,00 e receberia contratos R$ 30,8 milhões para a construção da penitenciária de Camaquã e o mesmo valor para a construção da penitenciária de Erechim, totalizando R$ 61,6 milhões.

O segundo  presente abortado foi a construção da rodovia ERS 010, a chamada Rodovia do Progresso que ligará Porto Alegre a Sapiranga e tem como objetivo desafogar o tráfego da BR 116. Pelo projeto, a estrada terá 40 km e quatro praças de pedágio, uma a cada 10 km. O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do RS (Setcergs), entrou na justiça para impedir a façanha, alegando tratar-se de "ato administrativo ilegal e potencialmente lesivo" ao patrimônio do Estado e à sociedade. O argumento é revelador: a entidade afirma que o dinheiro a ser gasto, somente pelo Estado, seria suficiente para construir, no mínimo, três estradas iguais. O Ministério Público manifestou-se pelo deferimento da liminar e também ajuizou ação civil pública ontem contra o Estado e o Daer para suspender a concorrência.

Para o juiz da 2 Vara da Fazenda Pública da Capital, Júlio César Coitinho, que suspendeu a "festa",o modelo de licitação parceria público-privada (PPP), o pagamento da contraprestação pela administração pública somente poderá ocorrer após a disponibilização do serviço pelo parceiro privado. Coitinho observou que é exatamente o que não está regrado pelo edital. O juiz considerou ainda que a lei federal que instituiu as PPPs no âmbito da administração pública prevê a possibilidade de ser feita a contraprestação pecuniária pela administração quando os serviços comportarem execução parcial. Ele destacou que o Estado teria que desembolsar, de pronto, mais de R$ 200 milhões, dando início a contrato que se mostra "infundadamente" oneroso. 

A mulher não é tão louca assim (ahahahahahha) Essa não rasga dinheiro (ahahahah)

23 de dez. de 2010

Lula deixa uma herança bendita

 Mesmo com toda a propaganda da mídia contra o governo Lula, o presidente termina  seu segundo mandato no dia 31 de dezembro com mais de 80% de aprovação do povo brasileiro. Lula não pára, e passa o final de seu mandato inaugurando obras em todo o país. Um exemplo foi a duplicação da  BR-101, obra que FHC inaugurou só na mídia, mas que nunca foi concluída,. Com Lula a obra é de verdade, é real, saiu do papel e vai salvar milhares de vidas e agilizar o comércio e o transporte de cargas. 

Os gaúchos não têm o que reclamar  do governo Lula, pois são tantas obras e ações para o Estado que seria impossível descrever no blog. Além do combate à pobreza e a atual pujança econômica nacional que proporciona o pleno emprego no RS, o que mais chama a atenção, é a quantidade de obras de infraestrutura que o governo Federal fez nestes últimos oito anos no Brasil e no Rio Grande do Sul. Além de programas  como o Fome Zero, Minha Casa Minha Vida e PROUNI, o governo revitalizou o Polo Naval nacional  e transformou  nossas estradas federais em um verdadeiros canteiros de obras. 

No campo da educação Lula fez uma verdadeira revolução, criou 14 Universidades Federais, revitalizou o ensino técnico e qualificou a educação básica. Lula também rasgou de ponta a ponta o Brasil inaugurando obras, portos, aeroportos e criando programas sociais. Na crise expeculativa mundial de 2008, ao contrário do que muitos economistas queriam fazer (arrochar o povo), Lula cortou impostos e investiu na produção, fazendo o Brasil entrar por último e sair por primeiro da crise que ainda hoje afeta vários países. 

Que ainda falta muito por fazer todo mundo concorda, mas Lula fez em oito anos o que nenhum outro presidente fez nos últimos trinta anos. Dilma recebe uma herança bendita, e pela expectativa da população, tem a responsabilidade de manter o pé no fundo do acelerador, não deixando se influenciar pelas teorias furadas de alguns ecomistas tucanos (ahahahha) e muito menos pela esperteza e a pavonice de alguns políticos. 

21 de dez. de 2010

O Sofrimento no trabalho no setor de telemarketing

Faz tempo que venho procurando subsídio para falar ou reproduzir algum material sobre a exploração cruel dos trabalhadores e trabalhadoras na área de telemarkenting. E não é que recebi esse belo material do meu amigo, o doutor Daniel Damiani (ahahahhaha), vulgo Mamão. Vale a leitura.


O Sofrimento no trabalho no setor de telemarketing

Este ensaio não tem a finalidade inicial te atingir os requisitos básicos para uma publicação. Segue em um formato relativamente livre para fins de conclusão da disciplina Psicodinâmica do Trabalho do Programa de Pós Graduação em Psicologia Social da UFRGS.
A Psicodinâmica do Trabalho é um método de abordagem clínica do trabalho situado na fronteira entre a psicologia e a sociologia do trabalho. Tem como principal referência a obra de Cristophe Dejours, em especial o livro A. Loucura do Trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho,publicado no Brasil em 1987. Segundo Álvaro Merlo (2002, p. 132):
Dejours (1987c: 735) define o campo da Psicodinâmica do Trabalho como aquele do sofrimento e do conteúdo, da significação e das formas desse sofrimento e situa sua investigação no campo do infrapatológico ou do pré-patológico. Para ele o sofrimento é um espaço clínico intermediário que marca a evolução de uma luta entre funcionamento psíquico e mecanismo de defesa por um lado e pressões organizacionais desestabilizantes por outro lado, com o objetivo de conjurar a descompensação e conservar, apesar de tudo, um equilíbrio possível, mesmo se ele ocorre ao preço de um sofrimento, com a condição que ele preserve o conformismo aparente do comportamento e satisfaça aos critérios sociais de normalidade.”
A principal riqueza, aqui compreendida, da abordagem da psicodinâmica do trabalho, da teoria de Cristophe Dejours, está em, a partir do resgate do sofrimento psíquico originado pelo trabalho – largamente ignorado – contribuir para revelar não só a importância do trabalho para a construção da identidade dos indivíduos, como para desvelar a realidade de precarização e intensificação da exploração no trabalho em tempos de hegemonia neoliberal.
Quanto ao método da Psicodinâmica do Trabalho, é uma forma de pesquisa ação cuja abordagem principal é a análise de discussões em grupo nos locais de trabalho, onde trabalhadores acompanhados por uma equipe de pesquisa, relatam e discutem o cotidiano de trabalho, expondo as possíveis fontes de sofrimento e prazer no trabalho, possibilitando não só a tomada de consciência das causas do sofrimento e das estratégias defensivas adotadas, como possibilitando a transformação de aspectos negativos da realidade mais imediata de trabalho.
Uma exposição mais detalhada do método pode ser encontrada e, Heloani e Lancaman (2004). Em termos sintéticos pode-se dizer que o método é composto por cinco etapas: 1) A construção do estudo: a pré-pesquisa, onde são levantadas informações sobre o ambiente de trabalho e realizadas algumas entrevistas individuais; 2)A pesquisa, quando são realizadas as discussões em grupo de acordo com critérios delimitados; 3)Validação e Refutação, quando o resultado da análise preliminar das discussões retornam ao grupo para serem validadas ou refutadas; 4)Validação Ampliada, quando após a validação dos grupos de discussão do trabalho é apresentado para o conjunto dos trabalhadores da empresa.
No que diz respeito estritamente a este ensaio, o objetivo restringe-se a etapa da pré-pesquisa.
O Objeto do ensaio
O objeto escolhido para a realização deste ensaio foi a realidade do trabalho no setor de telemarketing. Em termos sintéticos esta curiosidade foi motivada pela importância deste ramo de atividade tanto do ponto de vista quantitativo como qualitativo. Fica-se devendo aqui, pela falta de tempo, um quadro mais completo em termos quantitativos da representatividade do ramo de telemarketing que é com certeza um dos ramos que mais cresce no setor de serviços, setor que por sua vez compõe a maior parcela do PIB brasileiro. Em termos qualitativos, também fica-se devendo informações mais detalhadas, mas o ramo de telemarketing é um caso em que, segundo Rosenfield (2009, 170) “a priori, exigiria maior qualificação e competência nas suas tarefas de natureza inteligente e imaterial, o que apontaria para uma redução da divisão do trabalho entre os que concebem e os que executam e a uma maior margem de autonomia do ofício”.
O entrevistado
As informações levantadas neste trabalho dizem respeito a uma única entrevista realizada com um jovem trabalhador do ramo de telemarketing, com cerca de um ano de experiência de empresa, que concedeu uma entrevista com duração de pouco mias de uma hora.
Por questões éticas, procurou-se preservar a identidade deste trabalhador doravante chamado apenas de entrevistado.
A Pré-pesquisa propriamente dita
A empresa
A CONTAX é uma empresa de Contact Center argentina que chegou no país desde 2003 e está presente em 5 capitais brasileiras. Tem oitenta mil funcionários no Brasil, cinco mil em Porto Alegre.
A empresa funciona no DC Navegantes e presta serviço para várias empresas dentre elas as estatais CORSAN e CEEE, empresas privadas como o ITAU, a Rede Globo e a NET
O ambiente de trabalho
A empresa funciona vinte e quatro horas. Além de vários setores, a empresa se organiza por células. Cada célula é composta por equipes de trinta pessoas coordenadas cada uma por 1 supervisor. A célula onde o entrevistado trabalha, por exemplo, é composta por 300 “operadores” e atende apenas a cidade de Campinas.
No período da madrugada, funciona uma célula multifuncional, que atende o Brasil todo, formada por 200 operadores.
Os trabalhadores, chamados operadores de telemarketing, trabalham pois, em frente a um computador, em uma sala com 300 pessoas falando, em equipes, organizadas em ilhas, coordenadas por um supervisor que passa quase o tempo todo gritando, controlando os atendimentos, e pressionando pelo cumprimento de metas.
A jornada flexível
De acordo com regulamentação da ANATEL (NR nº17), os operadores de telemarketing só podem trabalhar no limite de 6 horas e devem fazer um intervalo de 10 minutos a cada uma hora.
Na empresa, através de um sistema chamado de “aderência” os operadores devem fazer suas pausas de 10 minutos em horários pré-programado pelo setor de planejamento. Se o operador estiver realizando um atendimento e ultrapassar o período programado para a pausa ele é considerado “inaderente” e acaba perdendo o direito a pausa. Na prática, segundo o entrevistado, desta forma o direito dos trabalhadores de terem a pausa a cada uma hora acaba sendo desrespeitado pela empresa, frequentemente acabam trabalhando as 6 horas sem pausa.
Alguns operadores acabam encontrando formas de burlar este sistema para garantir o direito da pausa. Ao realizarem um atendimento restando, por exemplo, 3 minutos para o horário da pausa, eles tiram o headfone, colocam sobre a mesa, ou apertam um botão mute que corta a comunicação, deixam o cliente sozinho na linha, quando chega a hora do intervalo passam direto o cliente para a pesquisa de satisfação e colocam no relatório, uma ocorrência que deve ser feita em todos os atendimentos, que a ligação ficou muda e não conseguiram contato com o cliente.
Os turnos das escalas, em especial para os trabalhadores novos na empresa, são definidos pelo setor de planejamento de acordo com a necessidade da empresa e com o perfil dos operadores traçado a partir de uma avaliação quantitativa. Segundo o entrevistado, já aconteceu de trabalhar em um turno até a meia noite, ser escalado para um turno as 7:30 no outro dia e ao chegar na empresa seu turno ter mudado para as 14 horas.
Pressão por metas
Segundo regulamentação da ANATEL, o tempo médio de atendimento – TMA – deve ser de 6 minutos e meio, sendo que em muitos casos os atendimentos ultrapassam 10 minutos. Os supervisores muitas vezes vão até o operador, que está com um cliente na linha, e aos berros pressionam pelo cumprimento das metas.
A empresa também tem uma meta de 10% de rechamadas, que é quando um cliente liga mais de uma vez no mesmo dia. A tarefa do operador é resolver o problema e fazer com que o cliente não torne a ligar.
Além disso a empresa emite uma nota de monitoramento. Monitores escutam os atendimentos de cada atendente e atribuem uma nota, que parte de 10 e vai diminuindo a cada erro do operador. Prestar informação errada, ficar mais de quarenta e cinco segundos sem responder ao cliente, falar errado, o clássico “em que posso estar lhe ajudando” no lugar do “em que posso lhe ajudar” é motivo para perder pontos.
Se o operador não atinge nota igual ou superior a 8,5 não recebe premiações por vendas, que são um complemento ao salário, por mais que tenha vendido bastante produtos.
Como todos os atendimentos são monitorados, cada operador tem um perfil, Tempo Médio de Atendimento especificada por tipo (venda, manutenção, cancelamento, de acordo com os números que o cliente vai clicando antes de ser encaminhado para um atendente), nota de monitoramento que fica disponível para o setor de planejamento que monta as escalas e as equipes de acordo com o perfil dos operadores.
O recrutamento e o treinamento
O setor de telemarketing é um setor em expansão e também com muita rotatividade. O entrevistado não conhece ninguém com mais de 2 anos de empresa, ninguém que esteja trabalhando no mesmo setor. O recrutamento se dá através de dinâmicas de grupo, com cerca de 30 pessoas, onde são avaliadas a dicção, a argumentação e a capacidade de digitação de cada pessoa.
De acordo com o serviço a ser prestado, os trabalhadores passam por diferentes treinamentos. Todos são contratados com carteira assinada no início do treinamento, recebem salário e permanecem ou não na empresa ao final de acordo com pontuação nos testes. No caso da NET - em que trabalha o entrevistado - o treinamento dura 45 dias, por se tratar de uma empresa com diversos produtos na área de TV a cabo, telefonia e internet. No treinamento os trabalhadores aprendem informações sobre os produtos, técnicas de argumentação e como acessar os sistemas. O treinamento segundo entrevistado exige bastante sobretudo devido a política de segurança da informação da empresa que não permite que seja anotado nada e que tudo seja memorizado pelos trabalhadores.
O entrevistado diz quase não ter passado no treinamento devido a dificuldade em fazer um calculo proporcional de reajuste de tarifas, denominado PRORATA, que os operadores tem que fazer em muitos casos quando existe mudança nos planos e tarifas contratadas pelos clientes e estes ligam reclamando alterações nas cobranças (o que é muito comum). Neste caso se o operador der uma informação errada, a palavra empenhada é o que fica valendo, pois todas as conversas são gravadas. Um erro deste tipo é considerado um erro gravíssimo.
Causas de sofrimento no trabalho
a) Enrolar o cliente
Segundo o entrevistado uma coisa que o angustia é que a empresa “induz a enrolar o cliente”. Um exemplo emblemático que ele dá é o caso de uma resolução da ANATEL que proíbe a cobrança do ponto adicional de TV a cabo. Segundo ele a NET modificou o termo ponto adicional por “ponto opcional” e continua cobrando dos clientes. Existe uma resolução do PROCON de São Paulo que proíbe a NET de cobrar inclusive esse “ponto opcional”, no entanto os operadores são orientados a dizer que “com relação a decisão do PROCON de São Paulo, a NET não tomou conhecimento”.
Além disso, existem muitos casos de cobranças de tarifas acima do que foi contratado pelos clientes. Nesses casos a empresa orienta a nunca admitir o erro na fatura por parte da NET, ficando a cargo do cliente apontar onde está o erro.
Segundo o entrevistado um operador foi demitido porque orientou o cliente a procurar a ouvidoria. A cobrança por parte da empresa é que os operadores argumentem com o cliente a ponto de levá-los a desistir de serem re-embolsados por supostas cobranças indevidas.
Este é um exemplo extremo do que Dejours (2006) chama de pressão para trabalhar mal, típica do contexto de neoliberalismo: “ser constrangido a executar mal o seu trabalho, a atamancá-lo ou agir de má-fé é uma fonte importante e extremamente frequente de sofrimento no trabalho” (DEJOURS, 2006, p. 32)
b) Sobrecarga no trabalho
Outra questão apontada como causadora de sofrimento no trabalho é a sobrecarga de trabalho. Além de trabalharem muitas vezes 6 horas ininterruptas, fazerem turnos em horários diversos o que acaba desorganizando a vida fora da empresa – os operadores acabam tendo que desempenhar muitas tarefas ao mesmo tempo. Além disso, os atendimentos que são avaliados quantitativamente na verdade apresentam diferenças qualitativas.
Isso diz respeito a uma questão chave para a psicodinâmica do trabalho que é a questão da mobilização da inteligência dos trabalhadores, do zelo e da diferença entre o trabalho real e o trabalho prescrito:
O zelo é precisamente tudo aquilo que os operadores acrescentam à organização prescrita para torná-la eficaz; tudo aquilo que empregam individual ou coletivamente e que não depende da 'execução'. A gestão concreta da defasagem entre o prescrito e o real depende na verdade da 'mobilização dos impulsos afetivos e cognitivos da inteligência'. (DEJOURS, 2006, p. 30)
[...] muitas vezes os trabalhadores não tem como saber se suas falhas se devem à sua incompetência ou a anomalias do sistema técnico. E essa fonte de perplexidade é também a causa de angústia e de sofrimento, que tomam a forma de medo de ser incompetente, de não estar à altura ou de se mostrar incapaz de enfrentar convenientemente situações incomuns ou incertas, as quais, precisamente, exigem responsabilidade.” (DEJOURS, 2006, p. 31)
O entrevistado cita casos em que o cliente liga perguntando “porque a SKY tem uma tarifa menor que a NET e oferece mais canais” de que ele é obrigado a abrir uma janela no computador, entrar no site da SKY e pesquisar quais as desvantagens da SKY em relação a NET. Ou então quando o operador não consegue responder o problema do cliente e, para não prolongar demais a ligação nem causar uma rechamada, o operador anota o número do cliente e retorna a ligação depois de ter conseguido uma solução ao menos provisória. Nesse caso o operador corre o risco de o cliente não ter paciência de esperar e ligar novamente.
Existe um sistema de tráfico, de acordo com a pontuação da monitoria e do tempo médio de atendimento do operador em determinada tipo de demanda, como mal funcionamento da TV a Cabo , por exemplo, um operador é sobrecarregado para solucionar esse tipo de demanda em que ele se sai melhor. Nesse caso provavelmente o operador enfrentará uma fila de espera de atendimento, perderá os intervalos de 10 minutos, ao passo que colegas da mesma equipe tenham mais folga: “um colega fica a´te 2 minutos sem atendimento e você não consegue nem respirar”.
Como os produtos são modificados a qualquer momento, ao mesmo tempo em que os operadores estão trabalhando eles tem que acompanhar na tela do comutador o “Sistema Fique Ligado” que informa as mudanças nos produtos da empresa. Uma informação que era correta ontem, hoje pode estar errada. Informação errada pode ser considerada um erro grave.
c) A opressão
Segundo o entrevistado, “só circulando nos corredores da empresa para sentir o clima de opressão”. Ele diz já ter presenciado trabalhadoras saindo correndo chorando do seu posto de trabalho porque o supervisor gritou com elas. Conforme já relatado, os supervisores que têm em sua mesa o controle de todas as operações, podem ouvir qualquer conversa e a qualquer momento intervirem, ficam quase o dia todo gritando da sua mesa, cobrando o cumprimento das metas quando não se dirigem diretamente a um operador para gritar na sua orelha enquanto ele está na linha com o cliente.
Não é só a empresa que oprime, segundo o entrevistado “o cliente também estressa muito”. Os operadores sabem que tem que ser educados com o cliente e impedir ao máximo a rechamada para não “estourar” a meta.
d) A falta de reconhecimento individual
Segundo Dejours, uma questão importante para a saúde do trabalhador diz respeito ao reconhecimento, por parte dos superiores – julgamento de utilidade – e por parte dos pares – julgamento de beleza - do trabalho executado. O reconhecimento é a retribuição subjetiva que o trabalhador espera pelo serviço prestado, importante para a construção da sua identidade:
Há os indolentes e os desonestos, mas, em usa maioria, os que trabalham se esforçam por fazer o melhor, pondo nisso muita energia, paixão e investimento pessoal. É justo que essa contribuição seja reconhecida. Quando ela não é, quando passa despercebida em meio a indiferença geral ou é negada pelos outros, isso acarreta um sofrimento que é muito perigoso para a saúde mental (…) devido à desestabilização do referencial em que se apoia a identidade.” (DEJOURS, 2006, p. 34)
De acordo com o entrevistado esta é uma questão problemática, antes mesmo de ser questionado ele relatou que não há motivação, não há reconhecimento por parte da empresa do esforço individual. Segundo ele a forma de trabalho por equipes acaba significando na prática que ninguém seja reconhecido por conta da sua contribuição individual para o desempenho do trabalho. Quando uma equipe cumpre as metas, os parabéns vão para a equipe do supervisor X, que é um bom gerente e fica com os méritos.
Segundo ele a empresa “retém os ganhos e transfere as perdas” para os trabalhadores.
A relação entre os pares fica basteante complicada, segundo ele, no ritmo das tarefas. Diz que muitas vezes acontece a solidariedade, de um ajudar o outro em determinada tarefa, e que os colegas da equipe acabam levando essa relação inclusive para fora do trabalho, acabam saindo juntos nas folgas e inclusive tiram férias juntos. Mas também não aprece haver espaço para este reconhecimento dos pares, porque o único mecanismo de avaliação do trabalho são os números.
Coisas que deveriam mudar destacadas pelo entrevistado
- Respeito ao direito das pausas: segundo o entrevistado “a empresa deveria levar a sérios o direito das pausas”, para garantir a saúde dos trabalhadores. Ele aponta o grande número de colegas afastados por depressão e LER´s. Ele mesmo esteve afastado de trabalho por conta de uma tendinite.
- Melhorar a política de recrutamento interno: deveriam ser incluidos outros critérios que não os puramente quantitativos.
- Reconhecer o trabalho individual: porque os operadores são “tratados como peças das equipes”.
- Permitir aos operadores a escolha do turno: os operadores com mais tempo de trabalho acabam escolhendo o turno de trabalho, mas os mais novos, muitas vezes sem experiência acabam não questionando.
Conclusões preliminares
Este exercício de pré-pesquisa realizado em uma realidade específica de trabalho no ramo de telemarketing, apesar de insuficiente permite levantar diversas questões para um trabalho posterior, em especial a partir da metodologia da psicodinâmica do trabalho e da teoria de Cristophe Dejours.
São muitas as questões levantadas a partir das informações obtidas em uma única entrevista que durou pouco mais de uma hora que mereceriam serem exploradas nos grupos de pesquisa nos moldes da psicodinâmica do trabalho. A angustia e o sofrimento originados da necessária mobilização subjetiva exigida pela defasagem entre trabalho prescrito e trabalho real dos operadores de telemarketing; a questão da pressão por enrolar o cliente, ou da pressão pro trabalhar mal; a angustia e a falta de motivação por conta da falta de reconhecimento; e, em especial a questão das defesas individuais e coletivas, pouco evidentes apenas a partir da entrevista.
Ao passar os olhos neste pequeno relatório de entrevista é possível verificar as condições para a realização do que Dejours (2006 p. 125-6)) chama de dispositivo de banalização do mal. Segundo ele esse dispositivo composto pro três estágios teria um poder eficaz de “neutralização da mobilização coletiva contra a injustiça e o mal infligidos a outrem em nossa sociedade”.
O primeiro estágio seria constitudo pelos “líderes da doutrina neoliberal e da organização concreta do trabalho do mal”(p. 125). Seu engajamento, diferente dos demais, não seria defensivo. Os representantes desse estágio não foram identificados diretamente a não ser sob a forma genérica de “empresa” nesse relatório.
O segundo estágio é constituído “pelos operadores diretos que atuam no próprio campo das operações ou em suas proximidades”. Segundo Dejours “sua unificação, sua coordenação e sua participação ativa se obtém mediante estratégias coletivas e ideologias de defesa”. Estes são claramente identificados a partir da entrevista na pessoa dos supervisores. No caso dos supervisores “é a defesa que é a mola do engajamento, e não o desejo” é um caso de “estratégia coletiva de defesa do cinismo viril”.(p. 125)
O terceiro estágio, o caso dos operadores, é formado “pela massa dos que recorrem a estratégias de defesa individuais contra o medo” (p. 126).
Estudar a fundo a realidade dos operadores de telemarketing pode não apenas contribuir para os estudos acerca do prazer e sofrimento no trabalho, como para a pesquisa e denúncia dos processos de banalização da injustiça social, da mobilização em massa de pessoas de bem para o exercício do mal, em um ambiente, descrito pelo entrevistado como de opressão e sofrimento.

Referências
CRESPO-MERLO, Álvaro. Psicodinâmica do Trabalho. In. JACQUES e CODO (orgs.). Saúde mental e Trabalho, leituras. Petrópolis. Editora Vozes. 2002
DEJOURS, Cristophe. A banalização da injustiça social. Rio de Janeiro. Editora FGV. 2006
HELOANI e LANCMAN. Psicodinâmica do Trabalho: o método clínico de investigação e intervenção. Revista Produção, v. 14, n. 3, p. 077-086, Set./Dez. 2004.
ROSENFIELD, Cinara. A identidade no Trabalho em Call Center: A Identidade Provisória. In. ANTUNES e BRAGA (orgs.). Infoproletários: degradação real do trabalho virtual. São Paulo. Boitempo. 2009.

16 de dez. de 2010

Será que o problema do Congresso são os R$ 26 mil ?

Será que o problema do Congresso é o reajuste de R$ 16 mil para R$ 26 mil  no salário dos deputados ? Helloooo !! Entendo que o reajuste dos deputados e dos restante dos outros poderes deve ser transparente e comunicado com antencedência para os contribuintes e ponto, corrigindo inflação e já era. Na minha opinião, o maior prejuízo ao erário público está na forma como são financiadas as campanhas eleitorais desses edis. O Congresso tem varias bancadas, e não são dos partidos políticos, mesmo tendo sido eleitos por eles. A maioria dos deputados representam interesses diversos na sociedade, na grande maioria das elites. Tem a bancada das empreiteiras, do PIG, das armas, dos latifudiários, dos médicos e até dos trabalhadores (ahahahha). 

Projetos de bilhões de reais  passam pelo Senado e pela Câmara todos os anos, e é ai que mora o perigo. O lobby é pesado, e muitos deputados nem precisariam do salário, apenas estão ali para defender interesses de uma classe ou de um grupo específico. Se uma empreiteira garante no orçamento da União um maior investimento em obras, é certo que deputados que foram financiados por essas empresas estão retribuindo o "favor" do apoio financeiro na campanha eleitoral.  Se um projeto aprovado beneficia a venda de armas, ou a liberação da jogatina no Brasil, também é efeito da votação de nossos parlamentares. Ou seja, o salário, em tese, não representa o essencial num país como o Brasil.

Portanto, o que o PIG quer mesmo é uma fatia desse bolo, mas como sempre, coloca  o Poder Legislativo como o grande vilão. Para mim, o grande vilão está no judiciário brasileiro,o resto o povão trata de limpar de quatro em quatro anos.

Lula quebra recorde de aprovação e vai incomodar a direitalha nacional

Ao contrário de FHC que encerrou seu segundo mandato com mais de 50% de reprovação, Lula encerra seu segundo mandato com uma aprovação histórica do povo brasileiro. A Pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgada nesta quinta-feira (16), em Brasília, mostra que o governo Lula encerra seu mandato com recorde de avaliação positiva: 80%. Na avaliação anterior, o percentual era de 77%. A aprovação pessoal do presidente também apresentou recorde histórico, com 87% de aprovação – o maior desde 2003. Na pesquisa anterior, a avaliação pessoal positiva de Lula chegou a 85%. 

O governo Lula fez voltar o ânimo e o sorriso na face dos trabalhadores e trabalhadoras, fez voltar a esperança de um futuro melhor para a classe trabalhadora. Lula enfrentou uma brutal crise econômica mundial investindo pesadamente na infraestrutura do país, destravando nossas estradas, portos e aeroportos, investindo em saneamento,habitação,combate à pobreza e no desenvolvimento econômico e social, e ainda oportunizou a criação de mais de 15 milhões de empregos formais. 

Se o Lula será presidente novamente,só o tempo dirá (ahahahahaha), o certo é que ele vai continuar incomodando o PIG e a diretalha nacional, agora, ainda mais livre pra dizer o que pensa (ahahahahahhahahaha)

15 de dez. de 2010

Oito anos de governo, Lula destaca conquistas econômicas e sociais


O documento divulgado hoje (15) durante a cerimônia de registro em cartório do balanço do governo Luiz Inácio Lula da Silva lembra que, já na campanha eleitoral de 2002, evidenciava-se a necessidade de priorizar a questão social. O presidente Lula, ministros e outras autoridades participam da solenidade de apresentação do balanço, no Palácio do Planalto. Outras ações consideradas prioritárias, de acordo com o documento, eram a busca pela retomada do "crescimento econômico e a manutenção do controle da inflação, além da redução da vulnerabilidade externa, o desenvolvimento dos mercados e a reconstrução do sistema de financiamento”.

O texto destaca ainda que, em meados de 2002, a Carta ao Povo Brasileiro “defendia um novo modelo, assentado em um novo contrato social, capaz de assegurar crescimento com estabilidade”. Para afastar as ameaças à economia, havia a necessidade de se adotar compromissos, como respeito aos contratos e obrigações, preservar o superávit primário (economia para pagamento de juros da dívida), reduzir a vulnerabilidade externa e a taxa de juros, combinar o crescimento com políticas sociais consistentes e inovadoras, implementar programas prioritários contra a fome e a realizar reformas estruturais democratizantes e modernizadoras.

À época, informa o documento, também havia a necessidade de estimular a evolução da economia combinada com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e o emprego, a estabilidade macroeconômica e a redução da pobreza e da desigualdade.
Entre os dados utilizados para ilustrar a situação encontrada pelo governo estão a taxa de câmbio, que era de R$ 3,53 em dezembro de 2002; o risco país elevado, de 1.460 pontos; a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 12,5%; a dívida líquida do setor público em 60,6% do PIB; as reservas internacionais, que totalizavam apenas US$ 37,8 bilhões, sendo metade empréstimo no Fundo Monetário Internacional (FMI); e o desemprego ao final de 2002, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), era de 11,7%.

Como balanço da política monetária do início do governo até 2010, o documento mostra que, com as ações adotadas pelo governo, foi possível reduzir a taxa básica de juros (Selic) de 25% ao ano para 10,75% ao ano. A inflação medida pelo ÍPCA passou de 12,5% para algo próximo a 5%. O saldo de crédito bancário subiu de 22% para 46,2% do PIB e o spread (diferença entre a taxa de captação e a cobrada dos clientes) caiu de 31,1% para 24,3%. O prazo médio de crédito, segundo o documento, aumentou de 227 para 457 dias corridos. Por outro lado, a inadimplência passou de 4% para 4,8%.

Fonte: Agência Brasil

PIG guasca banca o retorno do tema da violência e da criminalidade e faz o dia do FICO pra ministro de Dilma

 Quando eu dizia que o Rio de Janeiro é muito mais tranquilo na questão da violência se comparado com a terra guapa, o pessoal acha que eu tô de brincadeira. Pois não é que o estudo Saúde Brasil 2009, divulgado pelo Ministério da Saúde, aponta que Porto Alegre, por exemplo, é muito mais perigosa para seus cidadãos do que a capital Fluminense. Em 2008, no auge do governo Yeda, Porto Alegre teve 556 homicídios , uma taxa de 41,7 mortes por 100 mil habitantes ficando em 8° lugar no ranking da matança, enquanto isso , o Rio ficou na 24°posição, quase 100% menor.  

É o oitavo pior índice do país, quase duas vezes superior ao da capital fluminense (22,3 por cem mil). Outras grandes capitais também ficaram bem abaixo no indicador, inclusive São Paulo e Brasília. O engraçado nisso tudo é que durante oito anos tudo isso ficou muito bem escamoteado pelo PIG guasca.  

No governo Rigotto a violência e a criminalidade foram escondidas atrás do manto da mídia e do mantra da tal sensação de segurança do então secretário de Segurança José Otávio Germano, o Fala Liderança. No governo Yeda,  era só a truculência do coronel Mendes  contra movimentoss sociais pra bombar seu nome na mídia até que conseguiu uma vaguinha de R$ 22 mil no Tribunal de Justiiça Militar. De resto, infelizmente a turma da yeda pouco fez pela segurança pública, assim como o seu secretário de Segurança, aquele que nunca aparece e nem se sabe o nome. 

Agora,  além de fazer voltar aos poucos o tema da violência  e da criminalidade no RS como pauta do dia a dia , o PIG guasca também já está até bancando o dia do Fico pra ministro no governo Dilma (ahahahhahahhaha)


Rap do Mazembe



Os meus amigos colorados não atendem o telefone, então deixo o rap do Mazembe pra eles.

14 de dez. de 2010

Cinco estados registraram mais jornalistas sem diploma que com graduação na área

Acre, Mato Grosso, Piauí, Roraima e Rondônia registraram mais jornalistas sem graduação na área do que profissionais diplomados. Neste ano de 2010, 35% do total de registros concedidos a jornalistas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) foram conferidos para os profissionais não formados em Comunicação Social.

Veja:
São Paulo é a unidade federal que possui o maior índice de registros gerais, com 1.534 diplomados e 1.349 sem formação específica na área. No total do País, 5.068 pessoas foram registradas com a denominação Jornalista Profissional e 2.764 como Jornalista/Decisão STF.

O primeiro registro é concedido para jornalistas diplomados, o segundo, aos que não possuem graduação em Jornalismo, mas atuam no setor. A medida foi adotada após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, em junho de 2009, derrubou a exigência do diploma para atuar na profissão.


(fonte: Comunique-se 13/12)

13 de dez. de 2010

Internet muda padrão de consumo

Os negócios virtuais devem manter o crescimento apresentado nos últimos anos em 2011. Embaladas por uma nova cultura digital, empresas esperam ampliar sua atuação na rede, com mecanismos de interação que devem ir muito além da compra e venda online.
Para se ter uma ideia desse avanço, em oito anos o faturamento do comércio eletrônico saiu da casa  dos R$ 850 milhões, para perspectiva de fechamento de R$ 15 bilhões em 2010.

De acordo com o presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), Manoel Matos, o crescimento do comércio eletrônico foi beneficiado pela maior inserção da internet, pela chegada de novas tecnologias, como os smartphones, e pelo barateamento de computadores.  Em outra via, a criação de mecanismos de segurança e as entregas rápidas por meio dos serviços do Correios também colaboraram com a atração de novos clientes.  "Alguns estigmas da compra online foram eliminados. Hoje, cerca de 90% das compras realizadas pela internet são entregues via Sedex”, diz Matos.

A previsão de fechamento de 2010 representa um faturamento 40% superior em relação ao ano passado, R$ 10,6 bilhões, de acordo com levantamento da camara-e.net. O otimismo da instituição considera o aquecimento das vendas para o natal. O crescimento neste último semestre deverá ser de R$ 3,3 bilhões.
No período de 2009 e 2010, o aumento nas ventas também contou com a ajuda da  redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI ) para linha branca (máquinas de lavar, fogões e geladeiras).

As perspectivas para os próximos anos são as mais positivas. Programas de inclusão digital e a ampliação da banda larga, por meio de programa de governo, devem favorecer ainda mais a entrada de novos clientes no meio virtual. Além disso, a entrada de grandes players no mercado online, como o Wall Mart e Carrefur, iniciadas no segundo semestre deste ano, deverá se tornar mais incisiva em 2011. Essas empresas de porte no comércio virtual brasileiro devem não apenas ampliar o número de consumidores em rede, mas também promover uma nova forma de competitividade virtual, com preços e promoções mais atraentes aos consumidores.
Outro movimento que ampliou as negociações na internet são os clubes de compra, que tiveram uma ampla expansão em 2010. De acordo com o IBOPE, os sites de descontos ou compras coletivas atingiram 5,6 milhões de usuários únicos em setembro, número equivalente a 14% dos internautas do mês. Em junho, a audiência única dos sites de compras coletivas somava 1,7 milhão de usuários. O crescimento foi de 31% em setembro e de 231% em três meses.

O número total de usuários ativos no trabalho e em residências em setembro de 2010 foi de 40,6 milhões, o que significou uma diminuição de 2,4% em relação ao mês anterior e um crescimento de 14% na comparação com os 35,5 milhões de setembro de 2009. Considerando o uso da internet em todos ambientes (trabalho, residências, escolas, lan houses, bibliotecas, telecentros), o número de pessoas com acesso foi de 67,5 milhões, no quarto trimestre de 2009. Segundo o analista do IBOPE Online, José Calazans, internautas com idade entre 25 e 34 anos são os que mais usam os sites de compras coletivas, responsáveis por 38,3% da audiência.

No Brasil, o aumento de poder aquisitivo da classe C também potencializou as vendas no ambiente virtual. E deve acentuar as compras por meio de clubes de compra, avalia Matos. O ticket médio desta classe é de R$ 340 a R$ 360, valor considerável e que deve ser trabalhodo pelas empresas.
“Esse é o público consumidor que gosta de desconto, que coleciona cupons e participa de promoções. Com a ampliação da disponibilidade em rede, a classe C deverá ampliar significativamente o fluxo de compras em clubes de desconto”, diz o presidente da instituição.

Redes Sociais
As redes sociais hoje se configuram em um importante mecanismo de publicidade, levando as empresas a apostar nos sites de relacionamento para promover os seus produtos. De acordo com levantamento do IBOPE, realizado em setembro deste ano,  as redes sociais já são acessadas, regularmente, por 67% do total de internautas do país, e 58% o faz há mais de  três anos, principalmente os cariocas e os jovens de 20 a 24 anos. Hoje, mais de um terço dos usuários das redes acessa mais de uma vez ao dia e, em Campinas, o número chega a 48%.

Confirmando a previsão de Matos, o instituto de pesquisa aponta que essas redes foram fundamentais para a entrada das classes C, D e E na internet. O levantamento apontou o fenômeno como uma grande oportunidade para as empresas adotarem o diálogo online com os seus clientes. Além disso, foi verificado que 25% usam as redes sociais como auxílio na tomada de decisões de compra. Cerca de 20% destes internautas afirmaram que compraram um celular ou mudaram seus planos de telefonia para acessar as redes sociais com mais facilidade.

Segurança
No que diz respeito à segurança no ambiente virtual, há indicadores específicos que apontam a opinião do consumidor. O Índice e-bit / Internet Segura, realizado pelo e-bit em parceria com a camara-e.net,  atingiu  85,68% de satisfação dos clientes em outubro. O indicador, que leva em consideração dez quesitos e o percentual de satisfação, apontou: facilidade ao comprar, 93%; seleção de produtos, 90,98%; navegabilidade, 88,45%; qualidade do produto, 87,47%; política de privacidade, 87,37%; informações sobre produtos, 85,79%; manuseio e envio dos produtos, 85,35%; qualidade no atendimento, 80,69%; preços, 79,50%, e, por fim, entrega no prazo, com 78,21%.

Fonte: http://www.advivo.com.br/materia-artigo/internet-muda-padrao-de-consumo

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12 de dez. de 2010

Estadão: A briga pelas ''pastas sociais''

Após definir os titulares da maior parte dos ministérios mais ricos e refrear a ânsia do PMDB, a presidente eleita Dilma Rousseff deve se voltar nos próximos dias para um grupo de pastas que, embora pequeno e com poucos recursos, provoca alvoroço nas bases de apoio e nas correntes ideológicas que disputam espaço no PT. Um caso exemplar é o do Desenvolvimento Agrário.

A reportagem é de Roldão Arruda, sob o título  "Grupos do PT brigam por pastas ''sociais'' e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 12-12-2010.

Em decorrência de acertos internos do PT, a pasta é controlada pela corrente Democracia Socialista. Por causa disso, após a passagem dos gaúchos Miguel Rossetto (2003-2006) e Guilherme Cassel pelo posto, há dois anos a corrente vem preparando seu terceiro ministro.

O nome escolhido foi o do ex-secretário nacional do PT, Joaquim Soriano, que há dois anos desembarcou no ministério com a tarefa de coordenar um de seus mais ambiciosos programas, Territórios da Cidadania. A sucessão parecia tranquila, até o nome dele passar a receber críticas em reuniões da equipe de transição com representantes de entidades interessadas na vida do ministério. Afirmou-se, entre outras coisas, que o ex-secretário seria um burocrata de partido, sem poder político.

Logo em seguida surgiu na mesa, com o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a maior entidade de representação de pequenos agricultores do País, o nome do ex-governador e senador eleito Wellington Dias (PT). Quem o defendeu disse que fez um bom governo no Piauí e tem cacife político para fortalecer a pasta. Também se afirmou que, após dois ministros originários do Rio Grande do Sul, teria chegado o momento do Nordeste, argumento que agradou governadores nordestinos da base de apoio do governo.

Outros nomes surgiram no embalo da polêmica, entre eles o da secretária do Planejamento de Sergipe, Lucia Falcon, e até ganhou corpo a ideia de se manter Cassel no cargo.

O debate não acaba, porém, com a definição do ministro. Tão ou mais complicado será escolher o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Autarquia vinculada ao Desenvolvimento Agrário, com a missão de levar adiante programas de reforma agrária, ela atua com organizações historicamente ligadas ao PT e que costumam ser mobilizadas em momentos de crise política e eleições, como a Contag, o Movimento dos Sem-Terra (MST), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

O enredo sucessório também complica na Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, criada em 2003 para atender a reivindicações de organizações do movimento negro - outro aliado petista. Ao escolher um dos nomes da lista de cotados a ministro da pasta, Dilma também definirá se vão predominar em Brasília petistas e militantes de São Paulo ou do Rio.

Na gestão de Matilde Ribeiro (2003-2008), ligada ao PT de São Paulo, a secretaria foi tomada por paulistas. Seu sucessor, Edson Santos (2008-2010), do Rio, preferiu equipes cariocas.
Líder sindical

Se Dilma optar pela permanência do atual ministro tampão, Eloi Ferreira de Araujo, que assumiu em março, privilegiará o Rio. No contrafluxo, o PT de São Paulo aposta no deputado federal Vicentinho, que começou a carreira como líder sindical no ABC Paulista, tem influência na CUT e é bem visto pela militância negra.

A deputada federal Janete Pietá também é citada no lado paulista. Mas o caso não se resume à disputa São Paulo-Rio. Os baianos já levaram dois nomes para a equipe de transição. Os mineiros também têm seu candidato.

As disputas envolvem ainda a Secretaria das Mulheres, para a qual também existe lista de candidatos. Por outro lado, há um esforço unificado das diferentes correntes para que o Ministério das Cidades retorne o controle do partido. Na avaliação de Renato Simões, secretário nacional de Movimentos Nacionais, o ministério, criado em 2003, com Olívio Dutra, é o que mais agrega políticas e movimentos originários do próprio PT, envolvendo habitação, saneamento, esporte, lazer, saúde e transporte.

Catarinenses
Na semana passada, ao bater o martelo a favor da senadora Ideli Salvatti (SC) para o ministério da Pesca, Dilma manteve o critério da divisão de poderes por região: desde 2003, a pasta é dominada por catarinenses. No caso de Direitos Humanos, que desperta atenções na esquerda, a escolha privilegiou a acomodação ideológica interna. A deputada federal Maria do Rosário (RS) integra o Movimento PT, segunda maior corrente do partido, da qual faz parte Arlindo Chinaglia, ex-presidente da Câmara.
Segundo Valter Pomar, da direção nacional do PT e ligado à Articulação de Esquerda, o debate das correntes e dos movimentos de base tem sido mais intenso e não envolve apenas as pastas menores. "A polêmica vai até cargos como o do presidente do Banco Central", diz ele.

COTADOS PARA O DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

Joaquim Soriano (SP)
Seu nome é apoiado pela Democracia Socialista, a tendência petista de Tarso Genro, que já emplacou dois nomes na pasta
Wellington Dias (PI)
Senador eleito e ex-governador do Piauí, tem o apoio da Contag e de petistas nordestinos que querem mais apoio para região
Guilherme Cassel (RS)
A possibilidade do atual ministro permanecer no cargo não está totalmente descartada. Ele gosta da ideia

FOCOS DE INTERESSE DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

Ministério do Desenvolvimento Agrário
Controla o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e os financiamentos
para a agricultura familiar
Secretaria de Políticas da Igualdade Racial
Trata da defesa dos direitos da população negra. Também estimula a demarcação das
terras e quilombos
Secretaria de Políticas para as Mulheres
Coordena políticas para a melhoria de vida das mulheres, em articulação com movimentos feministas
Ministério da Pesca e Aquicultura
Um dos seus principais focos são as comunidades de pescadores de regiões pobres, incluindo a Amazônia
Secretaria de Direitos Humanos
Tem a missão de coordenar a implantação do Plano Nacional de Direitos Humanos 3, reivindicação dos movimentos sociais
Ministério das Cidades
Foi criado para ajudar a reduzir as desigualdades sociais, ampliando o acesso da população à moradia, ao saneamento e ao transporte

11 de dez. de 2010

100 anos de Noel Rosa





Os desafios da inclusão digital no Brasil

Presidente presta solidariedade em público ao Wikileaks



(Vídeo: Ricardo Stuckert/PR)
O presidente Lula prestou solidariedade nesta quinta-feira (9/12) ao fundador do Wikileaks, Julian Assange, preso esta semana após seu grupo ter divulgado mensagens produzidas pela diplomacia americana, e criticou a imprensa brasileira por não defender o ativista australiano e a liberdade de expressão. ”O rapaz foi preso e eu não estou vendo nenhum protesto contra a [o cerceamento à] liberdade de expressão. É engraçado, não tem nada”, afirmou o presidente, que fez questão de registar o seu:
Ô, Stuckinha (Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial da Presidência), pode colocar no Blog do Planalto o primeiro protesto, então, contra a [o cerceamento à] liberdade de expressão na internet, para a gente poder protestar, porque o rapaz estava apenas colocando aquilo que ele leu. E se ele leu porque alguém escreveu, o culpado não é quem divulgou, o culpado é quem escreveu. Portanto, em vez de culpar quem divulgou, culpe quem escreveu a bobagem, porque senão não teria o escândalo que tem. Então, Wikileaks, minha solidariedade pela divulgação das coisas e meu protesto contra a [o cerceamento à] liberdade de expressão.
Lula, que participava do evento em que foi apresentado um balanço de quatro anos do PAC, realizado no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), disse ainda desconhecer se seus embaixadores também enviam esse tipo de mensagem, como os diplomatas americanos, e alertou a presidente eleita Dilma Rousseff para que avise seu ministro (das Relações Exteriores) que “se não tiver o que escrever, não escreva bobagem, passe em branco a mensagem”.

8 de dez. de 2010

Kátia Abreu ganha prêmio ‘Motosserra de Ouro’ por defesa do desmatamento

Líder da bancada do agronegócio no Congresso e fiel defensora das propostas de mudanças no Código Florestal brasileiro, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) recebeu das mãos de uma ativista do movimento indígena da Amazônia, junto com o Greenpeace, o prêmio Motosserra de Ouro, símbolo de sua luta incansável pelo esfacelamento da lei que protege as florestas do país.

 

A ativista tentou presentear Kátia Abreu com uma réplica dourada do instrumento usado para desmatar florestas no lobby do hotel em que está hospedada em Cancún, onde participa da 16ª Conferência de Clima da ONU (COP16). A senadora desprezou o agrado, visivelmente irritada, e deixou para a ativista apenas os comentários irônicos de seus assessores. A condecoração serviu para lembrar aos ruralistas defensores do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que prevê alterações na lei, que essa proposta representa uma grave ameaça ao ambiente.

 

O projeto ruralista anistia desmatadores e reduz o tamanho da área que o proprietário de terra e o Estado estão obrigados a conservar para o bem público. Fazendas, dependendo do tamanho, ou serão dispensadas de ter árvores ou poderão ter menos do que devem atualmente. O projeto também diminui as faixas de floresta em beiras de lagos e rios e em encostas, que além de servir como corredores de biodiversidade evitam enchentes, deslizamentos e protegem a qualidade da água.

 

Caso a turma da motosserra consiga mudar a lei nos termos em que pretendem, tornarão inviável para o Brasil honrar as metas de queda de desmatamento assumidas em Copenhague, na COP15, que preveem a redução até 2020 de 36% a 39% de nossas emissões de gases-estufa. A proposta prejudica também as negociações sobre Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), que institui o pagamento para a conservação de floresta para quem vive nela. “Se o Brasil legalizar mais desmatamentos, o custo da conservação aumentará muito e pode tornar a aplicação do REDD no Brasil inviável”, explica André Muggiati, representante da Campanha Amazônia do Greenpeace na COP16.

 

A bancada da motosserra continua lutando nos bastidores para que um novo e enfraquecido código seja votado a qualquer preço, ainda este ano. Querem que algo tão importante para o Brasil seja decidido já, por uma Câmara em fim de mandato, e sem a devida discussão com a sociedade. “As alterações no Código Florestal representam um retrocesso em uma das legislações florestais mais avançadas do mundo”, diz Muggiati.

 

Este protesto teve o apoio do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB).