25 de set. de 2009

O boi de piranha

Não acredito que o assassino do agricultor sem-terra Elton Brum da Silva seja o tal brigadiano Alexandre Curto dos Santos. E mesmo que seja, e que o delegado Laurence Teixeira o indicie por homicídio doloso (com intenção de matar), entendo que os verdadeiros responsáveis são o governo Yeda e o seu ex-subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Lauro Binsfeld, o responsável direito pela operação. Para mim esses sim são os verdadeiros criminosos e deveriam responder pelo assassinato. No caso de Binsfeld, deveria também ser demitido da corporação para o bem do serviço público, além de pegar uma cana, é claro. Segundo o próprio Binsfeld, a operação que resultou na morte de Elton, deveria ser "bem feita" conforme fez veicular na grande mídia. Ele declarou que a demora em preparar a execução da desocupação era para que nada saisse errado, ou seja: o apertar do gatilho foi mera consequência de uma ordem e de uma articulação superior.
Falo isso porque no Rio Grande do Sul o governo Federal investiu em 2009 mais de R$ 800 mil reais para aquisição de 1600 armas não letais, as tais chamadas pistolas taser, que poderiam ser usadas no ato de desocupação da fazenda (foram usada após, contra homens e mulheres já dominados). Ou seja, a decisão de usar arma letal foi do comandante da operação, portanto,o tal brigadiando é apenas um boi de piranha que será entregue à sociedade, deixando de lombo liso os verdadeiros responsáveis. Espero que daqui 20 anos esse mesmo policial não queira entrar na justiça pedindo indenização ao Estado por ter sido obrigado a fazer algo que não queria ou que foi obrigado a fazer.

E por falar em buracos


Por falar em buracos em rodovias, naquela semana das chuvas andei por várias estradas estaduais e tive pena de quem precisa colocar seu veículo no trecho, pois eram tantos buracos que a única alternativa era desviar do maior e sentir o solavanco dos menores. Aliás, não entendo como nosso asfalto "brasileiro" (ahahaha) seja tão vagabundo que qualquer chuvinha as crateras reaparecem. Tem algum empreiteiro que possa me explicar ? (ahahahaha)

Na nossa Capital da mudança, mas para pior, se tivesse um ranking ou um buracódromo, para aferir a quantidade de buracos nas ruas, Porto Alegre, com certeza, estaria disputando a liderança desse campeonato. Além disso, ruas planas são transformadas em verdadeiras "olas" após a passagem das equipes de obras da prefeitura, que se encarregam de destruir o que estava em perfeitas condições. As ruas das vilas da cidade estão abandonadas e a buraqueira começa a tomar conta.

Outra vergonha é tal maquiagem que a prefeitura de Porto Alegre faz nas ruas e avenidas principais. Na rua Pinheiro Borda , zona sul da Capital, há umas 20 faixas de rolamento, todas de mentirinha. A gestão Fogaça criou uma nova forma de asfaltar: pinta uma nova faixa e sobre a existente passa uma mãos de tinta preta que com a primeira chuva reaparece. O resultado é que quando se acessa a rua não se sabe exatamente qual pista se deve pegar, pois a faixa antiga e a nova se misturam. Pelo que sei, esse tipo de pintura é ilegal e acho que se alguém se sentir prejudicado por essa confusão deve entrar na justiça.

Quilombo da família Silva recebe titulação

Ocorre nesta sexta-feira (25), em Porto Alegre, o ato que marca a entrega de titulação pelo Incra do território remanescente do quilombo Silva. O ato será às 17h, junto à área do quilombo, no bairro Três Figueiras.Atualmente, existem no Brasil mais de três mil comunidades remanescentes de quilombos reconhecidas, sendo 135 no Rio Grande do Sul. A Constituição Federal garante a liberdade de crença e o direito à autodeterminação da cultura negra com a proteção das áreas ocupadas por populações remanescentes de quilombos.