
Para nós, cidadãos urbanos, que vivemos em apartamentos apertados, em áreas verticais, sabemos muito bem o que significa o cu$to e o uso da terra, mesmo não sendo um agricultor sem-terra. Nas grandes cidades, em áreas menores que metade de um campo de futebol, há cosntruções que abrigam até 2 mil pessoas. Não nos damos conta do que representa a falta da reforma agrária no Brasil e a concetração do latifúndio no aumento do nosso custo de vida, seja ele para morar ou trabalhar, e é claro, do ponto de vista social e econômico.
Imaginem 100 campos de futebol do tamanho do Beira-Rio ou do Olímpico nas mãos de uma única empresa multinacional ou de um único dono, que provavelmente não possua matricula de compra de toda essa terra (grilagem). Pois bem, nessas terras passam rios, riachos e têm florestas nativas, e em muitas vezes são devastadas para atender ao interesses do agronégocio com a plantação de eucaliptos ou a monocultura de soja ou da cana-de-açucar.
Junto com isso vem o êxodo rural e a concetração da miséria nas grandes cidades, gerando desemprego, falta de infraestrutura e a criminalidade. O Censo da Agricultura Familiar comprova que o latifúndio gera apenas 1,7 emprego no campo para cada 100 hectares , enquanto que na agricultura familiar gera 15 empregos, além da renda que quase dobra em relação aos grandes latifúndios.
A concentração de terras no Brasil é tão grande e tão desigual que é possivel afirmar que nossas terras estão sendo ocupadas de forma silenciosa, por centenas de empresas, que veem nelas uma forma barata de obter lucro, alimentando a pobreza e a concetração da renda. Mais de 75% das terras agricultáveis são ocupadas por esses barões medievais e somente 25% da nossa terra está nas mãos de quem realmente coloca a comida na mesa do brasileiro. O Censo da agricultura familiar comprova isso.
Se ainda não nos demos conta da desigualde social que a concentração da terra produz e dos interesses dos grandes Barões da Mídia e de seus aliados, é porque estamos muito ocupados em trancar portas, colocar câmeras de segurança em nossas casas e clamar por mais segurança. Não entendemos ainda que a violência não é a causa, mas a consequência da concentração da renda e das terras nas mãos daqueles que sempre usaram e abusaram dos trabalhadores, inclusive de forma escrava.