12 de mai. de 2011

Tô indo nessa by Kayser


Devolva nosso dinheiro ! Ja !

Vamos fazer uma campanha ? enquanto o Grupo Vulcabraz/Azaleia não devolver a grana que recebeu de incentivos fiscais dadas pelo BNDES e pelo governo do Estado ao longo dos anos, o povo gaúcho não compra seus produtos. Sei que é difícil, mas gostaria de saber quais os produtos e as marcas comercializadas por esta empresa para que eu NÃO COMPRE. O Ministério Público Federal , por meio do Procurador Federal Celso Três, abriu investigação contra o grupo Grendene e Azaleia, e afirmou que vai fazer uma "varredura". Segundo o MPF, essas empresas pegaram R$ 3,8 bilhões de recursos públicos a juros subsídiados  nos últimos 10 anos. Pelo visto, havia uma espécie de escoadouro de dinheiro público para a empresa,  fluia para dentro da "privada" num grande azaleioduto, ou grandeneoduto. Espero que os prefeitos do Vale do Sinos sejam solidários ao procurador e tomem essa lição para nunca mais dar dinheiro público para essa gente.

 Abaixo, reproduzo o excelente  artigo da ex-deputada Luciana Genro sobre o assunto

Devolva nosso dinheiro!

A notícia do fechamento da Azaleia em Parobé é uma tragédia, particularmente para a cidade e para as 800 famílias diretamente atingidas. Mas, infelizmente, não foi uma grande surpresa para quem acompanha a trajetória dessa empresa nos últimos anos. Em 2005, ela fechou a unidade de São Sebastião do Caí, desempregando 2,5 mil pessoas, e em 2008 foram 800 desempregados em Portão. Agora, o Ministério Público Federal decidiu abrir inquérito para apurar como o Grupo Grendene, que controla a Azaleia, se beneficiou de empréstimos do BNDES da ordem de R$ 3 bilhões a juros ínfimos (menos de 4% ao ano), promovendo demissões em massa. O BNDES é um banco público, controlado pelo governo federal, e portanto deveria estar financiando a geração de empregos.

No Rio Grande do Sul, a Azaleia tem recebido tratamento privilegiado. Durante o governo de Antônio Britto (1995-1998), a Azaleia foi beneficiada com incentivos fiscais que somam R$ 53 milhões atualizados. Não por acaso, esse ex-governador, ao sair do Piratini, passou a exercer a função de conselheiro da Abicalçados (Associação Brasileira dos Calçadistas) e depois ganhou o cargo de presidente executivo da Azaleia!

A guerra fiscal é uma desgraça para o Brasil. Entrar ou não nela é uma decisão que deveria ser tomada pelo povo gaúcho, através de um plebiscito democrático no qual os prós e contras fossem debatidos. Afinal, é o dinheiro de cada contribuinte que está em jogo, portanto justíssimo que todos decidam juntos se uma empresa deve ser brindada com a possibilidade de não pagar impostos que fazem uma falta enorme aos cofres públicos.

Mas o mínimo que um Estado deveria fazer ao decidir destinar parte dos impostos pagos pelo seu povo para uma empresa é exigir que ela devolva o dinheiro se resolver ir embora depois. É o que a Azaleia deveria ser obrigada a fazer agora. Vai embora? Então devolva tudo o que recebeu de nós! Tenho certeza de que assim esta visão “migratória” das empresas iria se modificar.

O movimento lançado pela Ajuris (Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul), reivindicando transparência na concessão dos benefícios fiscais, ganhou ainda mais importância diante do caso Azaleia. Vamos todos nos somar nesta campanha, agora agregando mais uma reivindicação: Azaleia devolva o nosso dinheiro!!