7 de mai. de 2010

Aumento especulativo do aço: o lucro dos Gerdau sairá do seu bolso

Na semana passada as montadoras anunciaram que podem reajustar os valores dos automóveis neste ano como resultado do aumento de custos, decorrente do reajuste do aço e do fim do redutor de 40% do Imposto de Importação de autopeças. Outros setores, tais como os da linha branca (geladeiras, fogões) também já cogitam tomar a mesma atitude.

No entanto, uma outra notícia veiculada no PIG chama a atenção. A nota diz que o lucro líquido do grupo Gerdau foi de R$ 573 milhões de reais, num aumento de 1.537,14% em relação aos R$ 35 milhões obtidos no primeiro trimestre do ano passado. Segundo alguns informes econômicos o preço do aço subiu 14% em abril.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez uma ameaça às siderúrgicas: se houver aumentos abusivos nos preços do aço, que provocarão um efeito cascata em toda a cadeia produtiva de bens duráveis (carros e eletrodomésticos, principalmente), o governo vai zerar a alíquota de importação do produto. Mantega pediu cautela aos empresários, que estão ávidos para recompor as margens de lucros perdidas desde a eclosão da crise mundial, no fim de 2008. "É preciso ir devagar com as margens para que não haja correções acima do razoável.

Ou seja, o grupo Gerdau aumentou sua margem de lucro para poder se recuperar da crise global. A mesma crise que eles provocaram, e que agora vão fazer a classe média brasileira pagar a conta. O engraçado é que isso o PIG não critica, aliás, silencia. O aumento expeculativo afetará diretamente o nosso bolso em 2010.

Que saudade do Bisol

Mesmo com todos os problemas e os boicotes de FHC e do PIG ao governo Olívio Dutra, até 2002, os gaúchos tinham certeza de uma coisa: o RS tinha uma política de segurança pública e o sistema prisional gaúcho era modelo de gestão nacional, referência para outros Estados.

Já no governo cínico-pacificador de Germano Rigotto (PMDB) o descaso e o abandono foram os eixos centrais da política mediocre do partido e de seus aliados num dos setores mais sensíveis da segurança pública. Com Yeda e o seu déficit zero então colocaram de vez uma pá de cal no sistema de segurança pública e no prisional. No último caso, nem com recursos federais disponibilizados (R$ 44 milhões de reais) algum presídio foi construído nos primeiros três anos do governo Yeda, e tudo o que foi feito até agora se deve a muita pressão social, até mesmo do PIG, que já não consegue mais esconder que chegamos ao fundo do poço, também nesse quesito.

No sistema prisional, tanto Rigotto quanto Yeda fizeram a política da maioria dos prefeitos gaúchos que exigem segurança, mas se recusam a ter presídios em seus municípios. Se a turma do PMDB e do PSDB acham que vão resolver o problema do sistema substituindo servidores da Susepe por policiais militares em presídios, estão redondamente enganados.

Ontem, foi veiculado mais um vídeo com agressões a presos, agora, na Penitenciária do Apanhador, em Caxias do Sul. As imagens mostram policiais militares agredindo presos com chutes e pauladas desferidas por cassetetes. Da mesma forma, fatos semelhantes ocorreram com servidores da Susepe no mês passado.

A Segurança Pública e o Sistema Prisional gaúcho representam hoje um misto de incompetência e negligência política, mas cada povo tem o governo que merece. Que saudade do Bisol.