17 de jun. de 2009

O jornalismo e a liberdade de empresa,ops imprensa


A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de Mendes que pôs fim a obrigatoriedade do diploma em curso superior para o exercício da profissão de jornalista no Brasil significa o seguinte: qualquer juiz aposentado ou não , advogado renobombado amigo da mídia ou até mesmo um médico acusado de crime, mas não julgado pode escrever livremente em jornais, dependendo é claro no "nível de amizade" com a empresa. Enquanto os jornalistas da empresa tiverem liberdade de empresa tudo bem, nada muda, do contrário(ahahahahhaha). Os ministros acolheram o recurso ajuizado pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo (Sertesp) e pelo Ministério Público Federal (MPF) (sempre eles) contra uma decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que tinha afirmado a necessidade do diploma . O relator é nosso velho conhecido, Gilmar Mendes, que afirmou a formação deve ser dispensada para a garantia do exercício pleno das liberdades de expressão e informação, leia-se Liberdade de empresa. Qualquer curso de graduação superior agora pode colocar na sua propaganda a seguinte frase: entre no curso de medicina e ganhe de brinde um curso de jornalista, (ahahahha). Para a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o STF optou por acatar na íntegra a tese das empresas e enfraquecer a categoria. "É entregar o galinheiro para os lobos tomarem conta. Acaba a valorização do mérito pessoal de se procurar por um escola de jornalismo e substitui-se pela vontade do patrão, que vai decidir com base num 'talentômetro' quem pode, ou não, ser jornalista", ressaltou o presidente da Federação, Sérgio Murillo.

3 comentários:

  1. Prezado companheiro Kiko, eu tenho meu blog e rabisco textos para outros. Nãotenho formação acadêmica em jornalismo. Sou policial aposentado. Transcrevo texto do Ruy gessinguer, ilustre cidadão de nosso estado, texto clipado o blog dele nesta data.


    "JORNALISMO & PROFISSÕES

    18 de Junho de 2009 às 08:47 Ruy Gessinger

    Desde criança ouço ditados, tanto em alemão, como em português, a respeito da teoria e da prática.
    Exemplos:

    * ele não sabia fazer, portanto foi ensinar;
    * quem sabe , faz: quem não sabe, ensina.

    Ao constituirmos nossa empresa pecuária, nossa família tratou de adquirir livros especializados e frequentar todos os cursos possíveis, inclusive de gestão. No começo, porém, eu desdenhava um pouco da sabedoria campeira dos peões que mal sabiam assinar seu nome, olvidado de que eram repositários de séculos de ciência do pastoreio naquele lugar.

    Havia lido que terneiro tinha de ser desmamado aos 60 dias. Vamos fazer assim. A peonada torceu o nariz, as ventas, os cabelos, tudo. Mandei fazer. Revelou-se um desastre na prática. Por que? porque para desmamar aos 60 dias é preciso que esteja sobrando bóia. Eu falei, sobrando. E, para isso, seu estabelecimento tem que estar vocacionado. Em campo de pedra, neca pau.

    O conhecimento, portanto, não se cinge à Universidade, a Escola formal. Existe muito conhecimento esparso, tradicional, que não pode ser desprezado. E existe o conhecimento buscado e haurido por tenacidade do próprio sujeito.

    Meus amigos médicos me têm falado que, com o advento do Google, muitos pacientes já chegam ao consultório com o seu próprio diagnóstico feito.

    Corta para o Direito.

    Há 40 anos, a maioria das pessoas mal sabia ler. Necessário que em litígios as partes estivessem assessoradas por advogados. Hoje, a maioria das pessoas, mesmo sem cursar faculdades de Direito, sabem coisas importantes como: o princípio da legalidade em D. Penal , em Tributário, em Administativo; já leram sobre o ” due process of Law”, sobre a presunção de inocência, sobre os diversos ônus da prova.

    Animo-me a dizer que, em poucas décadas será facultativo, para a maior parte das demandas, a presença do advogado.

    O que o STF decidiu ontem não foi o fim do Jornalista profissional, nem a desnecessidade do Curso. Decidiu, sim, que tem gente muito preparada, muito lida, muito sapiente, que temos que ouvir, que temos que ler, inobstante não terem cursado o Jornalismo.

    Eu aconselharia os jovens que gostam de Comunicação, que não deixem de cursar Jornalismo, mas que, “a latere”, continuem se instruindo em todos os setores do conhecimento humano.

    Fonte: http://blog.gessinger.com.br/"

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  2. Sugiro ao autor do post, dar uma passada no blog "Conversa Afiada" de PH Amorim. Contém uma opinião interessante sobre esse negócio do diploma.

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  3. Muito boa a decisão do STF que teve apenas o voto divergente do Ministro Marco Aurélio. Com o Dantas votaram todos os ministros indicados pelo Lula. Está na hora mesmo de acabar com o Brasil corporativo.

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