1 de jan. de 2010

Lula, o filho do Brasil

Em "Lula, o Filho do Brasil", que estreia hoje nos cinemas, Luiz Inácio tem um destino grandioso. A viagem para São Paulo, deixando para trás o sertão árido, é feita em pau-de-arara com seis irmãos, depois de uma carta recebida do primogênito, Jaime, em que ele ordena, fingindo ser ordem do pai, que a mãe venda tudo e vá com a família viver com ele em Santos, onde é estivador. Aí começam as desavenças: o pai, Aristides (Milhem Cortaz), fica enfurecido com a chegada da família.

Como num conto de fadas, a infância do menino Lula é cheia de privações, mas a pobreza é driblada com a pureza das crianças. Por ordem do pai, os meninos têm que trabalhar, mas Lula vai escondido à escola. A professora (Lucélia Santos) percebe que o garoto tem talento, é dedicado, e propõe à Dona Lindu que o deixe adotá-lo. "Só quero que seu filho seja alguém", apela a mulher. Lindu tem a resposta pronta: "Ele já é alguém, é meu filho Luiz Inácio."Lula (Rui Ricardo Diaz) segue nos estudos, incorruptível, e mesmo quando se apaixona por Lurdes (Cléo Pires), o namoro é de portão, comportado. O sonho do operário se desfaz logo quando a mulher morre no parto do primeiro filho, que também não resiste. E Lula busca abrigo na política.

A atuação de Rui Ricardo Diaz se ilumina quando seu personagem também se torna o líder de massas. A motivação aos companheiros vem em voz empostada no famoso discurso do estádio lotado da Vila Euclides, em São Bernardo do Campo. "Quando eu entrei lá, fiquei até assustado", lembra Diaz. "Nunca tentei imitar o Lula, nem saberia. A preocupação é não ficar caricato, a caracterização está além disso", diz Rui Ricardo Diaz, e admite que teve que responder a isso por mais de uma vez. Se com a barba cerrada ele parece nascido para o papel, mais magro (foram dez quilos ganhos em dois meses de gravações), de rosto limpo, mal parece o mesmo ator da telona. "Quando me chamaram, até desconfiei. Achei que alguém tinha errado. Demorei para entender que eu era o Lula. Não me pareço com ele", comenta o ator, que passou dois meses estudando meticulosamente entrevistas do presidente dadas a programas de TV.

Fonte: Caderno Variedades / Estadão

3 comentários:

  1. Lula é o nosso timoneiro. Ser superior a iluminar os nossos caminhos. Extremamente sábio ao falar. Vamos construir estátuas e espalhar por todo o amado Brasil. Quem é contra Lula é contra o Brasil.

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  2. Quem é contra o Lula é contra 80% da população que o apoia.

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  3. Desde o começo fica claro para o espectador o tom de dramalhão que o filme terá, mas no decorrer da trama essa narrativa fica comprometida ao não se decidir se foca na figura da mãe (um tanto quanto desconexa), numa estrutura semidocumental (aparentemente seria uma escolha mais adequada) ou simplesmente na persona do biografado (que parece inseguro e desencontrado) – mas nem a apelação das cordas piegas de Jaques Morelenbaum são suficientes para trazer lágrimas à plateia. O filme peca em muitos momentos, desde a controversa “substituição” da canção tema “Meu Primeiro Amor” por “Você”, de Tim Maia, (que gerou um anacronismo grosseiro visto que a gravação não existia na época em que aparece na película) até a providencial omissão de fatos relevantes. O objetivo da família Barreto no cinema brasileiro é apenas o lucro, cinema para eles não é arte, são negócios. Criar uma obra que seja popular e sofisticada está distante do entendimento e talento dessas pessoas, que estão tentando fazer desse arremedo um fenômeno de bilheteria similar a “Dois Filhos de Francisco”, mas ficando muito longe do intento (que pode ser alcançado pela cinebiografia do espírita Chico Xavier, dirigida por Daniel Filho e com previsão de lançamento para abril). Para quem se interessar pela história do movimento sindical do ABC melhor assistir ao ótimo documentário “Linha de Montagem”, de Renato Tapajós; ou até mesmo ler o livro que (supostamente) deu origem ao filme.

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