7 de mai. de 2010

Que saudade do Bisol

Mesmo com todos os problemas e os boicotes de FHC e do PIG ao governo Olívio Dutra, até 2002, os gaúchos tinham certeza de uma coisa: o RS tinha uma política de segurança pública e o sistema prisional gaúcho era modelo de gestão nacional, referência para outros Estados.

Já no governo cínico-pacificador de Germano Rigotto (PMDB) o descaso e o abandono foram os eixos centrais da política mediocre do partido e de seus aliados num dos setores mais sensíveis da segurança pública. Com Yeda e o seu déficit zero então colocaram de vez uma pá de cal no sistema de segurança pública e no prisional. No último caso, nem com recursos federais disponibilizados (R$ 44 milhões de reais) algum presídio foi construído nos primeiros três anos do governo Yeda, e tudo o que foi feito até agora se deve a muita pressão social, até mesmo do PIG, que já não consegue mais esconder que chegamos ao fundo do poço, também nesse quesito.

No sistema prisional, tanto Rigotto quanto Yeda fizeram a política da maioria dos prefeitos gaúchos que exigem segurança, mas se recusam a ter presídios em seus municípios. Se a turma do PMDB e do PSDB acham que vão resolver o problema do sistema substituindo servidores da Susepe por policiais militares em presídios, estão redondamente enganados.

Ontem, foi veiculado mais um vídeo com agressões a presos, agora, na Penitenciária do Apanhador, em Caxias do Sul. As imagens mostram policiais militares agredindo presos com chutes e pauladas desferidas por cassetetes. Da mesma forma, fatos semelhantes ocorreram com servidores da Susepe no mês passado.

A Segurança Pública e o Sistema Prisional gaúcho representam hoje um misto de incompetência e negligência política, mas cada povo tem o governo que merece. Que saudade do Bisol.

8 comentários:

  1. Kiko, eu tbm partilho deste mesmo sentimento: SAUDADES DO GRANDE E QUERIDO, BISOL!
    Ele várias vezes Teve a coragem de dizer que deveríamos separar as bandas da polícia (banda podre da banda sã).O que aconteceu a ele, ao dizer tamanha "blasfêmia"? Foi execrado pelos policiais e pelo pig.Ele teve a "audácia" de dizer que se não cuidassemos, o crime organizado se estabeleceria no RS (e veio mesmo, com muita força, pois até nos altos escalões do governo, está enraizado).E ele, ainda, teve a dignidade de se afastar da vida pública, para não mais ser alvo, principalmente dos meios de comunicação (maior deles a RBS, pois que a mesma foi condenada a pagar uma polpuda indenização a ele, por calúnia e difamação), de campanhas sujas, que tão sómente, visavam enxovalhar sua honra!
    Maria Hein

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  2. Por favor, não devaneia!
    Nenhum governo estadual, desde 1980 (quando comecei a trabalhar na SUSEPE) até hoje priorizou o sistema penitenciário gaúcho, muito menos o do Olívio Dutra, que utilizou a SUSEPE como cabide de empregos para a companheirada, sendo preenchidas todas as chefias com servidores apadrinhados, ocupando CCs, sem a menor experiência na área prisional. Por essas e outras o caos se instalou. O sistema carcerário gaúcho nunca foi referência nacional. As duas últimas gestões de governo (Olívio Dutra e Germano Rigotto) não abriram vagas nem planejaram as necessárias construções de novas penitenciárias, ou encaminharam alternativas plausíveis a serem implementadas no sentido de evitar que chegássemos à atual situação. Só empurraram com a barriga o problema, que explodiu agora, o que está fazendo com que o governo Yeda adote providências na base do sufoco, com medidas contestáveis como a privatização, o tal "Novo Paradigma", a intervenção da Brigada Militar, etc, sem conseguir definir rumos a serem seguidos.

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  3. Hehehe! Eu não tenho o governo que mereço! Acabaram de indeferir a minha aposentadoria na SE, com toda a minha documentação regular. Isso se chama Yeda. Eu não votei nela e não me sinto sua merecedora. Na verdade, não quero ter nenhum representante, ainda mais como esses, que fazem com que o Estado aja contra o povo. Meu voto será NULO, e não por falta de consciência política nem por protesto. Simplesmente porque não acredito neste tipo de organização social. Beijos. Obrigada pelas visitas constantes no meu blog.

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  4. Eu também!
    Que SAUDADE do BISOL!

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  5. Era bom mesmo o período do Bisol. O tráfico prosperou como nunca no governo Olívio, a Brigada Militar era expulsa de prédio público pelo próprio Movimento dos Sem-Terra...

    Lembremos que NUNCA, NUNCA nesse estado se colocou tantos policiais nas ruas como agora: 3.522 novos policiais militares.

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  6. Bisol impôs aos desregrados brigadianos os padrões da SWAT no porte de arma e abordagem de cidadãos.
    A direita ficou furiosa, ela prefere colher vítimas baleadas por engano à admitir que os policiais possam ser corrigidos por um civil, mesmo que esse lhes seja superior hierárquico.
    A direita reza pela superioridade inquestionável da farda sobre o terno, não admite que a corporação fardada se submeta ao poder civil.
    Lembro-me da baixeza de seus adversários, delegados sabotadores, distribuindo CDs de gravações clandestinas na Assembléia e do seu gesto heróico de se propor trocar pelos reféns de um seqüestro de uma lotação.
    Enquanto os dogmas da direita sobre segurança não puderem ser desafiados e discutidos vamos ficar com essas três instituições "caixas-pretas" que são inócuas, descoordenadas e despreparadas para garantir segurança.

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  7. O que fizeram com o Bisol nunca terá perdão. Trataram um dos maiores homens públicos do Rs como se fosse um bandido. O PIG, essa corja de canalhas transvestidos de jornalistas, não deram um minuto descanso ao governo Olívio. Hoje, o PIG não sabe onde enfiar a cara com o descalabro da segurança pública. A propósito, alguém sabe o nome do atual secretário de segurança da Yeda?

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  8. Dããã.... Meu mundo é a SUSEPE.
    As nomeações deles são cumpanheirada, as nossas são "quadros técnicos".
    Dãããã .. comentário de partidário é soda, como se as nomeações de todos os demais partidos fossem muito diversas e melhores do que das do PT.
    Mas a gente se lembra de algumas dessas decisões atabalhoadas do PT. Quer ver duas ?
    O Olívio consolidou a defensoria pública e fez concurso para defensor. Coisa que a São Paulo tucana até hoje não tem, porque no estado que idolatra a plutocracia PPP (pobre, preto e puta) não tem que ter vez.
    Contratou em emergência dezenas de psicólogos para acompanhar a massa carcerária e produzirem laudos técnicos para validar a progressão das sentenças e validar as solturas e licenças. Coisa que São Paulo não faz, eles simplesmente liberam 50 mil no Natal para visitar as famílias e o resto da população que se dane com 5 mil loucos soltos no meio desses 50 mil soltos.
    Sei disso em primeira mão.
    O governo Olívio não fez mais porque herdou um governo maneado do Brito, maneado com uma dívida que passou a 13% da arrecadação estadual no primeiro dia de governo, naquela acordo sacana no qual se empregou IPC-A para se reajustar as dívidas do estado ao invés de se usar uma cesta de índices.
    Esse papo de "só nomeraram cumpanheiro" é conversa de CC que já morava no cargo desde o Simon e passou 4 anos apertado. É intriguinha para manter cargo.

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