25 de ago. de 2010

O Brasil e suas terras férteis

O PIG está enfurecido com o presidente Lula que até que enfim aprovou a limitação de venda de terras brasileiras a estrangeiros ou empresas brasileiras controladas por estrangeiros. O documento, segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), levou em consideração alterações no contexto social e econômico no Brasil, assim como aspectos como a valorização das mercadorias agrícolas, a crise mundial de alimentos e o desenvolvimento do biocombustível.

Com a nova interpretação, as compras de terras serão registradas em livros especiais nos cartórios de imóveis. Todos os registros feitos por empresas brasileiras controladas por estrangeiros devem ser comunicados trimestralmente à Corregedoria de Justiça dos Estados e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário.

As empresas estrangeiras não poderão adquirir imóvel rural que tenha mais de 50 módulos de exploração indefinida. Só poderão ser adquiridos imóveis rurais destinados à implantação de projetos agrícolas, pecuários e industriais que estejam vinculados aos seus objetivos de negócio previstos em estatuto. Esses projetos devem ser aprovados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.A soma das áreas rurais pertencentes a empresas estrangeiras ou controladas por estrangeiros não poderá ultrapassar 25% da superfície do município.

O PIG guasca chega afirmar a bobagem de que "as novas barreiras impostas pela União para a compra de terras por estrangeiros podem se transformar em mais um entrave para o desenvolvimento da indústria da celulose no Estado."


Não é de hoje que o Brasil é alvo de compra de terras por estrangeiros e suas empresas. Com muito sol, terras férteis e água em abundância, viram aqui uma maneira de colocar nosso solo a serviço de interesses das grandes multinacionais. Eles até inventaram as tais "commodities" para controlar a compra e a venda de alimentos e matéria-prima no mundo a preços irrisórios, que depois de processadas e industrializadas são revendidas a preço de ouro.

Em 2008, com a crise do capital, e a quebradeira de especuladores e de multinacionais, muitos daqueles que ganharam dinheiro com a crise (sim, teve muita gente que ganhou dinheiro) se precaveram e resolveram investir em coisas reais, numa espécie de poupança de ativos. Empresas estrangeiras, além de já possuirem milhões de hectares de terra no Brasil, agora compraram mais de 50 % das empresas do setor alcooleiro e investem pesado na compra de ações e controle de empresas no setor de energia em nosso país.

Esses "players" globais não estão nem ai para os povos famintos dos continente africano e americano, e tem o apoio escancarado dos seus governos (europeus e norte-americano) , que necessitam de muita energia, matéria-prima, água e alimentos baratos para sustentar a industria, o desenvolvimento econômico e o alto bem-estar social dos cidadãos do chamado primeiro mundo.

Lula fez o que pôde, e usou seus 80 % de aprovação popular para dar uma pequena enquadrada nessa turma que há séculos fazem do Brasil o seu quintal. O engraçado é que alguns oficiais do "nosso" exército brasileiro e um "afamado" site especializado em "defesa nacional" aqui do Brasil condenam a criação de reservas para índios e os movimentos sociais mas ficam pianinhos quando grupos estrangeiros se refestelam comprando um volume de terras muitas vezes maior que o tamanho de seus próprios países de origem.

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