23 de ago. de 2011

“Estadão” crava a espada em Dilma


Por Rodrigo Vianna

A foto está na página A-7, na edição impressa do Estadão. Dilma surge levemente arqueada, e a espada de um cadete parece trespassar o corpo da presidenta. Abaixo da foto, o título “Honras Militares” – e um texto anódino, sobre a participação de Dilma numa cerimônia militar.

Faço a descrição minuciosa da foto porque a princípio só contava com uma reprodução de má qualidade (tive que fotografar a página do jornal com uma máquina amadora). Mas um amigo acaba de me mandar a imagem por email – e essa está um pouco mais nítida. Estranhamente, não encontro a foto no site do Estadão. Talvez apareça naquela versão digital para assinantes…

O editor deve ter achado genial mostrar a presidenta como se estivese sendo golpeada pelas costas. É a chamada metáfora de imagem. Mas, expliquem-me: qual a metáfora nesse caso? O que a foto tinha a ver com a solenidade de que fala o jornal? Há, no meio militar, quem queira golpear Dilma pelas costas? O jornal sabe e não vai dizer?

Ou, quem sabe, a turma do “Estadão” tenha achado graça em “brincar” com a imagem. No mínimo, um tremendo mau gosto com uma mulher que já passou por tortura na mão de militares, e hoje é a presidenta de todos os brasileiros.

Sintomático que a foto não apareça ao lado da mesma notícia na edição digital. Alguém deve ter pensado melhor e concluído: não vai pegar bem.

Por isso tudo, sou levado a pensar que Freud talvez explique a escolha da foto: a mão militar, na imagem, cumpre a função de eliminar a presidenta. E, com isso, talvez agrade a certa parcela dos leitores do jornal. Passeando pelo site do Estadão, é comum ver a presidenta chamada de “terrorista”.

Somália: Um grito mudo, escrito por Frei Beto

A foto do jornal me causou horror. A criança somali lembrava um ET desnutrido. O corpo, ossinhos estufados sob a pele escura. A cabeça, enorme, desproporcional ao tronco minguado, se assemelhava ao globo terrestre. A boca – ah, a boca! – escancarada de fome emitia um grito mudo, amargura de quem não mereceu a vida como dom. Mereceu-a como dor.

Ao lado da foto, manchetes sobre a crise financeira do cassino global. Em dez dias, as bolsas de valores perderam US$ 4 trilhões. Estarrecedor! E nem um centavo para aplacar a fome da criança somali? Nem uma mísera gota de alívio para tamanho sofrimento?

Tive vergonha. Vergonha da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que reza que todos nascemos iguais, sem propor que vivamos com menos desigualdades. Vergonha de não haver uma Declaração Universal dos Deveres Humanos. Vergonha das solenes palavras de nossas Constituições e discursos políticos e humanitários. Vergonha de tantas mentiras que permeiam nossas democracias governadas pela ditadura do dinheiro.

US$ 4 trilhões derretidos na roleta da especulação! O PIB atual do Brasil ultrapassa US$ 2,1 trilhões. Dois Brasil sugados pelos desacertos dos devotos do lucro e indiferentes à criança somali.


Neste mundo injusto, uma elite privilegiada dispõe de tanto dinheiro que se dá ao luxo de aplicar o supérfluo na gangorra financeira à espera de que o movimento seja sempre ascendente. Sonha em ver sua fortuna multiplicada numa proporção que nem Jesus foi capaz de fazê-lo com os pães e os peixes. Basta dizer que o PIB mundial é, hoje, de US$ 62 trilhões. E no cassino global se negociam papéis que somam US$ 600 trilhões!

Ora, a realidade fala mais alto que os sonhos e a necessidade que o supérfluo. Toda a fortuna investida na especulação explica a dor da criança somali. Arrancaram-lhe o pão da boca na esperança de que a alquimia da ciranda financeira o transformasse em ouro.


À criança faltou o mais básico de todos os direitos: o pão nosso de cada dia. Aos donos do dinheiro, que viram suas ações despencarem na bolsa, nenhum prejuízo. Apenas certo desapontamento. Nenhum deles se vê obrigado a abrir mão de seus luxos.

Sabemos todos que a conta da recessão, de novo, será paga pelos pobres. São eles os condenados a sofrerem com a falta de postos de trabalho, de crédito, de serviços públicos de qualidade. Eles padecerão o desemprego, os cortes nos investimentos do governo, as medidas cirúrgicas propostas pelo FMI, o recuo das ajudas humanitárias.

A miséria nutre a inércia dos miseráveis. Antevejo, porém, o inconformismo da classe média que, nos EUA e na União Europeia, acalentava o sonho de enriquecer. A periferia de Londres entra em ebulição, as praças da Espanha e da Itália são ocupadas por protestos. Tantas poupanças a se volatilizarem como fumaça nas chaminés do cassino global!

Temo que a onda de protestos dê sinal verde ao neofascismo. Em nome da recuperação do sistema financeiro (dirão: “retomada do crescimento”), nossas democracias apelarão às forças políticas que prometem mais ouro aos ricos e sonhos, meros sonhos, aos pobres.

Nos EUA, a derrota de Obama na eleição de 2012 revigorará o preconceito aos negros e o fundamentalismo do “tea party” incrementará o belicismo, a guerra como fator de recuperação econômica. A direita racista e xenófoba assumirá os governos da União Europeia, disposta a conter a insatisfação e os protestos.

Enquanto isso, a criança somali terá sua dor sanada pela morte precoce. E a Somália se multiplicará pelas periferias das grandes metrópoles e dos países periféricos afetados em suas frágeis economias.

Ora, deixemos o pessimismo para dias melhores! É hora de reacender e organizar a esperança, construir outros mundos possíveis, substituir a globocolonização pela globalização da solidariedade. Sobretudo, transformar a indignação em ação efetiva por um mundo ecologicamente sustentável, politicamente democrático e economicamente justo.

 Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Barros, de “O amor fecunda o Universo – ecologia e espiritualidade” (Agir), entre outros livros. http://www.freibetto.org/>  twitter:@freibetto.

22 de ago. de 2011

Governo lança Banco de Terras Públicas

Será lançado hoje (22), às 11hs, no Salão Negrinho do Pastoreio no Palácio Piratini, a assinatura do decreto que cria o Banco de Terras. Segundo Marcel Frison, secretário de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano, o Banco de Terras Públicas é uma carteira que abrigará um conjunto de áreas de domínio do Estado passíveis de serem utilizadas para fins habitacionais.

Marcel destaca que neste primeiro momento, está composto por áreas públicas do Estado desocupadas e em condições de habitabilidade, localizadas em municípios com população acima de 30 mil habitantes.

Esta composição inicial é dimensionada por 58 áreas livres, em 31 municípios perfazendo um total de 230 hectares (ou 230.000 m²). Estima-se o assentamento de 20 mil famílias nesta primeira fase, o que significará (20 mil x 50 mil reais em média) investimentos da ordem de 1 bilhão de Reais que serão aportados na economia gaúcha e o atendimento de cerca de 80 mil gaúchos e gaúchas.

Os próximos passos, segundo Frison, será identificar novas áreas em municípios com população abaixo de 30 mil habitantes; áreas subaproveitadas, ou seja, que estejam ocupadas, mas detenham espaço suficiente para a utilização, sem prejuízo do destino original, para fins habitacionais (como por exemplo: escolas, áreas de reserva que não serão utilizadas das estatais e autarquias, áreas em cessão de uso, etc.). Além disso, o Banco de Terras acolherá doações de áreas da União, dos municípios e de pessoas físicas e jurídicas. Deverá, inclusive, ser o depositário de áreas que sejam objeto de contrapartidas de empreendimentos privados diversos e de termos de ajuste de condutas (TACs).

O Banco de Terras, explica o secretário, compreende um processo dinâmico e permanente, na medida em que, as reservas imobiliárias do Estado são significativas e a todo o momento o mesmo recebe áreas em pagamento de processo judiciais, por doação, por desapropriações com fins diversos e modifica o uso dos seus imóveis por razões administrativas.

19 de ago. de 2011

Dilma e a guerra que se anuncia

Dilma e a guerra que se anuncia

Por Leandro Fortes, No Brasília, eu vi
O movimento era previsível e as razões óbvias, mas não deixa de ser perturbadora a investida dos grandes grupos midiáticos ao governo da presidenta Dilma Rousseff, depois de um curto período de risível persistência de elogios e salamaleques cujo único objetivo era o de indispô-la – e a seu eleitorado – com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Digo que era um movimento previsível não apenas por conta do caráter ideologicamente hostil dos blocos de mídia com relação a Dilma, Lula, PT ou qualquer coisa que abrigue, ainda que de forma distante, relações positivas com movimentos sociais, populares e de esquerda. A previsibilidade da onda de fúria contra o governo também se explica pela transição capenga feita depois das eleições, um legado de ministros e partidos de quinta categoria baseado numa composição política tão ampla quanto rasa, e que, agora, se desmancha no ar.

Assim, pode-se reclamar da precariedade intelectual da atual imprensa brasileira, da sua composição cada vez mais inflada de jornalistas conservadores, repórteres raivosos e despolitizados, quando não robotizados por manuais de redação que os ensina desde a usar corretamente o hífen, mas também como se comportar num coquetel do Itamaraty. Mas sobre a indigência do comportamento da base aliada, é tudo verdade, como também é verdade que, ao herdar de Lula essa miríade de ministros-jabutis colocados na Esplanada dos Ministérios, Dilma aceitou iniciar o governo com diversos flancos abertos, a maioria resultado da aliança com o PMDB, e se viu obrigada a fazer essa tal “faxina” pela mídia, embora se negue a admiti-lo, inclusive em recente entrevista à CartaCapital.

Dilma caminha, assim, sobre a mesma estrada tortuosa do primeiro ano do primeiro mandato de Lula, quando o ex-operário chegou a crer, cegado pela venda de inacreditável ingenuidade, que as grandes corporações de mídia nacionais, as mesmas que fizeram Fernando Collor derrotá-lo, em 1989, poderiam ser cooptadas somente na base do amor e do carinho. Dessa singela percepção infantil adveio a crise do “mensalão”, a adoção sem máscaras do jornalismo de esgoto nas redações brasileiras, a volta do golpismo como pauta de reportagem e a degeneração quase que absoluta das relações entre o poder público e a imprensa.

Em 2010, agregados ao projeto de poder do PSDB e de seu cruzado José Serra, os grupos de mídia formaram um único e poderoso bloco de oposição e montaram um monolítico aríete com o qual tentaram derrubar, diuturnamente, a candidatura de Dilma Rousseff. Não fosse a capacidade de comunicação de Lula com as massas e a conseqüente transferência de votos para Dilma, essa ação, inconseqüente e, não raras vezes, imoral, teria sido vitoriosa. Perdeu-se, contudo, na inconsistência política de seus líderes, na impossibilidade de comparação entre os dois projetos de País em jogo e, principalmente, na transfiguração final – triste e patética – de Serra num fundamentalista religioso, homofóbico e direitista, cuja carreira política se encerrou na melancólica e risível farsa da bolinha de papel na careca.

Ainda assim, Dilma Rousseff foi comemorar os 90 anos da Folha de S.Paulo, sob alegada conduta de chefe de Estado, como se não tivesse sido o jornalão da Barão de Limeira o primeiro condutor do circo de mídia montado, em 2010, para evitar que ela chegasse à Presidência. Foi a Folha que publicou, na primeira página, uma ficha falsa da então candidata, com o intuito de vendê-la como fria guerrilheira de outrora, disposta a matar e seqüestrar inocentes, sequer para lutar contra a ditadura, mas para implantar no Brasil uma ditadura comunista, atéia e, provavelmente, abortista. O fim da civilização cristã no Brasil. Dilma sobreviveu à tortura e à prisão, mas não conseguiu escapar dessa armadilha, e foi lá, comemorar os 90 anos da Folha. Agora, instada a fazer a tal “faxina”, talvez esteja recebendo um salutar choque de realidade.

O fato é que o embate entre as partes, haja ou não uma Lei dos Meios, nos moldes da legislação argentina, não é só inevitável, mas também inadiável. A presidenta reluta, naturalmente, em iniciar um conflito entre a lei e os meios de comunicação, não é por menos. Ela sabe o quanto foi dura e a ainda é a vida dos colegas vizinhos da Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador e Paraguai com os oligopólios locais. Faz poucos dias, um jornalista brasileiro, encastelado numa dessas colunas de horror da imprensa nativa, chamou a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, de “perua autoritária”, em resposta a leitores que lhe enviaram comentários indignados com um texto no qual ele a acusava, Cristina, de usar o próprio luto (o marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, morreu em outubro do ano passado) para fins eleitorais. Implícito está, ainda, a questão do machismo (a “faxina” da nossa presidenta), ou melhor, a desenvoltura do chauvinismo, ainda isento de freios sociais eficazes.

Tenho cá minhas dúvidas se o mesmo jornalista, profissional admirado e reconhecido por muitos, teria coragem de se referir ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como “pavão engabelado”, apenas para ficar na mesma alegoria do mundo animal atribuída a Cristina Kirchner, por ter posado de pai amantíssimo ao assumir, 18 anos depois, a paternidade de um filho da jornalista Miriam Dutra, da TV Globo – e, aos 80 anos, descobrir que caiu no golpe da barriga. Passou dois mandatos refém da família Marinho por conta de um menino que não era dele. Algum comentário sarcástico nas colunas e blogs da “grande imprensa” a respeito? Necas de pitibiriba. Com a presidenta argentina, mulher que enfiou o dedo na cara de um grupo midiático “independente” que sustentou uma ditadura nazista, responsável pelo assassinato de 20 mil pessoas, o colunista, contudo, se solta e se credencia a nos fazer rir.

Duvido que Cristina Kirchner fosse ao aniversário do Clarín.

A Reforma Política, por Raul Pont


Discurso proferido pelo deputado Raul Pont  (PT) na 
sessão plenária da Assembleia Legislativa em 18/08/2011

Hoje, a imprensa noticia uma síntese do anteprojeto que será discutido na comissão especial da Câmara dos Deputados para encaminhar a reforma eleitoral, dando conta de que alguns desses itens são bastante polêmicos, em especial a inovação à brasileira de tentar estabelecer um sistema híbrido, misto, reconhecendo a necessidade da lista, e de que isso é um avanço para superar o anacronismo do voto individual existente no Brasil.

Conversei com o deputado Henrique Fontana, antes da apresentação desse relatório, e sei que o seu trabalho é resultado de uma pressão muito forte dentro da comissão e que, sem essa abertura, sem a possibilidade de criação desse sistema misto, essa matéria não teria condições de tramitar na Câmara Federal. 

Repito o que havia dito ao deputado Henrique Fontana: se é para fazer uma lista mista com voto em lista e com a possibilidade de o eleitor votar individualmente em qualquer partido, distinto inclusive daquele voto em lista dado em primeiro lugar, estaremos diante de um verdadeiro frankenstein, estaremos diante de um retrocesso e não de uma possibilidade de avançar.

Não é possível se ter sistema de financiamento público com a manutenção do voto individual. Ora, se vamos ter voto individual, como está previsto no sistema misto, é possível, portanto, ter campanhas individuais. Se for impossível, porque a lei irá proibir, imaginemos o que vai acontecer. Se o cidadão não confia na lista ou não está no lugar razoável da lista, será estimulado, incentivado a cometer um crime, terá que buscar votos individuais. E como fará isso sem propaganda individual? E como fará propaganda individual se precisar de recursos? Caímos no mesmo problema vigente hoje.

Portanto, se o relator, deputado Henrique Fontana, está sendo pressionado para que somente assim esta matéria transite, entendo que devemos fazer algumas cobranças. A principal insistência vem do PMDB, vem do próprio vice-presidente da República, Michel Temer, que inclusive quer mais do que isso, quer o distritão como alternativa, ou seja, a vigência do poder econômico absoluto. 

Segundo levantamento feito na Câmara Federal por um instituto especializado em acompanhamento dos sistemas eleitorais no Brasil, das 513 campanhas mais caras do País, 370 são de cidadãos que foram eleitos. Essa é a expressão mais acabada do poder econômico, é a prova da subordinação crescente que o sistema que temos está conduzindo para que a eleição seja um resultado exclusivo daquele poderio.

Quero registrar aqui em meu nome, como parlamentar, que conversaremos com os deputados federais, com a nossa bancada em Brasília, para que essa matéria não transite como proposta cabível neste momento.
É inadmissível aceitarmos um tipo de lista individual. Quem vai fazer a proporcionalidade? Quem a estabelecerá? É lista fechada ou voto individual? Quem vai proibir o cidadão que é candidato individualmente a não fazer campanha individual, a não buscar recursos por conta? Mesmo que seja proibido por lei! Quer dizer, não tem cabimento, não tem sentido, não tem lógica.

Entendo que nossos partidos devem se manifestar sobre isso. Devemos entrar em contato com o relator e com os membros da comissão. O nosso papel é pressionar os partidos para que abram mão dessa proposta. Estamos diante de um verdadeiro frankenstein da política brasileira. Vamos gerar um monstro pior do que o sistema atual, porque este já sabemos como funciona e o estamos combatendo.
Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado. (Não revisado pelo orador.)

A cleptocracia nacional

Faz muito bem a Policia Federal e Receita Federal em dar ampla divulgação sobre a prisão dos mega sonegadores de impostos. Geralmente, os que mais sonegam, são os mesmos que bradam o discurso do imposto zero, adoram uma isenção fiscal, e ainda usam aquele adesevinho ridiculo do NÃO ao CPMF em suas caminhonetas importadas zero km .  Para mim, o ideal seria taxar com  impostos maiores as grandes fortunas no Brasil e reduzir a tributação ou até zerar sobre os produtos da cesta básica dos trabalhadores (arroz, feijão, azeite, frutas, verduras etc). Nesta mesma linha, o SUS deveria ter o direito de ser ressarcido pelos espertos planos privados de saúde, que se negam a pagar os serviços dados aos seus clientes quando utilizam um HPS ou algum tipo de atendimento especial do sistema único (quimioterapia,radioterapia).

Mas voltando para o tema da corrupção e da cleptocracia nacional, o problema, na minha opinião, é que a grande mídia adora focar a corrupção apenas pela ótica do Congresso, Assembleias e dos executivos (municipais e estaduais), dando a entender que todo o político é corrupto e que a prática da democracia é uma coisa desonesta.  A grande mídia sempre passou a mão na cabeça dos corruptores, geralmente donos de empreiteiras, de agências de publicidade, banqueiros e grandes especuladores.

Para mim, os verdadeiros atos de corrupção que deveriam ser combatidos estão no dia a dia de todo o brasileiro, nas falcatruas fiscais de algumas empresas, ou de dirigentes de determinadas entidades de classe que, em muitos casos, se aproveitam do status de suas instituições para tirar benefícios pessoais em detrimento de toda classe que representam. Leia-se benefício no aspecto amplo (político também).

Tenho certeza que temos instituições preparadas para combater a corrupção no Brasil, no entanto, precisamos é exigir mudanças na legislação para agilizar o combate à corrupção, e também mudar a mentalidade da população, que tem que saber que tanto o grande quanto o pequeno tem os mesmos direitos e deveres. Para isso, é preciso reformar as leis existentes, pois às que que existem garantem aos corruptos recursos infindáveis via o judiciário brasileiro. 

18 de ago. de 2011

Nossa cidade é nossa segunda casa

É impressionante o desleixo da população de Porto Alegre com o patrimônio público, e da mesma forma a atuação dos órgãos responsáveis pela manutenção da cidade. Ontem, por exemplo, pude perceber que a EPTC ou seja lá que for, colocou barras de aço, ao invés de guard rails,  para proteger postes em avenidas da zona sul da cidade, com o intuito de impedir que numa colisão de um veículo com o poste, o segundo leve a pior. Porém, dá pra ver claramente que essas barras são verdadeiras assassinas em estado de dormência, pois caso algum veículo (moto,carro etc) derrape e venha a bater contra essas estruturas, o condutor será literalmente atorado ao meio. Aliás,a EPTC tem um delay em suas ações impressionante, além é claro da má vontade em atender as solicitações. 

Outra coisa que me incomoda são as tampas de boeiros, que geralmente formam panelas ou estão 10 cm mais alta que o nível da rua. Aliás, falando em ruas, parece que Porto Alegre tem na composição do asfalto o Sal de Eno ou o Sonrisal, pois se desmancham na primeira água que cai na cidade.

O cidadão de Porto Alegre, na sua maioria, também não está nem ai para a sua calçada, que na grande maioria dos bairros, são repletas de buracos, não possuem acessibilidade para pessoas com deficiência e geralmente são tomadas pelo mato.

Sobre o lixo, não preciso dizer mais nada, pois é comum ver gente grande em seus carrões desovando lixo em praças e em áreas de preservação.

Não consigo entender como as pessoas não conseguem cuidar e dar valor para o que é seu, pois, para mim, a cidade onde vivo é a minha segunda casa. Lamentável !

11 de ago. de 2011

Código Florestal deve ser votado na CCJ até dia 31, diz relator

O relator do projeto de lei que atualiza o Código Florestal Brasileiro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Luiz Henrique (PMDB-SC), disse nesta quarta-feira (10) à Agência Brasil que pretende apresentar seu parecer até o dia 24 e, se não houver pedido de vista, votá-lo até dia 31.

Luiz Henrique, que também foi indicado para relatar a matéria nas comissões de Agricultura e de Ciência e Tecnologia, disse que tem conversado “frequentemente” com o senador Jorge Viana (PT-AC), relator do Código Florestal na Comissão de Meio Ambiente, para organizar um calendário semelhante de apreciação e votação da proposta nas comissões. Uma vez aprovado o mérito do projeto na CCJ, Luiz Henrique garantiu que apresentará um só relatório nas outras duas comissões.

Já Jorge Viana disse à Agência Brasil que pretende convidar o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que relatou o Código Florestal na Câmara, para detalhar seu relatório aos senadores. “Vou seguir o que feito pelo Aldo, por isso acho importante que ele, como autor do relatório aprovado pelos deputados, participe da discussão no Senado”, argumentou o senador petista.

Por Agência Brasil.

7 de ago. de 2011

La Maison est tombé ? BC Europeu faz reunião de emergência com medo da 2ª feira

O Conselho de Governo do BCE examina possibilidade de começar a comprar a dívida italiana e evitar outra queda drástica nos mercados financeiros, similar à registrada na última semana. Na sexta-feira, as bolsas de valores de todo o mundo sofreram fortes quedas, ante às persistentes preocupações sobre a dívida nos países da zona euro e o rebaixamento da dívida dos Estados Unidos. A combinação da situação vivida na zona euro e a degradação creditícia dos Estados Unidos que provocam o temor de uma nova queda das bolsas internacionais.

O Banco Central Europeu (BCE) convocou uma reunião de emergência para esse domingo com o objetivo de analisar a crise da dívida nos países da zona euro e os efeitos da degradação da nota da dívida dos Estados Unidos, a fim de evitar o colapso dos mercados. Em um comunicado, o BCE anunciou que, durante o encontro, o Conselho de Governo do BCE examinará a possibilidade de começar a comprar a dívida italiana e evitar outra queda drástica nos mercados financeiros, similar à registrada na última semana.

Na sexta-feira, as bolsas de valores de todo o mundo sofreram fortes quedas, ante às persistentes preocupações sobre a dívida nos países da zona euro e o rebaixamento da dívida dos Estados Unidos. A agência classificadora de risco Standard & Poor’s rebaixou, sexta-feira, a qualificação creditícia estadunidense de “AAA” para “AA+”, um duro golpe para a maior economia do mundo, que poderia levar a pique novamente os mercados.

É precisamente a combinação da situação vivida na zona euro e a degradação creditícia dos Estados Unidos que provocam o temor de uma nova queda das bolsas internacionais. Neste domingo, a Bolsa de Valores de Israel suspendeu suas operações, depois de uma forte queda de 6% durante os primeiros movimentos do dia, um dia útil na maioria dos países do mundo árabe.

A reunião de emergência do BCE, convocada para a tarde deste domingo, soma-se a outras convocadas por vários países e organizações para tentar acalmar os mercados e tomar medidas concretas antes da abertura das bolsas de valores nesta segunda.

O incremento dos níveis da dívida, o leve crescimento e a incerteza na zona euro provocaram inquietação na Espanha e na Itália, principalmente, ante o temor de que vivam uma situação similar a da Grécia. Segundo analistas, o BCE poderia estar se preparando para reduzir a tensão e gerar certa tranquilidade nos mercados.

Tradução: Katarina Peixoto

FONTE:www.cartamaior.com.br

4 de ago. de 2011

Ações "pirotécnicas" que combatem à corrupção


Ações "pirotécnicas" que combatem à corrupção

  (*) Anderson Nunes dos Santos


Os recentes casos de ações policiais com foco no combate  à  corrupção no RS me lembram uma frase muito usada e que  especialmente  nas periferias se escuta com frequência : " as algemas da polícia são apenas para pobres e negros" .   Pois o que tem ocorrido no estado é completamente o inverso :  a Polícia Civil e a Brigada Militar estão atuando no combate aos grandes saqueadores dos cofres públicos, ou seja, aqueles que não usam abrigos de marcas esportivas nem bonés virados para trás, mas senhores de terno, gravata e punhos de seda.

Esta inversão da lógica  (dos de cima)  de que polícia serve apenas para prender o "ladrão de galinha"  há  alguns anos já vem sendo desmistificada  no Brasil  pois o governo do ex-presidente Lula colocou a Polícia Federal para coibir as ações destas que são as verdadeiras quadrilhas que roubam não apenas o nosso dinheiro desviando recursos públicos para garantir privilégios privados, mas tiram daqueles que mais necessitam do apoio do Estado  que deixa de investir em áreas vitais como saúde, educação, moradias populares, etc...

Neste novo Brasil que inverteu a lógica da ação policial, não foram poucas as reações originadas das classes mais ricas de contrariedade com estas operações, utilizando argumentos do tipo  "perseguição política",  "exposição demasiada dos acusados" e " pirotecnia". Estas são algumas das ponderações sobre como a polícia deve agir em casos que envolvam pessoas com poder aquisitivo mais elevado, inclusive questionando o uso de algemas em determinadas prisões, porém o que os porta vozes desta elite corrupta e sanguessuga esquece de noticiar é o porquê destes ilustres cidadãos estarem sendo presos como qualquer pessoa que cometa uma infração.

Muito se fala no Brasil que a corrupção é um câncer e que nosso País , através de seus governantes ,  não faz nada para que esta chaga seja estancada  e  não é raro o dia em que os grandes veículos de comunicação nacional não apresentem acusações de corrupção, de desvios e de mau uso do dinheiro público nas mais variadas áreas, em seus telejornais, revistas e jornais.  Porém quando o Estado age, o argumento do abuso de poder e do sensacionalismo por parte das  polícias é o mais explorado em suas matérias e seus noticiários, caso os acusados sejam senhores de colarinho branco.

Alguns setores da sociedade brasileira deveriam se acostumar com a lógica que estabelece a competência das Instituições : "A Justiça Julga, a Polícia e o MP investigam, o TCU e TCE fiscalizam e a  imprensa denuncia, acompanha e noticia os fatos" . Com  isso  certamente nosso Estado e nosso País ganhariam muito mais.

E mais neste País e Estado seguramente a corrupção não aumentou, entretanto o que difere o ontem, do hoje, é que o combate a corrupção entrou no eixo das necessárias e fundamentais políticas públicas.

Encerro com uma frase do meu amigo e delegado Ricardo Anele : "A cada ação dita “circense e pirotécnica” da Polícia Civil, da Brigada Militar, do Ministério Público e do Tribunal de Justiça, mais corruptos são indiciados, julgados e presos" .

 (*)Assessor Parlamentar

1 de ago. de 2011

Branco, Loiro, alto e de direita


Fonte: http://sul21.com.br/jornal/

O tal caldeado grosso de corrupção do PIG e o terceiro turno dos tucanos

Para mim está  claro que a oposição (PIG + TUCANOS + DEMOS) prepara um duro golpe contra o governo Dilma. Uma das estratégias é atrasar ao máximo a execução dos projetos de infraestrutura no país, passando uma visão de incompetência do administrador. A outra manha é desconstruir lentamente o nome de Lula, como se ele deixasse uma herança maldita para uma presidente fraca, diante de tamanha corrupção. Aliás, o tema de corrução nunca esteve tão presente no dia a dia dos jornais. O PIG guasca, por exemplo, trás em sua edição matinal  (01) um caldeado grosso de corrupção que começa pelo exército e DNIT, Ministério da Agricultura, das Cidades e ANP. Aliás, a idéia me lembra a de um vírus que se alastra sem  controle, numa espécie de èbola da corrução que tomaa conta do Planalto Central, tendo como principal vetor o PT, é claro.

Coincidentemente, o tal caldeado de corrupção tem seu ápice no dia em que o Congresso Nacional abre seus trabalhos, ou seja, entregando a bola picando para os tucanos pedirem uma CPI da Corrupção, travando de vez o governo e as obras da Copa.

Se o governo não der um basta para o PIG, o monstro vai ficar cada vez maior. Aliás, o PIG tenta de qualquer jeito quebrar o governo tentando destruir a aliança entre PT e PMDB. Os casos Jobin, e o mais recente na agricultura, ambos do PMDB, para mim demostra que o terceiro turno das eleições de 2010 começou.

Enfraquecer Lula, destruir a imagem de Dilma, paralisar o governo, atrasar obras e destruir a aliança do PMDB e do PT no Congresso, esses são os objetivos.

29 de jul. de 2011

O cidadão e o seu lixo

Porto Alegre é demais
Já perdi as contas de quantas vezes assisti nas últimas semanas os catadores retirando lixo seco de dentro dos contêineres que estão espalhados pelo centro da Capital. Acredito que esse procedimento da população só vai acabar quando a administração municipal começar a multar os cidadãos que desrespeitam essas regras. Como não dá pra colocar um fiscal em cada quadra, entendo que a prefeitura deveria agir no atacado e apresentar a conta no IPTU de 2012. Outra situação que não consigo entender é como a população tolera que seus vizinhos depositem caliça, móveis, pneus nas ruas, praças e em áreas de preservação ambiental. Na minha opinião, esse tipo de postura se configura em crime ambiental e deveria ser tratado como tal.

Fica uma dica para quem não sabe como e onde descartar qualquer tipo de lixo: http://www.portoalegre.rs.gov.br/dmlu/pev.htm

LOCALIZAÇÃO DOS POSTOS DE ENTREGA VOLUNTÁRIA - PEV's

PEV ENDEREÇO
BELÉM NOVO ........................................ Rua Des. Melo Guimarães, 12
BRIQUE DA REDENÇÃO ............................ Av. José Bonifácio (aos domingos)
CÂNCIO GOMES ..................................... Travessa Carmen, 111
CAR. LESTE .......................................... Rua São Felipe, 140
CAR. NORTE ......................................... Av. Bernardino S. Amorim esq. Pastoriza
CAR. PARTENON .................................... Av. Bento Gonçalves, 6670
CAVALHADA ......................................... Av. Otto Niemeyer, 3206
CONCEIÇÃO ......................................... Av. Alberto Bins, sob elevada Conceição
CRUZEIRO ........................................... Av. Tronco, 528
FREITAS DE CASTRO ............................. Rua Prof. Freitas de Castro, 265
GASÔMETRO ........................................ Av. Mauá, 158
GLÓRIA ............................................... Av. Carvalho de Freitas, 1012
HUMAITÁ ............................................ Rua José Aloísio Filho, 780
IAPI ................................................... Av. Assis Brasil, 1715
ILHAS ................................................. Praça Salomão Pires de Abraão - Ilha da Pintada
IPANEMA ............................................. Av. Guaíba, 2027
LAMI .................................................. Beco do Pontal, esq. Av. Beira Rio
LOMBA DO PINHEIRO .............................. Estrada Afonso Lourenço Mariante, 4401
NITERÓI .............................................. Av. Niterói, 19
PEREIRA FRANCO ................................... Rua Pereira Franco, 135
PORTO SECO ........................................ Av. Plínio Kroeff, 752
REPÚBLICA ........................................... Rua da República, 711
RESTINGA ............................................ Rua Antônio Rocha Meirelles Leite, 50
SEDE DA COLETA SELETIVA .................... Av. Wenceslau Escobar, 1980
SILVA SÓ ............................................ Av. Silva Só, sob o Viaduto Tiradentes
TENENTE ALPOIM .................................. Rua José L. R. Sobral, 958
VISCONDE DO HEVAL ............................. Rua Visconde do Herval, 945
ZEFERINO DIAS ..................................... Rua Dom Jaime de Barros Câmara, 815
 

Porto Alegre já foi pioneira entre as Capitais a implantar a coleta seletiva de lixo, gerando renda para quem precisa e ajudando a natureza. Garanto que a punição financeira para quem descarta de forma irregular o seu lixo ajudará em muito o DMLU e seus trabalhadores.

21 de jul. de 2011

Tarso Genro: Política e opinião na crise global

A crise da zona do euro, combinada com a radicalização da crise americana, põe a nu tudo que os liberais e os neoliberais construíram como “saídas” ou “reformas”, para a economia mundial, depois da queda do chamado socialismo real.

A devastação dos direitos sociais, as “petroguerras”, apelidadas - desde o enforcamento de Sadam - como ocupações em defesa da democracia, a continuidade ou estratificação da pobreza em vastas regiões do globo, a destruição dos direitos sociais na Europa, supostamente para promover a “recuperação” da economia, não tem gerado na esquerda européia mais do que perplexidades, combinadas com reações fragmentárias. A ausência de proposições alternativas, capazes de mobilizar os protestos de indignação para, com exceção da Itália, vencer os processos eleitorais em curso, só aprofunda o sentido da crise. Leia mais ...

Carta Capital: Olívio Dutra, o anti-Palocci

Foto: Denison Fagundes

Em um velho prédio numa barulhenta avenida de Porto Alegre, em companhia da mulher, vive há quatro décadas o ex-governador e ex-ministro Olívio Dutra. Em três ocasiões, Dutra abandonou seu apartamento: nas duas vezes em que morou em Brasília, uma como deputado federal e outra como ministro, e nos anos em que ocupou o Palácio do Piratini, sede do governo gaúcho. Apesar dos diversos cargos (também foi prefeito de Porto Alegre), o sindicalista de Bossoroca, nos grotões do Rio Grande, leva uma vida simples, incomum para os padrões atuais da porção petista que se refestela no poder.
No momento em que o PT passa por mais uma crise ética, dessa vez causada pela multiplicação extraordinária dos bens do ex-ministro Antonio Palocci, Dutra completou 70 anos. Diante de mais uma denúncia que mina o resto da credibilidade da legenda, ele faz uma reflexão: “Política não é profissão, mas uma missão transitória que deve ser assumida com responsabilidade”.

De chinelos, o ex-governador me recebe em seu apartamento na manhã da terça-feira 14. Sugeriu que eu me “aprochegasse”. Seu apartamento, que ele diz ter comprado por meio do extinto BNH e levado 20 anos para quitar, tem 64 metros quadrados, provavelmente menor do que a varanda do apê comprado por Palocci em São Paulo por módicos 6,6 milhões de reais-. Além dele, o ex-governador possui a quinta parte de um terreno herdado dos pais em São Luiz Gonzaga, na região das Missões, e o apartamento térreo que está comprando no mesmo prédio em que vive. “A Judite (sua mulher) não pode mais subir esses três lances de escada. Antes eu subia de dois em dois degraus. Hoje, vou de um em um.” E por que nunca mudou de edifício ou de bairro? “A vida foi me fixando aqui. E fui aceitando e gostando.”

Sobre a mesa, o jornal do dia dividia espaço com vários documentos, uma bergamota (tangerina), e um CD de lições de latim. Depois de exercer um papel de destaque na campanha vitoriosa de Tarso Genro ao governo estadual, atualmente ele se dedica, como presidente de honra do PT gaúcho, à agenda do partido pelos diretórios municipais e às aulas de língua latina no Instituto de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “O latim é belíssimo, porque não tem nenhuma palavra na sentença latina que seja gratuita, sem finalidade. É como deveria ser feita a política”, inicia a conversa, enquanto descasca uma banana durante seu improvisado café da manhã.

Antes de se tornar sindicalista, Dutra graduou-se em Letras. A vontade de estudar sempre foi incentivada pela mãe, que aprendeu a ler com os filhos. E, claro, o nível superior e a fluência em uma língua estrangeira poderiam servir para alcançar um cargo maior no banco. Mas o interior gaúcho nunca o abandonou. Uma de suas características marcantes é o forte sotaque campeiro e suas frases encerradas com um “não é?” “Este é o meu tio Olívio, por isso tenho esse nome, não é? Ele saiu cedo lá daquele fundão de campo por conta do autoritarismo de fazendeiro e capataz que ele não quis se submeter, não é?”, relembra, ao exibir outra velha foto emoldurada na parede, em que posam seus tios e o avô materno com indumentárias gaudérias. “É o gaúcho a pé. Aquele que não está montado no cavalo, o empobrecido, que foi preciso ir pra cidade e deixar a vida campeira.”

Na sala, com exceção da tevê de tela plana, todos os móveis são antigos. O sofá, por exemplo, “tem uns 20 anos”. Pelo apartamento de dois quartos acomodam-se livros e CDs, além de  souvenires diversos, presentes de amigos ou lembrança dos tempos em que viajava como ministro das Cidades no primeiro mandato de Lula.
Dutra aposentou-se no Banrisul, o banco estadual, com salário de 3.020 reais-. Somado ao vencimento mensal de 18.127 reais de ex-governador, ele leva uma vida tranquila. “Mas não mudei de padrão por causa desses 18 mil. Além do mais, um porcentual sempre vai para o partido. Nunca deixei de contribuir.”
Foi como presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, em 1975, que iniciou sua trajetória política. Em 1980, participou da fundação do PT e presidiu o partido no Rio Grande do Sul até 1986, quando foi eleito deputado federal constituinte. Em 1987, elegeu-se presidente nacional da sigla, época em que dividiu apartamento em Brasília com Lula e o atual senador Paulo Paim, também do Rio Grande do Sul. “Só a sala daquele já era maior do que todo esse meu apartamento.”

Foi nessa época que Dutra comprou um carro, logo ele que não sabe e nem quer aprender a dirigir. “Meu cunhado, que também era o encarregado da nossa boia, ficava com o carro para me carregar.” Mas ele prefere mesmo é o ônibus. “Essa coisa de cada um ter um automóvel é um despropósito, uma impostura da indústria automobilística, do consumismo.” Por isso, ou anda de carona ou de coletivo, que usa para ir à faculdade duas vezes por semana.

“Só para ir para a universidade, gasto 10,80 reais por dia. Como mais de 16 milhões de brasileiros sobrevivem com 2,30 reais de renda diária? Este país está cheio de desigualdades enraizadas”, avalia, e aproveita a deixa para criticar a administração Lula. “O governo não ajudou a ir fundo nas reformas necessárias. As prioridades não podem ser definidas pela vaidade do governante, pelos interesses de seus amigos e financiadores de campanha. Mas, sim, pelos interesses e necessidades da maioria da população.”
O ex-governador lamenta os deslizes do PT e reconhece que sempre haverá questões delicadas a serem resolvidas. Mas cabe à própria sigla fazer as correções. “Não somos um convento de freiras nem um grupo de varões de Plutarco, mas o partido tem de ter na sua estrutura processos democráticos para evitar que a política seja também um jogo de esperteza.”

Aproveitei a deixa: e o Palocci? “Acho que o Palocci fez tudo dentro da legitimidade e legalidade do status quo. Mas o PT não veio para legitimar esse status quo, em que o sujeito, pelas regras que estão aí e utilizando de espertezas e habilidades, enriquece.”

E o senhor, com toda a sua experiência política, ainda não foi convidado para prestar consultoria? Dutra sorri e, com seu gestual característico, abrindo os braços e gesticulando bastante, responde: “Tem muita gente com menos experiência que ganha muito dinheiro fazendo as tais assessorias. Mas não quero saber disso”.
Mas o senhor nunca recebeu por uma palestra? “Certa vez, palestrei numa empresa, onde me pagaram a condução, o hotel e, depois, perguntaram quanto eu iria cobrar. Eu disse que não cobro por isso. Então me deram de presente uma caneta. E nem era uma caneta fina”, resumiu, antes de soltar uma boa risada.

ESSE TEM QUE SER CLONADO E SEU DNA GUARDADO PARA FUTURAS GERAÇÕES

15 de jul. de 2011

Nordeste é região que teve maior retorno de migrantes, indica IBGE

Um levantamento divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicado nesta sexta-feira indicou que a migração entre regiões do país perdeu intensidade na última década. Destaque para os estados do Nordeste, que além de conter a população, voltaram a receber os cidadãos que haviam deixado seus estados e seguido em direção ao centro-sul do país.

Com base em dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2009 e dos Censos realizados em 2000 e 2010, o trabalho mostrou que houve um movimento de retorno da população às regiões de origem por completo em todo país. Apesar de ter acontecido em menor escala, a corrente migratória mais expressiva continua a ser entre o Nordeste e o Sudeste, respectivamente.

Durante o período entre 1999 e 2009, cerca de 4,8 milhões de brasileiros migraram entre estados e regiões do Brasil. Em 2009, os estados do Nordeste que tiveram uma migração de retorno mais expressiva foram Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte e Paraíba, que superaram os 20% do total de imigrantes, conforme o instituto.

Correntes migratórias
Para Antônio Tadeu Ribeiro de Oliveira, um dos pesquisadores do instituto, "além de apresentar menor migração, diminuindo o número de pessoas que saem, o Nordeste começa a atrair população, com uma rede social melhor. Enquanto isso, o Sudeste, que já não recebia mais tantas pessoas, passa a ser também emissor, não só de migrantes, como também de quem é originário e está deixando essa região".

Quando São Paulo e Rio de Janeiro começaram a receber menos imigrantes na última década, estados antes classificados com grande evasão começaram a perder menos população, como Piauí e Alagoas. Contudo, Bahia e Maranhão continuaram a ser classificados como regiões "expulsoras", porém também diminuíram o fluxo.

O estado que apresentou maior número de migrantes de retorno do país foi o Rio Grande do Sul, que teve diminuição na taxa na comparação com 2004. Entre a Região Sul, o Paraná passou a receber mais imigrantes. "Esse fenômeno de retorno também acontece em direção ao Paraná, mas em menor intensidade. São aqueles que haviam deixado o estado rumo ao Mato Grosso do Sul e ao Norte, em razão da expansão de fronteira agrícola, mas que começaram a retornar", afirma Tadeu Ribeiro.

Minas Gerais também surge entre os que mais receberam migrantes de volta. "Em Minas, houve uma inversão na corrente migratória, que antes saía com direção ao Rio de Janeiro, e agora retorna, muito por conta da crise no RJ e do crescimento mineiro", avalia o pesquisador.

Na conclusão do estudo, o fenômeno do retorno do país acontece por conta da "Saturação dos espaços do início da industrialização no centro-sul", que "reduz a capacidade de geração de emprego e de novas oportunidades ocupacionais, o que coloca o movimento de retorno na pauta das estratégias de reprodução e circulação dos migrantes".

Fonte: http://www.sidneyrezende.com

LULA LÁAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

6 de jul. de 2011

Já vai tarde

O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, já vai é tarde.  A presidente Dilma Roousseff desta vez foi rápida no gatilho ao despachar a cúpula do ministério , e não deixando o governo sangrar como no caso Paloffi. O problema agora é a briga entre partidos da base aliada para ocupar a vaga, e isso vai dar muita dor de cabeça à presidenta. Se fosse eu, nomeava um interino até que se vote o novo Código Florestal, haja vista que o mega latifundiário,senador Blairo Maggi (PR-MT), padrinho político do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, será mais uma dor de cabeça para Dilma, caso seja confirmado no ministério. Com a caneta  do ministério na mão o senador e latifundiário teria um poder de fogo ainda maior no dia da votação do novo Marco Ambiental.

2 de jul. de 2011

Plano marca nova era no combate à pobreza extrema


Com o plenário da Assembleia Legisalativa completamente lotado, com representações de vários municípios, prefeitos, vereadores, deputados federais e estaduais e representações sindicais e comunitárias, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, deu início, na manhã desta sexta-feira (1º) a sua conferência dentro dos Grandes Debates do Programa Destinos e Ações para o Rio Grande, da Assembleia e da Câmara dos Deputados, com uma exposição do plano Brasil Sem Miséria. Emocionada, a ministra Tereza Campello lembrou dos cinco anos em que trabalhou na Assembleia Legislativa e disse que muita coisa do que o Governo Federal implanta hoje é fruto das discussões que vêm sendo realizadas há anos por muitas pessoas que estavam presentes no plenário. "O pessoal diz que pode chorar, que o Lula era um chorão. Mas mulher não pode andar chorando por ai, né", disse a ministra, após recuperar-se da emoção, ao iniciar sua saudação.

O presidente da Assembleia, deputado Adão Villaverde (PT), destacou a parceria entre os governos federal e estadual, que com o lançamento dos planos Brasil sem Miséria e o RS Mais Igual, iniciam uma nova era no combate à pobreza extrema. “A grande lotação desta casa hoje demonstra a importância deste tema e destes programas. Este seminário, que une governo federal, estadual e sociedade, é a maneira que esta casa pode contribuir para este grande debate sobre um dos temas mais importantes para nossa sociedade”, registrou Villaverde.

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT), disse que "é importante que estejamos engajados e que entendamos o valor, a profundidade, destas medidas que o governo federal está tomando, junto com os estados e os municípios, para acabar com a miséria no País. São ações articuladas de criação de moradias, oportunidades de trabalho e também de formação profissional. Desta forma, aposto que vamos conseguir atingir nosso objetivo em curto espaço de tempo. Este ato se insere perfeitamente nesta proposta. Trabalhos como este que estamos fazendo aqui, a Câmara dos Deputados junto com a Assembleia Legislativa, mostram que é possível agir de forma articulada. As questões relacionadas ao combate à fome e à miséria têm que ser a principal prioridade, acolhida como pauta não só do Poder Executivo, mas também do Legislativo e do Judiciário, e estar nas conciências de cada cidadão e de cada cidadã, e ser presença constante no diálogo das pessoas. Mais de 40 milhões de pessoas foram retiradas da pobreza, mas nós temos ainda muito mais a fazer".

Já o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, falou sobre os avanços dos últimos anos, principalmente nos oito anos do governo Lula, onde 40 milhões de pessoas saíram da condição de miserabilidade. “Conseguimos criar um círculo virtuoso no país, passamos por crises mundiais com muito poucos efeitos nas vidas dos brasileiros. Devemos seguir neste ritmo, e quem sabe acelerá-lo, para que sejamos um país realmente livre desta chaga que é a miséria extrema”, disse Fortunati.

A secretária-adjunta da Casa Civil do Rio Grande do Sul, Mari Perusso, também falou desta união de esforços entre Estado e governo federal na criação de programas para erradicar a miséria no Brasil. “O Brasil sem Miséria, com o apoio aqui no Rio Grande do Sul do RS mais Igual, tem este plano ambicioso de erradicar a miséria em nosso estado e país. Mas aquilo que já foi realizado mostra que a meta é ambiciosa, mas não impossível”, falou Perusso.

Brasil Sem Miséria

Ao apresentar o plano de erradicação da pobreza, lançado no dia 2 de junho em Brasília, Tereza Campello destacou que é um processo em evolução: "Pretendemos iniciá-lo imediatamente, mas ele não é estático. O plano não se constrói apenas a partir de Brasília, mas conta com a colaboração de todos". A ministra salientou que o plano está em construção, mas não parte do zero, pois nos últimos anos foi possível, através de políticas públicas já implementadas pelo governo Lula e continuadas na atual gestão, retirar 28 milhões de pessoas da miséria. “A prioridade da presidenta Dilma é dar um olhar especial para 16 milhões de pessoas que ainda vivem na linha da miséria extrema”, declarou.

Tereza apresentou as linhas gerais do plano destacando que através dos dados disponíveis é possível identificar onde estão esses 16 milhões de brasileiros que vivem com renda mensal inferior a R$ 70,00 per capita. “Destes 16 milhões, 51% são jovens, crianças e adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade e, por isso, o Estado deve garantir a transferência de renda necessária e os serviços para que estas pessoas se sintam minimamente amparadas. Dos 16 milhões de pessoas que se encontram na pobreza extrema 71% são negros e 25% são analfabetos”, informou.

Segundo a ministra, o Brasil sem Miséria deve fazer um mapeamento da renda e dos serviços existentes e implementará políticas para aproximar o Brasil que possui renda e serviços dignos daquele Brasil até agora não alcançado pelas políticas públicas de transferência de renda e de uma rede de serviços de saúde, saneamento, educação e qualificação profissional, entre outros. Através da busca ativa, o governo buscará identificar entre os 16 milhões aqueles que sequer sabem que tem direito a direitos. “O Estado brasileiro terá que chegar onde se encontram estas pessoas que vivem na pobreza extrema e proporcionar as condições básicas de cidadania e direitos”, afirmou.

Eixos

O plano de erradicação da pobreza extrema do governo federal tem como eixos a questão da renda, ampliação dos serviços públicos e a inclusão produtiva. O plano engloba ações nos âmbitos nacional e regional, incentiva o aumento da produção por meio de assistência técnica, distribuição de sementes e apoio à comercialização. Na área urbana, o foco da inclusão produtiva é a qualificação de mão de obra e a identificação de emprego. Além disso, as pessoas que ainda não são beneficiárias do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) serão incluídas nestes programas de transferência de renda.

Do público alvo do Brasil Sem Miséria, 59% estão no Nordeste, 40% têm até 14 anos e 47% vivem na área rural. Equipes de profissionais vão localizar, cadastrar e incluir nos programas as famílias em situação de pobreza extrema. Também vão identificar os serviços existentes e a necessidade de criar novas ações para que essa população possa acessar os seus direitos.

A qualificação profissional é uma das metas do plano, que pretende levar este serviço a 1,7 milhão de pessoas de 18 a 65 anos, por meio de ações articuladas de governo: Sistema Público de Trabalho, Emprego e Renda; Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica (Pronatec); Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem); obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa, Minha Vida; Rede de Equipamentos de Alimentos e Nutrição; e coleta de materiais recicláveis.

Os agricultores familiares também estão incluídos no plano. Uma das metas do Brasil sem Miséria para a zona rural é aumentar em quatro vezes o número de agricultores familiares, em situação de extrema pobreza, atendidos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), passando de 66 mil para 255 mil até 2014. Com a expansão, a participação dos agricultores muito pobres no conjunto dos beneficiários do PAA será elevada de 41% para 57%. Atualmente, 156 mil agricultores vendem sua produção para o PAA e a meta é ampliar para 445 mil até o final do atual governo.

Lançado pela presidenta Dilma Rousseff em 2 de junho, o Brasil Sem Miséria pretende incluir a população mais pobre – com renda familiar de até R$ 70 por pessoa - nas oportunidades geradas pelo crescimento econômico brasileiro, por meio de um conjunto de ações que envolvem a criação de novos programas e a ampliação de iniciativas já existentes, em parceria com estados, municípios, empresas públicas e privadas e organizações da sociedade civil.

Presenças

Participaram do evento os deputados estaduais Marisa Formolo (PT), Ana Affonso (PT), Daniel Bordignon (PT), os deputados federais Dionilso Marcon (PT-RS) e Manuela D Avila (PCdoB-RS); o secretário da Saúde do Rio Grande do Sul, Ciro Simoni; o presidente da Famurs e prefeito de São Borja, Mariovane Weis (PDT), prefeitos e vereadores, além de representantes do Conselho Estadual de Assistência Social, Conselho Municipal de Segurança Alimentar; Pastoral da Criança; CUT/RS; CONAM; MTD; MPA; Movimento "Nós Podemos RS"; Catadores e Recicladores; Conselho Regional de Serviços Social, Defensoria Pública RS e Grupo Hospitalar Conceição, entre outros.

Por Euclides Bitelo e Luiz Osellame / Agência de Notícias.

#simRS: Plano de Sustentabilidade

27 de jun. de 2011

Área Industrial de Guaíba sai do papel


O governador Tarso Genro deu início às obras na Área Industrial de Guaíba nesta segunda-feira (27). O Governo Estadual investirá R$ 100 milhões em obras de infraestrutura, como redes de água e energia, qualificação dos acessos, sistemas de esgoto e macrodrenagem nos 932 hectares da área. Sete empresas se instalarão inicialmente na área, com previsão de gerar mais de 1,5 mil empregos e investimentos privados de R$ 500 milhões.


"Este processo é um exemplo da transversalidade interna do nosso Governo, articulada com uma concertação com as instituições envolvidas e que buscam o desenvolvimento do Rio Grande do Sul", afirmou o governador.

A primeira empresa a receber a Licença de Instalação foi a Terex Latin América Comércio de Equipamentos Pesados de Construção Ltda, que está com maquinário trabalhando no terreno de 50 hectares. As duas próximas empresas a iniciar as obras são a Fate Pneus do Brasil e a International Pet, que fabrica rações para cães.

"O início das obras na Área Industrial de Guaíba é a realização de um antigo sonho dos gaúchos. Vai colocar a região de Guaíba e o Rio Grande do Sul em um novo patamar de desenvolvimento econômico e social", disse o secretário executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Marcelo Danéris, que coordenou o grupo de trabalho governamental, composto de várias secretarias, que atuou para resolver questões para a instalação de empresas no local.

Transversalidade e concertação

O governador criou por decreto ainda em 7 de janeiro deste ano o grupo de trabalho para efetivar a instalação de empresas nesta área. Formado por seis órgãos de Estado, o grupo trabalhou em diversas frentes para agilizar a ocupação da área. Entre as ações realizadas com a participação dos governo Estadual, Municipal e Federal estão garantia de obras de infraestrutura, licenciamento e adequações legais como a transformação do Distrito Industrial em Zona Mista para indústrias, centros de distribuição e serviços correlatos.
Sob a coordenação da Secretaria do Conselhão, o grupo composto pela Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Secretaria da Fazenda, Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seinfra), Secretaria da Habitação e Saneamento, e a representação do governo em Brasília, encaminhou um conjunto de ações que permite o início das obras no local.
Foram realizadas quatro reuniões gerais, envolvendo todas as empresas interessadas na área, secretarias integrantes do grupo de trabalho, Prefeitura Municipal de Guaíba e convidados, além de técnicos vinculados ao Estado e às empresas.

Crescimento com sustentabilidade

O secretário do Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, considera o trabalho que resultou na viabilização da Área Industrial um exemplo de ação ágil permitida pela transversalidade. Knijnik destaca, por exemplo, o diálogo mantido pela SDPI com a Secretaria do Meio Ambiente, colocando lado a lado a estrutura governamental ligada ao desenvolvimento e a equipe que administra as questões ambientais, qualificando as decisões tomadas. "É um símbolo da nossa estratégia de desenvolvimento, que concilia a atração de investimentos com a perspectiva ambiental. Não queremos promover o crescimento a qualquer custo", avaliou.
Até hoje esta área só serviu para discursos e discórdias. A partir do Governo Tarso servirá para gerar empregos e oportunidades ao Rio Grande que quer crescer e se desenvolver. Vamos fazer um grande investimento público em infraestrutura, acessos, vias e energia, o que garante a chegada de investimentos no nosso Estado", registra o secretário de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque.
"Efetuar a instalação de empresas na Área Industrial de Guaíba, num prazo de seis meses, representa um Estado que enfrenta um novo e instigante desafio: o de ser protagonista de soluções locais, gerando riquezas, infraestrutura e empregos, em sintonia com o projeto nacional de desenvolvimento econômico e social com sustentabilidade ambiental.

Nesse período, foram se edificando símbolos que devem ser reafirmados: como a dinâmica imprimida pelo Governo Estadual em suas relações internas de transversalidade entre as secretarias, e externas com a Prefeitura e a Câmara Municipal de Guaíba, com as empresas investidoras e com o Ministério Público Estadual; como o significado de um Estado atento às expectativas da sociedade e indutor do desenvolvimento com agilidade, eficiência e transparência em suas ações. "Também há a compreensão coletiva da necessidade de se tratar de maneira sustentável nossos recursos naturais, capitalizar para o País, para as gerações futuras e gerar credibilidade e respeito na sociedade", frisa a secretária do Meio Ambiente, Jussara Cony.
Para o secretário de Habitação e Saneamento, Marcel Frison, "a participação direta do Governo do Estado, em especial da Corsan, na viabilização deste empreendimento demonstra nosso compromisso com o desenvolvimento do Rio Grande do Sul e a importância estratégica da nossa Companhia de Saneamento".

Obras que serão realizadas com recursos do Estado:
- Redes de distribuição de energia elétrica em alta tensão
- Rede de distribuição de água potável
- Rede coletora de esgoto tratado
- Sistema de macrodrenagem
- Implantação da via lateral à BR-116
- Duplicação da Estrada do Conde
- Duplicação da Avenida Nei Brito.

Investimentos e empregos

Os primeiros empreendimentos para a Área Industrial de Guaíba têm previsão inicial de R$ 500 milhões de investimentos privados e 1,5 mil empregos diretos.
- Terex Latin América Comércio de Equipamentos Pesados de Construção Ltda: R$ 30 milhões - Geração de 350 empregos novos - Fabrica de usinas de asfalto.
- Fate Pneus do Brasil: R$ 344 milhões e 473 empregos novos - Fábrica de pneus.Em processo de licenciamento
- International Pet: R$ 4,8 milhões e 26 empregos novos - Produção de ração canina.
- Global Holding Brazil: R$ 42,5 milhões e 282 empregos novos - Transformadores de média e alta potência.
- Gaya Extração e Transportes Florestais Ltda. : R$ 1,1 milhão e 256 empregos novos
- Apoio à extração de madeira.
- Química Indústria Supply Ltda - R$ 1,5 milhão - 50 empregos novos - Produção de módulos para a Indústria Naval.
- LG Tech Indústria e Comércio de Produtos Mecânicos, Elétricos e Eletrônicos - R$ 4,5 milhões - 230 empregos - Fabricação de elevadores.

Terex: Equipamentos para construção
A Terex é a terceira maior fabricante mundial de equipamentos para construção e manutenção industrial. Com sede em Westport, nos Estados Unidos, tem unidades localizadas nos cinco continentes. Com mais de 50 anos de tradição e experiência, fabrica guindastes, mineração e construção de estradas, incluindo desde torres de iluminação a usinas de asfalto, de retroescavadeiras a guindastes, plataformas aéreas a caminhões de mineração.

A direção da Terex estima o início das operações ainda no primeiro trimestre de 2012. "A concretização desta fábrica é uma demonstração clara da confiança no Brasil, no povo gaúcho e na comunidade de Guaíba", destaca o Gerente de Operações, Alessandro Bruzzo. Ele revela que há mais de um ano o projeto para a região vem sendo meticulosamente planejado, visando a criação do que vem sendo chamado de "campus industrial Terex".

Neste primeiro momento a empresa projeta investimentos R$ 30 milhões, gerando até 350 empregos para, ao final de cinco anos, totalizar US$ 150 milhões e alcançar 650 empregos diretos.

Denominado pela empresa de Novos Horizontes, o projeto da Terex para Guaíba terá um caráter diferenciado. "Inovamos na medida em que a nova fabrica se destina não somente à produção de equipamentos para construção de estradas mas principalmente pela disponibilização de espaço e recursos para as demais unidades ainda sem produção local: processamento de materiais, guindastes e plataformas aéreas", explica Bruzzo.

Fate: primeira empresa binacional do país

O projeto da Fate Pneus do Brasil prevê uma planta industrial para a produção de pneus automotivos radiais - de caminhonetes e agrícolas - para atender a demanda do mercado de montadoras e de reposição. Prevê investimentos de R$ 344 milhões, geração de 473 iniciais, um total de até mil empregos permanentes no final do projeto e 700 durante o período de construção.
O parque tecnológico terá cerca de 70 mil m² e contará com duas fábricas responsáveis pela produção inicial diária de 6,5 mil pneus de passeio e 600 pneus agrícolas. O projeto já prevê a expansão, a partir de 2014, aumentando a capacidade produtiva para 10 mil pneus de passeio até 2017.

Em uma parceria entre a brasileira Borrachas Vipal e a argentina Fate S.A.I.C.I., a Fate Pneus do Brasil nasce com a força e o apoio tecnológico de dois grandes grupos líderes em seus segmentos nos seus países. Desta união, está sendo criada a primeira fábrica de pneus de capital binacional e de controle local do Brasil.
A Vipal empresa genuinamente gaúcha foi fundada em 1971 na cidade de Nova Prata (RS), é líder na América do Sul e uma das mais importantes fabricantes mundiais de produtos para reforma e reparos de pneus e câmaras de ar.

A Fate Argentina foi fundada em 1940 e possui mais de 70 anos de atividade na fabricação e exportação de pneumáticos. Atualmente produz 15 mil pneus/dias, distribuídos entre mercado argentino e exportação, sendo o brasileiro seu principal mercado.