5 de jun. de 2010

O pavor de Serra: os porões da privataria

Amaury Ribeiro Jr.

Introdução

Quem recebeu e quem pagou propina. Quem enriqueceu na função pública. Quem usou o poder para jogar dinheiro público na ciranda da privataria. Quem obteve perdões escandalosos de bancos públicos. Quem assistiu os parentes movimentarem milhões em paraísos fiscais. Um livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que trabalhou nas mais importantes redações do País, tornando-se um especialista na investigação de crimes de lavagem do dinheiro, vai descrever os porões da privatização da era FHC. Seus personagens pensaram ou pilotaram o processo de venda das empresas estatais. Ou se aproveitaram do processo. Ribeiro Jr. promete mostrar, além disso, como ter parentes ou amigos no alto tucanato ajudou a construir fortunas. Entre as figuras de destaque da narrativa estão o ex-tesoureiro de campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Sérgio de Oliveira, o próprio Serra e três de seus parentes: a filha Verônica Serra, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Todos eles, afirma, têm o que explicar ao Brasil.

Ribeiro Jr. vai detalhar, por exemplo, as ligações perigosas de José Serra com seu clã. A começar por seu primo Gregório Marin Preciado, casado com a prima do ex-governador Vicência Talan Marin. Além de primos, os dois foram sócios. O “Espanhol”, como Marin é conhecido, precisa explicar onde obteve US$3,2 milhões para depositar em contas de uma empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, homem-forte do Banco do Brasil durante as privatizações dos anos de 1990. E continuará relatando como funcionam as empresas offshores semeadas em paraísos fiscais do Caribe pela filha – e sócia — do ex-governador, Verônica Serra, e por seu genro, Alexandre Bourgeois. Como os dois tiram vantagem das suas operações, como seu dinheiro ingressa no Brasil…

Atrás da máxima “siga o dinheiro!”, Ribeiro Jr perseguiu o caminho de ida e volta dos valores movimentados por políticos e empresários entre o Brasil e os paraísos fiscais do Caribe, mais especificamente as Ilhas Virgens Britânicas, descoberta por Cristóvão Colombo em 1493 e por muitos brasileiros espertos depois disso. Nestas ilhas, uma empresa equivale a uma caixa postal, as contas bancárias ocultam o nome do titular e a população de pessoas jurídicas é maior do que a de pessoas de carne e osso. Não é por acaso que todo dinheiro de origem suspeita busca refúgio nos paraísos fiscais, onde também são purificados os recursos do narcotráfico, do contrabando, do tráfico de mulheres, do terrorismo e da corrupção.

A trajetória do empresário Gregório Marin Preciado, ex-sócio, doador de campanha e primo do candidato do PSDB à Presidência da República, mescla uma atuação no Brasil e no exterior. Ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), então o banco público paulista, nomeado quando Serra era secretário de Planejamento do governo estadual, Preciado obteve uma redução de sua dívida no Banco do Brasil de R$448 milhões(1) para irrisórios R$4,1 milhões. Na época, Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor da área internacional do BB e o todo-poderoso articulador das privatizações sob FHC. (Ricardo Sérgio é aquele do “estamos no limite da irresponsabilidade. Se der m…”, o momento Péricles de Atenas do Governo do Farol – PHA)

Ricardo Sérgio também ajudaria o primo de Serra, representante da Iberdrola, da Espanha, a montar o consórcio Guaraniana. Sob influência do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, mesmo sendo Preciado devedor milionário e relapso do BB, o banco também se juntaria ao Guaraniana para disputar e ganhar o leilão de três estatais do setor elétrico(2).

O que é mais inexplicável, segundo o autor, é que o primo de Serra, imerso em dívidas, tenha depositado US$3,2 milhões no exterior por meio da chamada conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova Iorque. É o que revelam documentos inéditos obtidos dos registros da própria Beacon Hill em poder de Ribeiro Jr. E mais importante ainda é que a bolada tenha beneficiado a Franton Interprises. Coincidentemente, a mesma empresa que recebeu depósitos do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, de seu sócio Ronaldo de Souza e da empresa de ambos, a Consultatun. A Franton, segundo Ribeiro, pertence a Ricardo Sérgio.

A documentação da Beacon Hill levantada pelo repórter investigativo radiografa uma notável movimentação bancária nos Estados Unidos realizada pelo primo supostamente arruinado do ex-governador. Os comprovantes detalham que a dinheirama depositada pelo parente do candidato tucano à Presidência na Franton oscila de US$17 mil (3 de outubro de 2001) até US$375 mil (10 de outubro de 2002). Os lançamentos presentes na base de dados da Beacon Hill se referem a três anos. E indicam que Preciado lidou com enormes somas em dois anos eleitorais – 1998 e 2002 – e em outro pré-eleitoral – 2001. Seu período mais prolífico foi 2002, quando o primo disputou a Presidência contra Lula. A soma depositada bateu em US$1,5 milhão.

O maior depósito do endividado primo de Serra na Beacon Hill, porém, ocorreu em 25 de setembro de 2001. Foi quando destinou à offshore Rigler o montante de US$404 mil. A Rigler, aberta no Uruguai, outro paraíso fiscal, pertenceria ao doleiro carioca Dario Messer, figurinha fácil desse universo de transações subterrâneas. Na operação Sexta-Feira 13, da Polícia Federal, desfechada no ano passado, o Ministério Público Federal apontou Messer como um dos autores do ilusionismo financeiro que movimentou, por intermédio de contas no exterior, US$20 milhões derivados de fraudes praticadas por três empresários em licitações do Ministério da Saúde.

O esquema Beacon Hill enredou vários famosos, dentre eles o banqueiro Daniel Dantas. Investigada no Brasil e nos Estados Unidos, a Beacon Hill foi condenada pela justiça norte-americana, em 2004, por operar contra a lei.

Percorrendo os caminhos e descaminhos dos milhões extraídos do País para passear nos paraísos fiscais, Ribeiro Jr. constatou a prodigalidade com que o círculo mais íntimo dos cardeais tucanos abre empresas nestes édens financeiros sob as palmeiras e o sol do Caribe. Foi assim com Verônica Serra. Sócia do pai na ACP Análise da Conjuntura, firma que funcionava em São Paulo em imóvel de Gregório Preciado, Verônica começou instalando, na Flórida, a empresa Decidir.com.br, em sociedade com Verônica Dantas, irmã e sócia do banqueiro Daniel Dantas, que arrematou várias empresas nos leilões de privatização realizados na era FHC.

Financiada pelo Banco Opportunity, de Dantas, a empresa possui capital de US$5 milhões. Logo se transfere com o nome Decidir International Limited para o escritório do Ctco Building, em Road Town, ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. A Decidir do Caribe consegue trazer todo o ervanário para o Brasil ao comprar R$10 milhões em ações da Decidir do Brasil.com.br, que funciona no escritório da própria Verônica Serra, vice-presidente da empresa. Como se percebe, todas as empresas têm o mesmo nome. É o que Ribeiro Jr. apelida de “empresas-camaleão”. No jogo de gato e rato com quem estiver interessado em saber, de fato, o que as empresas representam e praticam é preciso apagar as pegadas. É uma das dissimulações mais corriqueiras detectada na investigação.

Não é outro o estratagema seguido pelo marido de Verônica, o empresário Alexandre Bourgeois. O genro de Serra abre a Iconexa Inc no mesmo escritório do Ctco Building, nas Ilhas Virgens Britânicas, que interna dinheiro no Brasil ao investir R$7,5 milhões em ações da Superbird.com.br que depois muda de nome para Iconexa S.A. Cria também a Vex capital no Ctco Building, enquanto Verônica passa a movimentar a Oltec Management no mesmo paraíso fiscal. “São empresas-ônibus”, na expressão de Ribeiro Jr., ou seja, levam dinheiro de um lado para o outro.

De modo geral, as offshores cumprem o papel de justificar perante ao Banco Central e à Receita Federal a entrada de capital estrangeiro por meio da aquisição de cotas de outras empresas, geralmente de capital fechado, abertas no País. Muitas vezes, as offshores compram ações de empresas brasileiras em operações casadas na Bolsa de Valores. São frequentemente operações simuladas tendo como finalidade única internar dinheiro nas quais os procuradores dessas offshores acabam comprando ações de suas próprias empresas… Em outras ocasiões, a entrada de capital acontecia pelos sucessivos aumentos de capital da empresa brasileira pela sócia cotista no Caribe, maneira de obter do BC a autorização de aporte do capital no Brasil. Um emprego alternativo das offshores é usá-las para adquirir imóveis no País.

Depois de manusear centenas de documentos, Ribeiro Jr. observa que Ricardo Sérgio, o pivô das privatizações – que articulou os consórcios usando o dinheiro do BB e do fundo de previdência dos funcionários do banco, a Previ, “no limite da irresponsabilidade”, conforme foi gravado no famoso “Grampo do BNDES” –, foi o pioneiro nas aventuras caribenhas entre o alto tucanato. Abriu a trilha rumo às offshores e às contas sigilosas da América Central ainda nos anos de 1980. Fundou a offshore Andover, que depositaria dinheiro na Westchester, em São Paulo, que também lhe pertenci

Ribeiro Jr. promete outras revelações. Uma delas diz respeito a um dos maiores empresários brasileiros, suspeito de pagar propina durante o leilão das estatais, o que sempre desmentiu. Agora, porém, existe evidência, também obtida na conta Beacon Hill, do pagamento da US$410 mil por parte da empresa offshore Infinity Trading, pertencente ao empresário, à Franton Interprises, ligada a Ricardo Sérgio.

(1) A dívida de Preciado com o Banco do Brasil foi estimada em US$140 milhões, segundo declarou o próprio devedor. Esta quantia foi convertida em reais tendo-se como base a cotação cambial do período de aproximadamente R$3,2 por um dólar.

(2) As empresas arrematadas foram a Coelba, da Bahia, a Cosern, do Rio Grande do Norte, e a Celpe, de Pernambuco.

4 de jun. de 2010

As fases do terreno da FASE

Essa é uma imagem que me foi enviada pelo jornalista Daniel Hammes, simulando como, ao longo dos anos, seria ocupado o terreno da FASE pela especulação imobiliária após a "permuta" entre o Estado e a iniciativa privada. A privada se encarregaria de entregar oito unidades modelo no interior em troca do terreno, num excelente negócio (ahahaha) para a turma da avenida Ipiranga. A saber: O terreno tem 73 hectares é em frente ao estádio Beira-Rio, uma das sedes da copa do mundo em 2014.
A arte é de Henrique Wittler

O vice ideal para Yeda

Se o critério de Yeda para aceitar um candidato a vice-governador do Partido Progressista (PP) é ter afinidade com o seu parceiro na luta pela reeleição, então não há nome melhor para compor essa chapa do que a da "liderança" política do deputado Federal pepista José Otávio Germano. Antes do estouro do caso Detran, que desviou oficialmente mais de R$ 44 milhões (pode ter chegado a R$ 300 milhões), Zé Otávio transitava com desenvoltura por dentro do governo tucano guasca. Como os tucanos e seus aliados afirmam que tudo não passou de uma fantasia da oposição e de perseguição da Policia Federal contra o governo Yeda, então nada mais coerente que um deputado com a "agilidade política" de José Otávio seja o vice ideal de Yeda. Tenho certeza que o Estado do Rio Grande do Sul nunca mais esquecerá dessa dobradinha. Foto: Eduardo Quadros

PF: do fundo do poço para os céus

É coerente a posição do Sindicato dos Policiais Federais que tomaram posição política de declarar apoio à candidatura do ex-ministro da Justiça Tarso Genro ao governo do Estado. A indignação dos tucanos é pura balela. O deputado federal Ruy Pauletti (PSDB) afirmou que a Polícia Federal (PF) estava a serviço do ex-ministro.
Na realidade as operações Rodin e Solidária da PF desvendaram o mundo da falcatruagem e de desvios de recursos públicos no governo Yeda (Detran) e da prefeitura de Canoas (desvios em licitações de obras e da merenda escolar), tendo em ambas o bico enlameado de tucanos de alta plumagem. Tarso Genro deu a resposta na medida para os tucanos: " Quem não gosta do trabalho da Polícia Federal normalmente tem algum vínculo com a corrupção ou com o crime".
Sempre é bom lembrar que foi na gestão das trevas de FHC que a instituição Polícia Federal ultrapassou o fundo do poço. Nem mesmo gasolina para viaturas a PF possuia, e seus delegados eram obrigados a financiar com seus próprios salários algumas operações. Na grande maioria das vezes essas operações se limitavam ao tráfico de drogas, para a alegria dos criminosos engravatados que circulam pelos palácios e com trânsito em todos os governos e partidos.
A mudança veio no governo Lula, que fez da Polícia Federal uma das melhores e mais modernas estruturas de combate ao crime e a corrupção. Salários dignos, infraestrutura, e uma moderna rede de inteligência fizeram dessa instituição uma ferramenta que amedronta os bandidos de colarinho branco,funcionários públicos corruptos e as mais sofisticadas quadrilhas.
Ter posição política todos nós temos, ninguém é neutro, a questão é outra: os servidores da PF sabem que governo puxou a instituição do fundo do poço, que hoje navega em céu de brigadeiro em modernos jatos a serviço do povo brasileiro, nos enchendo de orgulho.
Tomara que o Tarso possa, caso se eleja governador, elevar nesse mesmo patamar as ações dos servidores da segurança pública no RS .

2 de jun. de 2010

O ataque sionista, por Latuff



Propostas à Ford


Clarissa Pont

clarissapont@sul21.com.br

O caso Ford se desenrola desde 1998, quando o Estado do Rio Grande do Sul ajuizou a ação ordinária contra a montadora. Desde então, o processo tramitou longe dos olhos da população e da imprensa, até esta segunda-feira (31).

Em edição especial da Revista da Procuradoria Geral do Estado, datada de 2002, é possível acompanhar em detalhes as tratativas que o Governo do Estado manteve com a montadora na época. O documento informa que reuniões de negociação aconteceram por praticamente uma semana, nas quais, do ponto de vista estatal, era tentado um ponto de equilíbrio contratual.

Em reunião no dia 28 de abril de 1999, o Estado formalizou uma proposta, sem saber que aquela seria a última vez que as partes se sentariam para negociar. O argumento foi amplamente divulgado, no dia seguinte, nos meios de comunicação gaúchos e em Nota Oficial, com o seguinte teor:

“O Governo do Estado do Rio Grande do Sul torna pública sua proposta que apresentou à mesa de negociação para a Ford do Brasil. Embora o estado enfrente séria dificuldade financeira, fez um esforço gigantesco para concretizar a instalação da montadora em Guaíba. Mantemos nossa disposição de negociar e aguardamos que a Ford abandone a intransigência e considere com seriedade nossa proposta, cujo resumo apresentamos à população rio-grandense”.

Os itens da proposta podem ser resumidos na não contestação dos incentivos fiscais já concedidos, no valor de R$ 3 bilhões; na execução de obras de infraestrutura, luz, água, esgoto, arruamento e pavimentação no valor de R$ 84 milhões; além do empréstimo de R$ 70 milhões viabilizado com a participação de instituições financeiras públicas.

Como se isso não bastasse, seriam garantidas ainda a viabilização das demais obras de infra-estrutura através da participação de outras esferas da federação nas obras de sua competência e de concessão à iniciativa privada, no total de R$ 106 milhões; além da manutenção dos R$ 42 milhões que já haviam sido repassados.


Segundo o governo da época, a proposta apresentada só seria executável com a projeção de um enorme sacrifício financeiro ao estado. “Mais do que isso, significaria ultrapassar o limite dos danos à estrutura administrativa do Governo e causar graves prejuízos à saúde, educação e segurança do povo gaúcho. Se a Ford não teve ainda essa compreensão e permanece na exigência de receber em condições privilegiadas quase meio bilhão de reais dos cofres públicos, outros investidores, inclusive grandes, mas especialmente milhares de pequenos e médios empreendimentos, continuam apostando no desenvolvimento econômico social do Estado do Rio Grande do Sul”, completa o documento.

Poder Judiciário rejeitou embargos de declaração opostos pela Ford

Desde que o assunto entrou na esfera jurídica, manifestações de ambas as partes aconteceram. A mais importante delas foi o pedido de embargo de declaração feito pela Ford e rejeitado em 26 de janeiro deste ano pelo Poder Judiciário. A sentença da juíza Lílian Cristiane Siman foi considerada clara, e a decisão pode ajudar, no momento em que a ação chegar à última instância, no Superior Tribunal de Justiça.

Os embargos de declaração constituem num recurso, dirigido ao juiz da causa e por ele decidido, que visam ao esclarecimento de alguma lacuna ou contradição no texto da sentença. Nos embargos, a outra parte não é ouvida, mas o pedido interrompe qualquer outra possibilidade de recurso.

Paulo Peretti Torelly, o então Procurador Geral do Estado que assinou a inicial do processo em 1998, assinala que não pode avaliar a atual situação do trâmite, mas garante que a sensação é de dever cumprido. “É uma sensação bastante subjetiva, mas traz a confiança de que o Estado pode assegurar de forma plena que se reconstrua a verdade dos fatos, independentemente de questões políticas. Eu não tinha dúvida que isso se confirmaria. Entramos com a ação num contexto em que havia muita manipulação de informação, e queríamos relatar ao interesse público o que acontecia”, disse. Ele afirmou que a divulgação e o conhecimento dos fatos pela população podem ajudar para que a justiça caminhe de forma correta em instâncias futuras.

Ford não pretende pagar os cerca de R$ 800 milhões

A Ford já interpôs recurso ao Tribunal de Justiça contra a sentença de 1º Grau, da 5ª Vara da Fazenda Pública da Capital. A sentença julgou parcialmente procedente a ação do Estado do Rio Grande do Sul contra a montadora, e condenou a empresa a restituir aos cofres públicos os valores que hoje chegam a cerca de R$ 800 milhões. O recurso da empresa contra a sentença publicada em 15/12/2009 encontra-se tramitando a espera do processo de distribuição, ou seja, pelo sorteio de um relator que leve a causa a julgamento.

Mais duas apelações são encontradas nos despachos recebidos pelo Poder Judiciário relativos à causa. Um despacho de apelação realizada pela Ford, que data de 6 de maio deste ano; e outra realizada pelo próprio Estado do RS, em 8 de março também deste ano. A reportagem de Sul 21 entrou em contato com a Procuradoria Geral do Estado, mas, até o fechamento desta edição, não obteve esclarecimentos sobre os temas.

Até agora, a conclusão da juíza Lilian Cristiane Siman diz que a empresa se retirou do empreendimento por iniciativa própria, anunciando sua ida para o Estado da Bahia, sem encerrar as tratativas oficiais com os representantes do Poder Público Estadual, rescindindo o contrato unilateralmente. Na época, falou-se em rompimento da Ford com o governo Olívio Dutra, sucessor de Antonio Britto que autorizara a concessão dos empréstimos. Para a Ford, na contestação, o acordo não foi levado a termo em razão da "conduta do Estado de se recusar a cumprir o contrato, cabendo só a ele suportar os encargos decorrentes deste inadimplemento".

1 de jun. de 2010

Secretário da Copa é encontrado Morto

O secretario extraordinário da Copa do Mundo 2014, Ricardo Seibel de Freitas Lima, 35 anos, foi encontrado morto, no início da tarde de hoje, em um hotel de Brasília. Ele teria reuniões na Capital Federal para tratar de assuntos da Copa, mas foi encontrado sem vida no quarto em que estava hospedado. (Na foto acima, Ricardo posa ao lado de Yeda)

31 de mai. de 2010

Israel ataca frota humanitária e mata 16 pessoas

ISRAEL atacou nesta segunda-feira um grupo de seis navios que transportava mais de 750 pessoas com ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, causando 16 mortes e deixando 30 feridos. O ataque ocorreu em águas internacionais, a 128 quilômetros da Faixa de Gaza, próximo ao Chipre, no Mar Mediterrâneo.

A imprensa turca mostrou imagens captadas dentro do navio turco Mavi Marmara, nas quais se viam os soldados israelenses abrindo fogo. Em Istambul, várias centenas de pessoas tentaram atacar o consulado israelense.
A frota levava 10 mil toneladas de ajuda humanitária e, segundo Israel, não acatou o bloqueio imposto. Um dos barcos atingidos é grego, outro é turco. O líder do Hamas, Ismail Haniyeh classificou como "brutal" o ataque.

Vai embora sem pagar ?, By Kayer

30 de mai. de 2010

Golfo do México: desastre incalculável


Que os norte-americanos são os maiores consumidores de energia e um dos maiores poluidores do planeta, todos nós já sabemos. No entanto, o pronunciamento do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmando que o vazamento de petróleo no Golfo do México não consegue ser detido há 40 dias, prenuncia um grande desastre ambiental no planeta.

Documentos internos da British Petroleum (BP), responsável pelo poço, afirmam que a tubulação já apresentava sérios problemas estruturais, assim como na válvula que impediria o fechamento do fluxo em caso de acidente. Como estamos falando de uma das maiores empresas exploradoras de petróleo do mundo, o PIG pouco fala do desastre que afetará a maior parte do golfo do méxico, trazendo prejuízos incalculáveis para o habitat marinho e para milhões de pessoas que vivem nas zonas costeiras do Estados Unidos: Alabama, Mississippi, Louisiana e Florida.

Espero que haja uma grande mobilização internacional para que, pelo menos, se investigue e se puna os responsáveis por essa verdadeira onda de devastação que aos poucos se aproxima do continente, destruindo a natureza, que levará décadas para se refazer novamente.

27 de mai. de 2010

Compromisso com a juventude

Edegar Pretto (*)

Pela primeira vez, nos últimos 50 anos, o povo brasileiro, em especial nossa juventude, pôde voltar a sonhar com o seu futuro. O Brasil vive um momento ímpar em todos os segmentos: crescimento da economia, desenvolvimento social acelerado, transferência de renda e geração de empregos.

Em apenas sete anos de governo Lula conseguimos reverter o desastre da política neoliberal que atingiu milhões de jovens brasileiros e foi responsável direto pelo agravamento da pobreza e das desigualdades sociais no Brasil. A eleição do presidente Lula, no entanto, barrou esse período de trevas, e na educação fez a sua grande revolução, tendo nas novas gerações o foco principal dessa política.

Essas ações de governo foram muito além das garantias de acesso à educação para o jovem. Hoje, temos um projeto estratégico, que além de ampliar a rede pública de ensino, com a criação de novas universidades federais e de escolas técnicas, também apóia a cultura e a consolidação das políticas públicas de Juventude. Hoje, a criação de milhares de vagas nas escolas públicas e nas universidades, associada aos investimentos na educação, ampliaram os postos de trabalho, atualmente ocupados por 80% de jovens. No entanto precisamos avançar construindo políticas que discutam como e quando os jovens devem acessar o mercado de trabalho, e de que forma esses jovens podem disputar o acesso ao trabalho decente, sem que abram mão do acesso às políticas educacionais. Vamos construir juntos um programa que apóie o jovem, que o integre nas políticas de transferência de renda, na sua educação e qualificação.

Este ano temos eleições e precisamos buscar o apoio da juventude brasileira para esse grande projeto de desenvolvimento do Brasil que está em andamento. Temos, desde já, o compromisso de eleger Dilma Presidenta e garantir uma expressiva bancada de deputados federais, bem como reeleger o nosso senador Paim. No RS, precisamos recuperar o tempo perdido e fazer o Estado voltar a crescer, para isso, vamos eleger Tarso Governador e a maior bancada do PT na Assembleia Legislativa.

Acadêmico em Gestão Pública, Edegar integra o grupo Cantadores da Luta do Povo, que anima atos e manifestações através da música.

O PIG quer manter o fator previdenciário

O PIG está louco pra ver o presidente Lula vetar o reajuste de 7,72% concedido aos aposentados pelo Congresso, e vai entrar em orgasmos múltiplos se o governo vetar o fim do fator previdênciario, criado em 1999 por FHC. Afirmar que o Estado terá déficit caso as aposentadorias sejam corrigidas junto com o salário mínimo é papo de neoliberal.

Se o governo tem dinheiro para emprestar a fundo perdido para os Gerdau, para a GM, Ford e outras multinacionais,então tem dinheiro suficiente para pagar uma aposentadoria digna aos seus trabalhadores. Aliás, o presidente Lula poderia fechar seu governo com chave de ouro ao determinar o fim do fator previdenciário, derrubando mais um dos símbolos do atraso econômico e social do Brasil. Ainda bem que temos o senador Paim (PT), que além de defender os interesses do Rio Grande no Senado, é também um dos grandes guerreiros dos aposentados no Congresso Nacional, e um dos maiores lutadores pelo fim do fator previdenciário no Brasil.

O Congresso Nacional, ao contrário do que o PIG afirmou, tomou uma das maiores e melhores decisões dos últimos tempos a favor dos brasileiros, em especial para aqueles que ainda não se aposentaram. Se eu fosse o Lula assinava com muito gosto o fim dessa chaga criada no governo das trevas de FHC. Se queremos erradicar a pobreza no Brasil, vamos começar dando dignidade aos nossos aposentados.

24 de mai. de 2010

Uma cidade decadente

Quando surgiu a onda da "mudança" patrocinada pela campanha de José Fogaça à prefeitura de Porto Alegre, o slogan era: "fica o que é bom, muda o que está ruim". Passados seis anos da gestão Fogaça (PMDB), o que se vê é que apesar dos grandes investimentos da especulação imobiliária em bairros nobres, a sensação de quem chega pela primeira vez na Capital dos gaúchos é que a cidade corre a galope rumo a decadência. Porto Alegre está suja, mal iluminada, mal sinalizada, com equipamentos públicos obsoletos, e como se não bastasse, travada pelo caos e a falta de planejamento no trânsito.

A parte cultural da cidade está praticamente entregue nas mãos de empresas privadas, que auferem grandes lucros ao cobrar preços salgados em shows e espetáculos, numa espécie de aparteid cultural. Não que essas empresa tenham que dispor de ingressos populares, mas é obrigação do poder público fomentar a cultura e a arte na cidade. Hoje, a população, em especial a periferia, está abandonada no que diz respeito a cultura, esporte e lazer.

Na semana passada, ao visitar a Feira da Agricultura Familiar em Porto Alegre, organizada pelo governo federal no cais do Porto, senti saudade daquele tempo em nossa cidade era o centro dos debates no que diz respeito ao fomento de políticas de vanguarda em saneamento, habitação, acessibilidade, cultura e políticas públicas.

Hoje, a prioridade do foco da prefeitura é Copa do Mudo e os recursos privados para a garantir o evento. No entanto, tenho a convicção de que isso será insuficiente para tirar a nossa querida Capital da vanguarda do atraso cultural, social e econômico.

23 de mai. de 2010

Lula, o professor

Já faz algum tempo que o PIG guasca tenta vender a "pedra" de que a candidatura do petista Tarso Genro vive no isolamento. PP e PSDB, depois de muita briga e rachas internos terminaram agora o seu processo de fechamento de aliança. O PMDB e a cúpula do PDT fecharam apoio a Fogaça, mas perguntem para as bases se essa será a realidade ? Com a desistência de Beto (PSB), o caminho natural é aliar-se com o PT tendo o PC do B junto na Frente Popular. O PTB, mesmo isolado e acuado pelas denuncias do MP no caso Eliseu, tem força suficiente para fazer um percentual razoável no primeiro turno e, quem sabe, apoiar uma candidatura que de "governabilidade" e respeito ao Estado. Tarso, líder nas pesquisas, sabe que o PIG quer marcar em sua paleta a pecha de ISOLADO, mas também sabe que sua candidatura tem a simpatia das bases do PDT e do PTB, num eventual segundo turno, para chegar ao Piratini. Se Lula foi um bom professor na cadeira "arte da política de alianças no Brasil", Tarso Genro vai tirar 10 na prova no segundo turno.

22 de mai. de 2010

CPI e o futebol

Não consigo imaginar como a nossa combativa Câmara de Vereadores de Porto Alegre ainda não abriu uma CPI para investigar a corrupção escancarada que envolve membros do governo Fogaça & Fortunati na Capital. Se fosse uma prefeitura do PT o PIG a essa hora já estava com quatro equipes nas portas do legislativo para questionar a hora e o dia da votação do requerimento. Os âncoras do PIG atacariam de todos os lados até que um bravo vereador de direita desse o último nome para a abertura da CPI da Corrupção contra o PT. O PIG só fala de Copa do Mundo e por 60 dias só ouviremos e falaremos sobre futebol, infelizmente.

21 de mai. de 2010

Governando como gaúcho

Na sua visita relâmpago, que nem Yeda sabia, ao Rio Grande do Sul, Serra afirmou que vai governar como se fosse gaúcho (ahahahaha) Bem ! se pergarmos o restrospecto do ministros gaúchos do governo tucano de FHC, podemos afirmar que o RS voltará ao topo da lista dos Estados mais alijados dos recursos federais. Não conheço um ministro gaúcho do governo das trevas que tenham trazido investimentos e recursos de peso para o Estado. Serra tem razão, se tem a pretensão de governar como os gaúchos que apoiaram FHC, vai mesmo é fazer a velha e surrada política café com leite (São Paulo e Minas).

20 de mai. de 2010

Guerra, santaaa

Ontem (19) o grupo Nuances promoveu ato público contra as declarações homofóbicas do arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings. O bispo chutou o pau da barraca durante assembléia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ao afirmar que : “assim como hoje se fala em direitos dos homossexuais, daqui a pouco vão achar os direitos dos pedófilos”. Ele não poderia ter dado declaração mais infeliz, principalemente neste momento em que a Igreja Católica absorve o impacto da avalanche de denúncias contra padres pedófilos. Pediu pra levar, e levou. Imagens: Eduardo Quadros / Kiko Machado





18 de mai. de 2010

Dilma pede passagem

A Pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem (17) confirma que a petista Dilma Rousseff já pede passagem e ultrapassa José Serra na preferência do eleitorado. A petista recebeu 35,7% das intenções de voto, enquanto o tucano ficou com 33,2%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, o que caracteriza empate técnico.

17 de mai. de 2010

Ganância sem limites

Eu gosto muito de conversar com pessoas que exercem profissões diferentes da minha, e que vivem um outro dia-a-dia. No sábado, conversei longamente com um caminhoneiro de Taquari e fiquei impressionado pelo alto nível de politização daquele cidadão. Além de abrir voto para Dilma e defender as políticas sociais do governo Lula, o motorista desabafou: disse que não aguenta mais pagar tanto pedágio e receber em troca péssimas estradas.

Ele também reclamou de uma suposta industria de multas nas estradas estaduais e da fiscalização arrogante(draconiana) desses patrulheiros. Ele lamentou também que nós gaúchos estamos ardilosamente cercados pelas praças de pedágios, que cobram valores exorbitantes e em troca nos oferecem vias simples, esburacadas e mal conservadas. O motorista também alerta que a influência tucana também ultrapassa as fronteiras do Mampituba e, assim como nós gaúchos, os paulistas também já estão cercados de pedágios .

Quando o assunto é governo estadual o motorista sai do chão (ahahahha) ao esbravejar a cara de pau da governadora Yeda, que propôs antecipar a concessão desses verdadeiros caça-níqueis em nossas estradas por mais 15 anos. Segundo ele, um caminhão não paga menos de R$ 400 reais em pedágios se a carga cruzar de Norte a Sul o RS. Faça o calculo ! quantos caminhões fazem esse trajeto diariamente ? Um carro de passeio , por exemplo, que precisa entrar e sair de Caxias paga diariamente R$ 12 reais (carro de passeio); quem anda pela BR386 desembolsa R$ 48 reais num veículo comum , e da mesma forma para quem vai para a Zona Sul do Estado ou sai da Capital.

Segundo o motorista a ganância dessa gente não tem limites.